Ashvamedha
O Ashvamedha (sânscrito: अश्वमेध ‘’aśvamedhá’’) é um ritual de sacrifício de cavalo seguido pela tradição Śrauta da religião védica. Foi usado pelos antigos reis indianos para provar a sua soberania imperial: um cavalo acompanhado por guerreiros do rei seria lançado para passear por um período de um ano. No território atravessado pelo cavalo, qualquer rival pode contestar a autoridade do rei, desafiando os guerreiros que o acompanham. Depois de um ano, se nenhum inimigo tinha conseguido matar ou capturar o cavalo, o animal seria guiado de volta para a capital do rei. Seria então sacrificado, e o rei iria ser declarado como um soberano indiscutível.
Linhas gerais
Um garanhão é selecionado e liberado por um ano de peregrinação na companhia de uma centena ou mais guerreiros. O rei permanece em casa e vira regência ao ‘’Adhvaryu‘’ que faz libações diárias com manteiga ‘’ghi‘’ em uma pegada do cavalo ausente. O ‘’hotr‘’ recita narrações noturnas das façanhas de reis do passado.[1] A liberação do cavalo é considerada um convite para disputar a autoridade do rei. Se o cavalo anda em um território controlado por alguém que não reconhece a autoridade do rei, os rivais desafiam os guerreiros invasores que acompanham o cavalo.[2] Depois de quase um ano, o cavalo é guiado casa, se nenhum exército defensor conseguiu para matar ou capturá-lo.[1]
Orações ‘’soma‘’ e vários sacrifícios de animais são realizados durante a construção de um grande altar. Os quatro principais sacerdotes simbolicamente recebem os quatro quartos do espaço e as quatro rainhas. No segundo dos três dias de orações, o cavalo, uma cabra sem chifres e um gaial a Prajapati. Outros animais são dedicados a uma variedade de divindades. Três das rainhas lavam o cavalo e o enfeitam com joias e ‘’ghi‘’.[3] O cavalo, a cabra sem chifres, e o gaial são asfixiados. A rainha principal se deita e o ‘’adhvaryu‘’ orienta o pênis do cavalo na direção da vagina da rainha, significando o nascimento de um novo rei.[4][5] Os animais são desmembrados. O rei sobe ao trono enquanto o ‘’Purusha Sukta‘’ é recitado.[5]
O ‘’adhvaryu‘’ leva as partes desmembradas dos três animais principais e monta-os no chão com a cabeça da cabra apontada para o oeste, e os outros dois animais apontando ao leste. Todas as peças são, então, oferecidas para o ‘’ahavaniya‘’ (altar védico). O ‘’adhvaryu‘’ faz três ofertas adicionais na garganta do gaial, na pata dianteira direita do cavalo, e em uma tigela de ferro.[5] A oferta final é feita usando um leproso que está na água como um altar.[6]
Bibliografia
- Agrawal, Ashvini (1989). Rise and Fall of the Imperial Guptas. [S.l.]: Motilal Banarsidass. ISBN 978-81-208-0592-7
- Bandyopadhyaya, Jayantanuja (2007). Class and Religion in Ancient India. [S.l.]: Anthem. ISBN 978-1-84331-332-8
- Chaurasia, Radhey Shyam (2002). History of Ancient India. [S.l.]: Atlantic. ISBN 978-81-269-0027-5
- Drekmeier, Charles (1962). Kingship and Community in Early India. [S.l.]: Stanford University Press. ISBN 978-0-8047-0114-3
- Jamison, Stephanie (1996), Sacrificed Wife / Sacrificer's Wife, Oxford: Oxford University Press
- Knipe, David M. (2015), Vedic Voices: Intimate Narratives of a Living Andhra Tradition, Oxford: Oxford University Press
- Singh, Upinder (2008). A History of Ancient and Early Medieval India. [S.l.]: Pearson Education India. ISBN 9788131711200
- Sircar, D C (1990), «Political History», in: Barpujari, H K, The Comprehensive History of Assam, I, Guwahati: Assam Publication Board, pp. 94–171