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Adelaide de Sousa Pereira Cordeiro

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Adelina de Sousa Pereira Cordeiro de Araújo e Sequeira, primeira e única baronesa de Paulo Cordeiro (Lisboa, Alcântara, 24 de Janeiro de 1853 - Lisboa, São Mamede, 7 de Novembro de 1919).[1] É muito conhecida como uma das pessoas que mais incentivou a cultura em Portugal no século XIX.

Biografia

Filha do tenente-coronel da artilharia José António Pereira de Araújo e Sequeira, que por sua vez era filho do major Francisco António Ramiro de Sequeira, governador de Vila Nova de Portimão, e de sua mulher Francisca Xavier de Sousa Pereira de Araújo, e de sua mulher Maria José das Dores Travassos de Melo Cordeiro, e neta materna de João António Paulo Cordeiro, Fidalgo, tido este como um milionário capitalista, e de sua mulher Maria José Travassos de Melo. Adelina herdou do avô materno a sua fortuna e o brasão que este ostentava nas portas da sua casa.

Casou pela primeira vez a 24 de Fevereiro de 1881, em Mértola, com um médico-cirurgião seu primo, o Dr. Olímpio Pessoa. Não teve filhos deste matrimónio pomposamente celebrado e foi após a morte de Olímpio que, por decreto de 2 de Junho de 1887 do rei D. Luís I de Portugal, lhe foi concedido o título de baronesa. Após receber o título, Adelaide de Sousa gozou ainda mais de uma grande influência na Corte, e o seu dinheiro e posição social fizeram com que fosse procurada por vários pretendentes que a si desejavam tornar esposa.

Sendo agora baronesa, manteve o apelido da sua mãe, Travassos de Melo, para ostentar a sua riqueza na Corte. Mas não queria fazê-lo sozinha, e, assim contraiu matrimónio com outro primo, ainda que afastado: D. Salvador de Almeida Correia de Sá, que era o 3.º Conde do Lavradio.

A família de Almeida [Portugal] Correia de Sá [e Benevides Velasco da Câmara], dos Marqueses do Lavradio de juro e herdade Condes de Avintes de juro e herdade, já era considerada uma família tradicional no seio da Corte portuguesa e muitos membros da família ainda hoje ocupam um lugar na História de Portugal. Especula-se que esta família ainda reservasse sangue de bragantino, por conta do que a baronesa passou a ter o direito de utilizar o título de tratamento Dona.

Foi, mais que tudo, um casamento por interesses gerido. Contudo, também desta vez a baronesa não obteve descendência. Especula-se, assim, que a rica baronesa fosse infértil.

Dedicou-se então ao mecenato cultural, acção pela qual hoje é ainda relembrada. Com os extremos incentivos a novos artistas, desde poetas e pintores, escultores a bailarinos, a sua influência nas artes foi notória e aclamada, sendo conhecida como uma das maiores incentivadoras da arte portuguesa do século XIX.

Era prima-irmã de Joaquim de Seabra Pessoa, pai de Fernando Pessoa.

Referências
  1. Pinto, Albano Anthero da Silveira; Farinha (Visconde), Augusto Romano Sanches de Baêna e (1991). Resenha das familias titulares e grandes de Portugal. [S.l.]: F.A. da Silva. p. 231