[go: nahoru, domu]

Saltar para o conteúdo

Abóbora

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
A versão imprimível já não suportada e pode apresentar defeitos de composição gráfica. Atualize os favoritos do seu navegador e use a função de impressão padrão do navegador.
Abóboras

Abóbora ou jerimum, fruto da aboboreira, é uma designação popular atribuída a diversas espécies de plantas da família Cucurbitaceae (ordem Cucurbitales), nomeadamente às classificadas nos géneros:

Etimologia

A etimologia de abóbora é incerta, podendo derivar do Latim *apopore[3], do Grego Antigo pepon (πέπων "melão grande") através do Latim, ou do Ibero-Romano *apopŏres.[4]

Cultivo

As abóboras são cultivadas em todo o mundo por várias razões, desde propósitos agrícolas (como ração animal) até vendas comerciais e ornamentais. Dos sete continentes, apenas a Antártica é incapaz de produzir abóboras. A abóbora tradicional americana usada para o Halloween é a variedade do campo de Connecticut.

Sementes maturadas de abóbora. Flores. A flor da abóbora
é comestível.[5]
Campo de cultivo de abóboras. Vista interna
de uma abóbora.

Produção mundial

País Produção em 2018
(toneladas anuais)
 China 8.133.734
 Índia 5.569.809
 Ucrânia 1.338.000
 Rússia 1.189.539
 México 776.073
Espanha 717.645
 Estados Unidos 683.038
 Turquia 616.777
 Itália 596.397
Malawi 480.233
Fonte: Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura[6]

Cultura

Halloween

As abóboras são popularmente esculpidas em lanternas decorativas chamadas jack-o'-lanterns durante a época de Halloween. Essa tradição se originou na Grã-Bretanha e a na Irlanda, onde eram usados nabos, beterrabas e rutabagas, conseguindo assim um rosto mais alongado semelhante ao de um humano, tanto em forma como em cor.[7][8]

A prática de esculpir abóboras no Halloween se originou a partir de um mito irlandês sobre um homem chamado "Stingy Jack". O nabo é tradicionalmente usado na Irlanda e na Escócia no Halloween, mas os imigrantes da América do Norte usavam a abóbora nativa, que eram muito, facilitando o tamanho das esculturas. Até 1837, o jack-o'-lantern aparece como um termo para uma lanterna de legumes esculpida, e a associação de lanterna de abóbora esculpida com o Halloween é registrada em 1866.

Nos Estados Unidos, a abóbora esculpida foi associada à época da colheita em geral, muito antes de se tornar um emblema do Halloween. Em 1900, um artigo sobre entretenimento do Dia de Ação de Graças recomendou um jack-o'-lantern aceso como parte das festividades que incentivam crianças e famílias a se unirem para fazer seus próprios jack-o'-lanterns.

A associação de abóboras durante a época de colheita e a torta de abóbora no Dia de Ação de Graças canadense e americano reforçam o papel icônico da abóbora. A Starbucks transformou essa associação em marketing com seu latte de especiarias para abóbora, introduzido em 2003. Isso levou a uma tendência notável em produtos alimentícios com sabor de abóbora e especiarias na América do Norte. Isso apesar do fato de os norte-americanos raramente comprarem abóboras inteiras para comer, exceto quando esculpem lanternas de jack-o '. A agricultora de Illinois Sarah Frey é chamada "a Rainha das Abóboras da América" e vende cerca de cinco milhões de abóboras por ano, predominantemente para uso como lanternas.[9]

Uma lanterna de nabo
(rutabaga) irlandesa
tradicional de Halloween
em exibição no
Museum of Country Life,
Irlanda.
Jack-o'-lantern's esculpidos...
...em abóboras para o Halloween.

Festivais e competições de abóbora

Abóboras gigantes cultivadas para competições de tamanho

"Abóboras gigantes" são variantes alaranjadas da abóbora gigante, Cucurbita maxima. Os produtores dessas "abóboras" geralmente competem para ver quais são as mais maciças. Os festivais costumam ser dedicados à abóbora e a essas competições.

O recorde da abóbora mais pesada do mundo, 1.190,5 kg (2.624,6 lb), foi estabelecido na Bélgica em 2016.[10]

Nos Estados Unidos, a cidade de Half Moon Bay, na Califórnia, realiza um Festival anual de Arte e Abóbora, incluindo o Campeão Mundial de Pesagem de Abóbora.

Utilização

Sua semente é um vermífugo natural.[11] Na Europa Central, tipicamente, produz-se óleo de semente de abóbora usado em culinária,[12] cosmética e medicina fitoterápica.[13]

Nos Estados Unidos fabrica-se cerveja de abóbora.[14]

Em Portugal, a abóbora tem vindo a conquistar hábitos alimentares mais amplos, após a ideia antiga de se tratar de uma cultura secundária mais destinada à alimentação animal. É agora utilizada sobretudo na confecção de doces e de sopas.[15]

Suas flores, comestíveis, são comumente usadas na culinária da Itália sendo classificadas como PANC (planta alimentícia não convencional) no Brasil.[5] Suas sementes, folhas e brotos, igualmente comestíveis, geralmente não são empregadas na alimentação humana, sendo também categorizadas como PANC's.[16]

No Brasil é muito comum encontrar preparações com abóbora devido ao seu custo benefício. Algumas das principais preparações com abóbora são:

  • Tortéi
  • Doce de abóbora
  • Nhoque de Abóbora
  • Abóbora com Shitake
  • Purê de Abóbora
  • Abóbora Assada
  • Sopa de Abóbora com Gorgonzola
  • Risoto de Abóbora
  • Moranga Caramelada
  • Camarão na Moranga
Usos da abóbora:
Sopa.
Torta de abóbora.
Doce de abóbora.
Cerveja de abóbora.
Óleo de semente
de abóbora
.

Produção em Portugal

74% da produção nacional de abóboras concentra-se na região Oeste. Cerca de 60% da produção nacional é exportada para Inglaterra, França e Alemanha.[15]

Abóbora crua
Valor nutricional por 100 g (3,53 oz)
Energia 109 kJ (30 kcal)
Carboidratos
Carboidratos totais 6.5 g
 • Açúcares 2.76 g
 • Fibra dietética 0.5 g
Gorduras
Gorduras totais 0.1 g
Proteínas
Proteínas totais 1 g
Água 91.6 g
Vitaminas
Vitamina A equiv. 426 µg (53%)
- Betacaroteno 3100 µg (29%)
- Luteína e Zeaxantina 1500 µg
Tiamina (vit. B1) 0.05 mg (4%)
Riboflavina (vit. B2) 0.11 mg (9%)
Niacina (vit. B3) 0.6 mg (4%)
Ácido pantotênico (B5) 0.298 mg (6%)
Vitamina B6 0.061 mg (5%)
Ácido fólico (vit. B9) 16 µg (4%)
Vitamina C 9 mg (11%)
Vitamina E 0.44 mg (3%)
Vitamina K 1.1 µg (1%)
Minerais
Cálcio 21 mg (2%)
Ferro 0.8 mg (6%)
Magnésio 12 mg (3%)
Manganês 0.125 mg (6%)
Fósforo 44 mg (6%)
Potássio 340 mg (7%)
Sódio 1 mg (0%)
Zinco 0.32 mg (3%)
Full Link to USDA Database entry
Percentuais são relativos ao nível de ingestão diária recomendada para adultos.
Referências
  1. «Artigo: diversidade de abóboras no Brasil e sua relação histórica com a cultura» 
  2. Após extinção de grandes mamíferos, índios domesticaram abóbora. Por Ricardo Bonalume Neto. Folha de S. Paulo, 5 de dezembro de 2015
  3. [1]
  4. [2]
  5. a b Legnaioli, Stella. «Flor de abóbora é comestível e faz bem para saúde». Ecycle.com.br. Consultado em 25 de junho de 2023 
  6. fao.org (FAOSTAT). «Pumpkin production in 2018, Crops/World regions/Production quantity (from pick lists)». Consultado em 29 de agosto de 2020 
  7. «Aboboras». Aboboras.com. Consultado em 1 de outubro de 2016 
  8. Redação (19 de outubro de 2018). «Entenda porque a abóbora é o símbolo do Halloween». Guia da Semana. Consultado em 31 de outubro de 2019 
  9. «Pumpkins: from decoration to delicacy». Produce Retailer. 25 de agosto de 2017. Consultado em 20 de março de 2018. Arquivado do original em 22 de março de 2018 
  10. Barron, Christina (17 de outubro de 2016). «Belgian man's pumpkin sets world record at a whopping 2,624 pounds». The Washington Post. Consultado em 31 de outubro de 2016 
  11. «Viva Maria: conheça os vermífugos naturais no combate às parasitoses». EBC. 20 de junho de 2022. Consultado em 25 de junho de 2023 
  12. «WHY USE PUMPKIN SEED OIL!? LEARN EVERYTHING NOW!». Thechefscult.com (em inglês). 22 de janeiro de 2022. Consultado em 25 de junho de 2023 
  13. Ahmed Shaban, Ravi P Sahu (25 de fevereiro de 2017). «Pumpkin Seed Oil: An Alternative Medicine». PubMed (em inglês). Consultado em 25 de junho de 2023 
  14. Jackson, Josh (26 de setembro de 2013). «A Guide to the Best and Worst Pumpkin Beers». www.pastemagazine.com (via Web Archive) (em inglês). Consultado em 25 de junho de 2023 
  15. a b Gazeta Rural n.º 232, 15 de setembro de 2014.
  16. Sabbadini, Jéssica (28 de maio de 2023). «Do quintal para a mesa: panc é opção saudável e barata». Folha de Londrina. Consultado em 25 de junho de 2023