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Carlos II de Inglaterra: diferenças entre revisões

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'''Carlos II de Inglaterra''' ([[29 de Maio]] [[1630]] - [[6 de Fevereiro]] [[1685]]) foi [[Lista de monarcas britânicos|rei de Inglaterra]], [[Lista de reis da Escócia|Escócia]] e da [[Irlanda]] entre 30 de Janeiro ([[de jure]]) ou [[29 de Maio]] (''[[de facto]]'') de [[1660]] e a sua morte. O pai de Carlos II, [[Carlos I de Inglaterra|Carlos I]], tinha sido executado em [[1649]] e substituído por uma ditadura militar de [[Oliver Cromwell]], que se auto-nomeou "Lord Protector".
'''Carlos II de Inglaterra''' ([[29 de Maio]] [[1630]] - [[6 de Fevereiro]] [[1685]]) foi [[Lista de monarcas britânicos|rei de Inglaterra]], [[Lista de reis da Escócia|Escócia]] e da [[Irlanda]] entre 30 de Janeiro ([[de jure]]) ou [[29 de Maio]] (''[[de facto]]'') de [[1660]] e a sua morte. O pai de Carlos II, [[Carlos I de Inglaterra|Carlos I]], tinha sido executado em [[1649]] e substituído por uma ditadura militar de [[Oliver Cromwell]], que se auto-nomeou "Lord Protector".


Carlos II subiu ao trono após a restauração da monarquia em [[Inglaterra]] e [[Escócia]], pouco depois da morte de [[Oliver Cromwell]]. Foi casado com a princesa [[Catarina de Bragança]], filha de [[João IV de Portugal]], que lhe levou como dote a posse de [[Tanger]] e Mombaim, e em homenagem à qual foi denominado o que hoje é o bairro nova-iorquino de [[Queens]]. Apesar de ter tido inúmeros filhos ilegítimos (ele reconheceu os direitos de 14 deles), o casamento não resultou em herdeiros e foi sucedido pelo irmão, Jaime [[Duque de York]]. Ao converter-se oficialmente ao [[catolicismo]] no seu leito de morte, Carlos II foi o primeiro católico romano a reinar a Inglaterra desde a morte de [[Maria I de Inglaterra|Maria I]] em 1558.
Carlos II subiu ao trono após a restauração da monarquia em [[Inglaterra]] e [[Escócia]], pouco depois da morte de [[Oliver Cromwell]]. Foi casado com a princesa [[Catarina de Bragança]], filha de [[João IV de Portugal]], que lhe levou como dote a posse de [[Tanger]] e em homenagem à qual foi denominado o que hoje é o bairro nova-iorquino de [[Queens]]. Apesar de ter tido inúmeros filhos ilegítimos (ele reconheceu os direitos de 14 deles), o casamento não resultou em herdeiros e foi sucedido pelo irmão, Jaime [[Duque de York]]. Ao converter-se oficialmente ao [[catolicismo]] no seu leito de morte, Carlos II foi o primeiro católico romano a reinar a Inglaterra desde a morte de [[Maria I de Inglaterra|Maria I]] em 1558.


==Primeiros anos==
==Primeiros anos==

Revisão das 09h23min de 29 de dezembro de 2008

Carlos II (ou Charles II)
Rei da Inglaterra, da Irlanda e da Escócia

Carlos II em retrato de Thomas Hawker, 1680
Reinado 29 de maio de 16606 de fevereiro de 1685
Consorte Catarina de Bragança
Coroação 23 de abril de 1661
Antecessor(a) Carlos I, de jure
Oliver Cromwell, de facto
Sucessor(a) Jaime II
Nascimento 29 de maio de 1630
  Palácio St. James, Londres
Morte 6 de fevereiro de 1685
  Whitehall, Londres
Dinastia Stuart
Pai Carlos I
Mãe Henriqueta Maria da França
Título(s) Príncipe de Gales, Duque da Cornualha e Rothesay

Carlos II de Inglaterra (29 de Maio 1630 - 6 de Fevereiro 1685) foi rei de Inglaterra, Escócia e da Irlanda entre 30 de Janeiro (de jure) ou 29 de Maio (de facto) de 1660 e a sua morte. O pai de Carlos II, Carlos I, tinha sido executado em 1649 e substituído por uma ditadura militar de Oliver Cromwell, que se auto-nomeou "Lord Protector".

Carlos II subiu ao trono após a restauração da monarquia em Inglaterra e Escócia, pouco depois da morte de Oliver Cromwell. Foi casado com a princesa Catarina de Bragança, filha de João IV de Portugal, que lhe levou como dote a posse de Tanger e em homenagem à qual foi denominado o que hoje é o bairro nova-iorquino de Queens. Apesar de ter tido inúmeros filhos ilegítimos (ele reconheceu os direitos de 14 deles), o casamento não resultou em herdeiros e foi sucedido pelo irmão, Jaime Duque de York. Ao converter-se oficialmente ao catolicismo no seu leito de morte, Carlos II foi o primeiro católico romano a reinar a Inglaterra desde a morte de Maria I em 1558.

Primeiros anos

Charles Stuart (ou Carlos Stuart), o filho sobrevivente mais velho do rei Carlos I e Henrietta Maria, nasceu no Palácio de St. James no dia 29 de maio de 1630. Ele foi batizado na Capela Real no dia 27 de junho pelo Bispo Anglicano de Londres, William Laud. Ao nascer tornou-se automaticamente em Duque da Cornualha e de Rothesay; aos oito anos foi nomeado como Príncipe de Gales.

Durante os 1640s, quando Carlos ainda era jovem, seu pai brigou com forças puritanas do Parlamento na Guerra Civil. Carlos acompanhou seu pai durante a Batalha de Edgehill e, aos 14 anos, participou nas campanhas de 1645, quando foi nomeado comandante titular das forças inglesas no oeste do país[1]. Na primavera de 1646, seu pai estava perdendo a guerra, e Carlos deixou o país devido pois seria inseguro ficar ali e foi primeiro para a Sicília, depois para Jersey, e finalmente para a França[2].

Em 1648, durante a Segunda Guerra Civil, Carlos mudou-se para Haia, onde sua irmã Maria (Princesa Real e Princesa de Orange) e seu cunhado Guilherme II com a idéia de ajudar seu pai[3]. Entretanto, seu pai foi executado em 1649. Em Haia, Carlos teve um filho com Lucy Walter, James Scott.

Carlos II quando ainda era Príncipe de Gales retratado por William Dobson

Em 5 de fevereiro de 1649, Carlos II foi proclamado rei dos escoceses em Edimburgo, sob a promessa entre Inglaterra e Escócia que impediria remodelar a Igreja da Escócia a imagem da Anglicana, devendo manter-se no presbiterianismo (forma preferida pela maioria dos escoceses).

Carlos II chegou à Escócia em 23 de junho de 1650. Pelo seu abandono ao Anglicanismo, tornou-lhe impopular na Inglaterra. Foi coronado como rei dos escoceses em Scone (Perthshire), em 1 de janeiro de 1651, e depois organizou uma ofensiva contra Inglaterra, na época sob governo do Lord Protector, Oliver Cromwell. A invasão terminou com a derrota na batalha de Worcester (1651), com Carlos II fugindo logo em seguida rumo à França. O Parlamento ofereceu uma recompensa de 1000 £ pela cabeça do rei e impôs pena de morte a qualquer um que lhe prestasse ajuda.

Empobrecido, Carlos tentou reunir apoio para ir contra o Lord Protector. França e as Províncias Unidas (a atual Holanda ou Países Baixos) aliaram-se com o governo de Cromwell, forçando Carlos a recorrer a Espanha pedindo ajuda. Tentou recrutar um exército, mas fracassou devido a suas penúrias económicas.

Restauração

Carlos II, retrato por Sir Peter Lely.

Mesmo com a morte de Oliver Cromwell em 1658, as oportunidades de Carlos II para recuperar a Coroa pareciam minguar. Cromwell foi sucedido pelo seu filho, Richard Cromwell, como Lord Protetor, mas este era um homem sem dom para a liderança e nem deseja de exerce-la e acabou abdicando em 1659. O Protetorado da Inglaterra foi abolido e foi estabelecido a Commonwealth. Durante o período de instabilidade civil e militar que seguiu-se, George Monck, governador da Escócia, preocupado com a ameaça do anarquismo que corria a nação, determinou que o melhor seria restaurar a monarquia. Monck e seu exército marcharam até Londres onde, com amplo apoio popular, forçaram o chamado Parlamento Largo a dissolver-se. Pela primeira vez em quase vinte anos os membros do Parlamento tiveram que enfrentar uma eleição geral.

Isso resultou em uma Câmara dos Comuns eleita com claro predomínio da facção realista. A nova assembléia, denominada Parlamento da Convenção, pouco depois de seu constituição em 25 de abril de 1660, teve notícias da Declaração de Breda (8 de maio de 1660), na que Carlos concordava, entre outras cosas, em perdoar muitos dos inimigos de seu pai. Como conseqüência, o Parlamento decretou de imediato que Carlos II seria o soberano legítimo desde a execução de Carlos I em 1649.

Carlos partiu para a Inglaterra, desembarcando em Dover em 23 de maio de 1660. Chegou em Londres em 29 de maio, data considerada como a oficial da Restauração. Ainda que tenha decretado uma anistia para os seguidores de Cromwell na Acta de Imunidade, não perdoou aos juízes e autoridades envolvidas no julgamento de seu pai. Alguns foram executados em 1660; outros condenados a prisão perpétua.

Reinado de Carlos II

A peste negra e o Grande Incêndio

Em 1665, Carlos teve que lidar com grandes problemas: epidemia de peste negra e incêndio de Londres.

A peste negra (1665-1666) matou um quinto da população de Londres. Provavelmente chegou a cidade trazida pelos navios transportando algodão vindos de Amesterdão. A peste negra atingia intermitentemente a Holanda desde 1654. As áreas das docas de Londres foram as primeiras a ser atingidas pelo ataque da peste negra. Com a peste negra tomando conta de Londres, a família real e sua corte deixou a cidade rumo a Oxford. Várias medidas sanitárias foram tomadas, médicos foram contratados e detalhes de sepultamentos das vítimas foram organizados.

Em setembro de 1665, entre os dias 2 e 5, Londres foi atingida por um grande incêndio. O incêndio atingiu mais de 13.000 casas e 87 igrejas, entre elas a Catedral de St. Paul. Não se sabe exatamente o número de mortos, mas estima-se que não foi grande.

Política exterior

Em 21 de maio de 1662, Carlos II casou-se com a princesa Catarina de Bragança de origem portuguesa. O matrimônio não produziu descendentes. Durante o mesmo ano, Carlos vendeu Dunquerque ao rei francês Luís XIV por 40.000 £.

O rei Carlos II

Agradecido pela ajuda prestada para recuperar o trono, Carlos recompensou oito nobres (conhecidos como Lordes Proprietários) com territórios na América do Norte mais precisamente em Carolina (batizada assim em homenagem a seu pai) em 1663.

As Atas de Navegação (1650), prejudicaram o comércio da Holanda e foram a causa da Segunda Guerra Holandesa (1665-1667). O conflito começou pela captura na América do Norte, por parte dos ingleses, de Nova Amsterdã (depois rebatizada com o nome de Nova York, em homenagem ao irmão de Carlos, James, Duque de York, o futuro Jaime II, mas em 1667 os holandeses fizeram um ataque surpresa contra os ingleses na parte superior do Tâmisa, onde ficava o melhor da Armada britânica. Os holandeses afundaram quase todos os navios, exceto a Nave Almirante, a qual tomaram e conduziram até a Holanda como troféu. A Segunda Guerra Holandesa terminou com a assinatura do Tratado de Breda (1667)

Em 1668, a Inglaterra aliou-se com a Suécia e com sua anterior inimiga, a Holanda, a fim de oponer-se a Luís XIV na Guerra da Devolução. Luís foi obrigado a fazer as pazes com esta Tríplice, mas manteve seus planos bélicos. Em 1670 Carlos II assinou o Tratado de Dover, pelo qual Luís XIV se comprometia a pagar-lhe 200.000 £ anuais. Em troca, Carlos concordava a ceder a Luís tropas e converter-se ao Catolicismo. Carlos Ii tentou manter o Tratado em segredo, especialmente a cláusula referente a sua conversão.

Em 1670, Carlos II concedeu à Companhia Britânica das Índias Orientais o direito capitanear exércitos e formar alianças, declarar guerra ou estabelecer a paz e a exercer a jurisdição tanto civil como criminal nas zonas nas quais a companhia operava.

Conflito com o Parlamento

Em 1672, Carlos II assinou a Declaração de Indulgência, na qual manifestava sua intenção de suspender todas as leis que penalizavam os católicos e a outros dissidentes religiosos. No mesmo ano, ele apoiou abertamente a França católica (a epóca governada por seu primo Luís XIV) e iniciou a Terceira Guerra Anglo-Holandesa.

O Parlamento (contrário a conceder tolerância religiosa aos católicos) opôs-se à Declaração de Indulgência e negou-se a financiar a Guerra Anglo-Holandesa, obrigando Carlos a firmar a paz em 1674.

Em 1678, Titus Oates, um antigo clérigo anglicano, denunciou falsamente uma "conspiração papal" para assassinar o rei e substituí-lo pelo Duque de York. A histeria anticatólica estendeu-se pela população com vários supostos conspiradores, e numerosos inocentes foram executados. Carlos II ordenou a seu Primeiro Ministro, Thomas Osborne, o Conde de Danby, que investigasse o caso. Posteriormente, ainda em 1678, o Conde Danby foi submetido a uma moção de censura pela Câmara dos Comuns sob a acusação de alta traição. A fim de salvar o Conde Danby do julgamento, Carlos decidiu dissolver o Parlamento em janeiro de 1679. O novo Parlamento, constituído em março de 1679, resultou ser francamente hostil ao rei. Danby foi forçado a se demitir, mas recebeu o perdão real.

Morte

Outro problema político que Carlos II enfrentou foi referente a sucessão ao trono. O Parlamento se opunha à perspectiva de um monarca católico. Anthony Ashley Cooper, Conde de Shaftesbury, propôs uma Lei de Exclusão, que pretendia tirar Jaime,o Duque de York, da linha sucessória. Alguns quiseram inclusive oferecer a coroa ao protestante James Scott, Duque de Monmouth, um dos filhos ilegítimos de Carlos. Dentre os que opunham a Lei de Exclusão formaram o Partido Tory (ou Partido Conservador), enquanto que os que apoiavam se coverteram no Partido Whig (Partido Liberal). Temendo que a Lei fosse aprovada, Carlos II dissolveu o parlamento em dezembro de 1679.

Carlos morreu repentinamente vítima de uremia em 6 de fevereiro de 1685. Antes de morrer converteu-se ao catolicismo e recebeu a unção dos enfermos. Ele foi sucedido pelo irmão, o Duque de York.

Descendentes

Carlos II deixou um número desconhecido de filhos ilegítimos e nenhum herdeiro legítimo. Ele reconheceu catorze como seus filhos, incluindo Lady Barbara FitzRoy, que provavelmente era filha de John Churchill, mais tarde Duque de Marlborough.

  • Com Marguerite ou Margarida de Carteret
    • Alguns dizem que ela deu à luz um filho chamado James de la Cloche em 1646. Acredita-se que James de Carteret/de la Cloche tenha falecido em algum momento por volta de 1667.
  • Com Elizabeth Killigrew (1622-1680)
    • Charlotte Jemima Henrietta Maria Boyle (FitzCharles) (1650-1684), Condessa de Yarmouth
  • Com Catherine Pegge, Lady Green
    • Charles Fitzcharles (1657-1680), conhecido como "Don Carlos", titulado Conde de Plymouth (1675)
    • Catherine Fitzcharles (nascida em 1658, morreu jovem)
  • Com Dorothea Helena Kirkhoven, Condessa de Derby
    • George Swan (1658-1730)
Carlos II em roupa de Coroação
  • Com Mary 'Moll' Davis, cortesã e atriz
    • Mary Tudor (1673-1726), casou-se com Edward Radclyffe (1655-1705), o 2° Conde de Derwentwater (1687-1705). Com a morte de Edward, Mary casou-se com Henry Graham (filho e herdeiro do coronel James Graham). Viúva pela segunda vez, desposou James Rooke em 1707. Mary teve quatro filhos com Edward, que deram continuidade à Casa de Derwentwater.
  • Com amante desconhecida
    • Elizabeth Fitzcharles (1670-1731), desposou Sir Edward Morgan (1670-1734), o filho de Sir James Morgan, 4° Conde Baronet de Llantarnam, e de sua esposa Lady Ann Hopton. Ela teve dez filhos com Morgan. Algumas fontes mostram seu sobrenome como "Jarman".

Curiosidades

Precedido por:
Carlos I,
após o Protectorado
Rei de Inglaterra
Sucedido por:
Jaime II
Rei da Escócia

Commons
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  1. Fraser, p.32 and Hutton, pp.6–7
  2. Fraser, pp.38–45 and Miller, Charles II p.6
  3. Fraser, pp.55–56