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Costa do Marfim: diferenças entre revisões

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=== Clima ===
=== Clima ===
A Costa do Marfim situa-se em plena [[região tropical]], com o clima habitual destas zonas; a temperatura média situa-se nos 30&nbsp;°C (descendo ligeiramente à noite) durante praticamente todo o ano, com exceção da estação das chuvas onde a temperatura baixa para os 25&nbsp;°C. Há duas estações de chuvas (de Maio a agosto e, com menos intensidade, em novembro). Há duas grandes zonas climáticas; no Norte a paisagem é árida sendo o clima quente e seco; o Sul é bastante úmido com vegetação muito rica.
A Costa do Marfim situa-se em plena [[região tropical]], com o clima habitual destas zonas; a temperatura média situa-se nos 30&nbsp;°C (descendo ligeiramente à noite) durante praticamente todo o ano, com exceção da estação das chuvas, em que a temperatura baixa para os 25&nbsp;°C. Há duas estações de chuvas (de maio a agosto e, com menos intensidade, em novembro). Há duas grandes zonas climáticas: no Norte a paisagem é árida, sendo o clima quente e seco; o Sul é bastante úmido, com vegetação muito rica.


== Fauna e flora ==
== Fauna e flora ==
A [[Vegetação|cobertura vegetal]] mudou consideravelmente ao longo dos anos. A paisagem consistia em [[floresta]]s densas, amplamente subdivididas em florestas hidrófilas e [[Floresta estacional|florestas mesófilas]], que originalmente ocupavam um terço do território ao sul e oeste.<ref>Gabriel Rougerie, L'Encyclopédie générale de la Côte d'Ivoire : le milieu et l'histoire, Abidjan, Paris, Nouvelles éditions africaines, 1978 (<nowiki>ISBN 2-7236-0542-6</nowiki>) (p. 171)</ref> Hoje, é composta por florestas abertas ou [[savana]]s arborizadas, que se estendem do Centro ao Norte, mas com muitos pontos de floresta seca. Pequenos [[Manguezal|manguezais]] também existem no [[litoral]].
A [[Vegetação|cobertura vegetal]] mudou consideravelmente ao longo dos anos. A paisagem consistia em [[floresta]]s densas, amplamente subdivididas em florestas hidrófilas e [[Floresta estacional|florestas mesófilas]], que originalmente ocupavam um terço do território ao sul e oeste.<ref>Gabriel Rougerie, L'Encyclopédie générale de la Côte d'Ivoire : le milieu et l'histoire, Abidjan, Paris, Nouvelles éditions africaines, 1978 (<nowiki>ISBN 2-7236-0542-6</nowiki>) (p. 171)</ref> Hoje, é composta por florestas abertas ou [[savana]]s arborizadas, que se estendem do Centro ao Norte, mas com muitos pontos de floresta seca. Pequenos [[Manguezal|manguezais]] também existem no [[litoral]].
[[Ficheiro:Elephant near ndutu.jpg|miniaturadaimagem|O elefante africano, que dá origem ao nome do país]]
[[Ficheiro:Elephant near ndutu.jpg|miniaturadaimagem|O elefante africano, que dá origem ao nome do país]]
Desde o [[Império colonial francês|período colonial]], as áreas de florestas densas têm sido significativamente reduzidas pelo homem. Desde a independência do país, a área coberta por florestas diminuiu de 16 milhões para 3 milhões, devido ao desmatamento maciço para o cultivo de cacau, do qual a Costa do Marfim é o principal produtor mundial.<ref>{{Citar periódico |url=https://www.lemonde.fr/afrique/article/2022/03/24/en-cote-d-ivoire-face-a-l-urbanisation-sauvage-le-parc-du-banco-poumon-vert-d-abidjan-se-barricade_6118927_3212.html |titulo=En Côte d’Ivoire, face à l’urbanisation sauvage, le parc du Banco, « poumon vert » d’Abidjan, se barricade |data=2022-03-24 |acessodata=2022-10-31 |jornal=Le Monde.fr |lingua=fr}}</ref>
Desde o [[Império colonial francês|período colonial]], as áreas de florestas densas têm sido significativamente reduzidas pelo homem. Desde a independência do país, a área milhões para 3 milhões de hectares (?), devido ao desmatamento maciço para o cultivo de cacau, do qual a Costa do Marfim é o principal produtor mundial.<ref>{{Citar periódico |url=https://www.lemonde.fr/afrique/article/2022/03/24/en-cote-d-ivoire-face-a-l-urbanisation-sauvage-le-parc-du-banco-poumon-vert-d-abidjan-se-barricade_6118927_3212.html |titulo=En Côte d’Ivoire, face à l’urbanisation sauvage, le parc du Banco, « poumon vert » d’Abidjan, se barricade |data=2022-03-24 |acessodata=2022-10-31 |jornal=Le Monde.fr |lingua=fr}}</ref>


A [[fauna]] apresenta uma riqueza particular, com muitas [[espécie]]s [[Animalia|animais]] ([[vertebrados]], [[invertebrados]], [[Animal aquático|animais aquáticos]] e [[parasita]]s). Entre os [[mamíferos]], o animal mais emblemático continua sendo o [[elefante]], cujas presas, feitas de [[marfim]], já foram uma importante fonte de [[renda]]. Abundante na floresta e na savana, o elefante foi intensamente caçado. Como resultado, atualmente é presente apenas em [[Área protegida|reservas]] e parques e em alguns pontos nas florestas.
A [[fauna]] apresenta uma riqueza particular, com muitas [[espécie]]s [[Animalia|animais]] ([[vertebrados]], [[invertebrados]], [[Animal aquático|animais aquáticos]] e [[parasita]]s). Entre os [[mamíferos]], o animal mais emblemático continua sendo o [[elefante]], cujas presas, feitas de [[marfim]], já foram uma importante fonte de [[renda]]. Abundante na floresta e na savana, o elefante foi intensamente caçado. Como resultado, atualmente é presente apenas em [[Área protegida|reservas]] e parques e em alguns pontos nas florestas.
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[[Ficheiro:Asnat codivoire.jpg|thumb|esquerda|[[Assembleia Nacional da Costa do Marfim]] em [[Abidjã]]]]
[[Ficheiro:Asnat codivoire.jpg|thumb|esquerda|[[Assembleia Nacional da Costa do Marfim]] em [[Abidjã]]]]
A Costa do Marfim foi colonizada pela França na época em que o [[imperialismo]] se instalou sobre a África e a Ásia. Nessa época, os [[Europa|europeus]] buscavam mercado consumidor e matéria-prima para suas fábricas e para seus produtos manufaturados. Então foi feita a "[[Partilha de África|Partilha da África]]", onde alguns países europeus dividiram a África em territórios.
A Costa do Marfim foi colonizada pela França na época em que o [[imperialismo]] se instalou sobre a África e a Ásia. Nessa época, os [[Europa|europeus]] buscavam mercado consumidores e matéria-prima para suas fábricas e para seus produtos manufaturados. Então foi feita a "[[Partilha de África|Partilha da África]]", onde alguns países europeus dividiram a África em territórios.


Sob a presidência de [[Alassane Ouattara]], a justiça é manipulada para neutralizar seus oponentes políticos. A Comissão Eleitoral Independente (IEC), responsável pelas eleições, é altamente contestada pela oposição devido ao controlo exercido sobre ela pelo governo. Em 2016, a Corte Africana de Direitos Humanos e dos Povos reconheceu que a CEI não era imparcial nem independente e que o Estado da Costa de Marfi violou, entre outras coisas, a Carta Africana dos Direitos Humanos e dos Povos. Num relatório confidencial tornado público pela imprensa, os embaixadores europeus evocam autoridades que "são impermeáveis a críticas internas ou externas e politicamente demasiado fracas para aceitar o jogo democrático". Milhares de opositores são presos pelo seu regime.<ref>{{Citar web |ultimo=Pigeaud |primeiro=Fanny |url=https://www.mediapart.fr/journal/international/080818/cote-d-ivoire-lache-de-toutes-parts-le-president-ouattara-consent-quelques-concessions |titulo=Côte d’Ivoire: lâché de toutes parts, le président Ouattara consent à quelques concessions |acessodata=2021-08-02 |website=Mediapart |lingua=fr}}</ref>
Sob a presidência de [[Alassane Ouattara]], a justiça é manipulada para neutralizar seus oponentes políticos. A Comissão Eleitoral Independente (IEC), responsável pelas eleições, é altamente contestada pela oposição devido ao controlo exercido sobre ela pelo governo. Em 2016, a Corte Africana de Direitos Humanos e dos Povos reconheceu que a CEI não era imparcial nem independente e que o Estado da Costa de Marfim violou, entre outras coisas, a Carta Africana dos Direitos Humanos e dos Povos. Num relatório confidencial tornado público pela imprensa, os embaixadores europeus evocam autoridades que "são impermeáveis a críticas internas ou externas e politicamente demasiado fracas para aceitar o jogo democrático". Milhares de opositores são presos pelo seu regime.<ref>{{Citar web |ultimo=Pigeaud |primeiro=Fanny |url=https://www.mediapart.fr/journal/international/080818/cote-d-ivoire-lache-de-toutes-parts-le-president-ouattara-consent-quelques-concessions |titulo=Côte d’Ivoire: lâché de toutes parts, le président Ouattara consent à quelques concessions |acessodata=2021-08-02 |website=Mediapart |lingua=fr}}</ref>


== Subdivisões ==
== Subdivisões ==
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[[Imagem:Cote D'ivoire Product Exports (2019).svg|esquerda|thumb|Principais produtos de [[exportação]] da Costa do Marfim em 2019 {{en}}.]]
[[Imagem:Cote D'ivoire Product Exports (2019).svg|esquerda|thumb|Principais produtos de [[exportação]] da Costa do Marfim em 2019 {{en}}.]]


A economia da Costa do Marfim é baseada principalmente no cultivo do [[cacau]]. Em 2019, o país foi o maior produtor e exportador do mundo. A Costa do Marfim também foi, neste ano, o 2º maior produtor do mundo de [[noz de cola]], o 3º maior produtor do mundo de [[castanha de caju]] e [[inhame]], o 8º maior produtor do mundo de [[banana-da-terra]], além de ter grandes produções de [[mandioca]], [[óleo de palma]], [[arroz]], [[cana de açúcar]], [[milho]], [[borracha natural]], [[algodão]], entre outros.<ref>[http://www.fao.org/faostat/en/#data/QC/ Agricultura da Costa do Marfim, pela FAO]</ref> As maiores exportações de produtos agropecuários processados do país em termos de valor, em 2019, foram: [[cacau]] (U$ 4,6 bilhões), [[borracha natural]] (U$ 0,9 bilhões), [[castanha de caju]] (U$ 0,8 bilhões), [[algodão]] (U$ 0,36 bilhões), [[café]] (U$ 0,22 bilhões), [[óleo de palma]] (U$ 0,2 bilhões), [[banana]] (U$ 0,16 bilhões) e produtos feitos com [[chocolate]] (U$ 0,15 bilhões), entre outros.<ref>[http://www.fao.org/faostat/en/#data/TP/ Exportações da Costa do Marfim, pela FAO]</ref> O país já foi o maior exportador de óleo de palma (256 mil toneladas) e o terceiro produtor de algodão (106 mil toneladas de fibras — 1995) — ainda que a dívida desse pais chega a quase {{Fmtn|15608}} milhões. As produções de borracha (83 mil toneladas — 1995) e de copra (43 mil toneladas — 1995), inexistentes antes de 1960, bem como as lavouras de abacaxi (170 mil toneladas — 1995), bananas (211 mil toneladas — 1995) e açúcar (125 mil toneladas — 1995), se tornaram itens importantes da balança comercial. A recuperação do setor de madeira, que, em 1988, correspondia a um terço da receita de exportação, é mais recente.
A economia da Costa do Marfim é baseada principalmente no cultivo do [[cacau]]. Em 2019, o país foi o maior produtor e exportador do mundo. A Costa do Marfim também foi, neste ano, o 2.º maior produtor do mundo de [[noz de cola]], o 3.º maior produtor do mundo de [[castanha de caju]] e [[inhame]], o 8.º maior produtor do mundo de [[banana-da-terra]], além de ter grandes produções de [[mandioca]], [[óleo de palma]], [[arroz]], [[cana de açúcar]], [[milho]], [[borracha natural]], [[algodão]], entre outros.<ref>[http://www.fao.org/faostat/en/#data/QC/ Agricultura da Costa do Marfim, pela FAO]</ref> As maiores exportações de produtos agropecuários processados do país, em termos de valor, em 2019, foram: [[cacau]] (U$ 4,6 bilhões), [[borracha natural]] (U$ 0,9 bilhão), [[castanha de caju]] (U$ 0,8 bilhão), [[algodão]] (U$ 0,36 bilhão), [[café]] (U$ 0,22 bilhão), [[óleo de palma]] (U$ 0,2 bilhão), [[banana]] (U$ 0,16 bilhão) e produtos feitos com [[chocolate]] (U$ 0,15 bilhão), entre outros.<ref>[http://www.fao.org/faostat/en/#data/TP/ Exportações da Costa do Marfim, pela FAO]</ref> O país já foi o maior exportador de óleo de palma (256 mil toneladas) e o terceiro produtor de algodão (106 mil toneladas de fibras — 1995) —, ainda que a dívida externa desse país chegue a quase {{Fmtn|15608}} milhões. As produções de borracha (83 mil toneladas — 1995) e de copra (43 mil toneladas — 1995), inexistentes antes de 1960, bem como as lavouras de abacaxi (170 mil toneladas — 1995), bananas (211 mil toneladas — 1995) e açúcar (125 mil toneladas — 1995), tornaram-se itens importantes da balança comercial. A recuperação do setor de madeira, que em 1988 correspondia a um terço da receita de exportação, é mais recente.


No setor da [[pecuária]] o país tem uma baixa produção. Diante do problema de abastecimento em proteínas animais, a Costa do Marfim é obrigada a importar grandes quantidades de carne. Portanto, um amplo programa visando a desenvolver o potencial nacional foi lançado.
No setor da [[pecuária]], o país tem uma baixa produção. Diante do problema de abastecimento em proteínas animais, a Costa do Marfim é obrigada a importar grandes quantidades de carne. Portanto, um amplo programa visando a desenvolver o potencial nacional foi lançado.


A economia também é baseada nas {{Fmtn|1600}} indústrias do país, no total em todos os setores são 2 283 empresas privadas e 140 em que o estado é acionista majoritário. 74% das empresas se encontram na região de [[Abidjã]], 4% em [[Bouaké]] e 2% em [[San Pedro]],{{dn}} 20% em outras regiões. O sistema bancário marfinense é um dos mais desenvolvidos da [[África]]. Ele é composto de um banco de desenvolvimento, de 16 bancos comerciais, de uma dezena de representações internacionais e de 16 estabelecimentos financeiros. A Côte d’Ivoire pertence à “zona franca”, institucionalizada pela União Monetária Oeste Africana. Os sete estados membros ([[Benim]], [[Burquina Fasso]], Costa do Marfim, [[Mali]], [[Níger]], [[Senegal]] e [[Togo]]) entregaram a emissão da moeda, o Franco CFA, e de maneira geral, as suas políticas monetárias a uma instituição, o Banco Central dos Estados da África do Oeste, cuja sede fica em [[Dacar]] (Senegal).
A economia também é baseada nas {{Fmtn|1600}} indústrias do país, no total em todos os setores são 2 283 empresas privadas e 140 em que o estado é acionista majoritário. 74% das empresas se encontram na região de [[Abidjã]], 4% em [[Bouaké]] e 2% em [[San Pedro]],{{dn}} 20% em outras regiões. O sistema bancário marfinense é um dos mais desenvolvidos da [[África]]. Ele é composto de um banco de desenvolvimento, de 16 bancos comerciais, de uma dezena de representações internacionais e de 16 estabelecimentos financeiros. A Côte d’Ivoire pertence à “zona franca”, institucionalizada pela União Monetária Oeste Africana. Os sete estados membros ([[Benim]], [[Burquina Fasso]], Costa do Marfim, [[Mali]], [[Níger]], [[Senegal]] e [[Togo]]) entregaram a emissão da moeda o Franco CFA, e de maneira geral, as suas políticas monetárias a uma instituição, o Banco Central dos Estados da África do Oeste, cuja sede fica em [[Dacar]] (Senegal).


Na [[mineração]], em 2019, o país era o 9º maior produtor mundial de [[manganês]]<ref>[https://pubs.usgs.gov/periodicals/mcs2021/mcs2021-manganese.pdf USGS Manganese Production Statistics]</ref> Além disso, tem uma produção considerável de [[ouro]].<ref>{{Citar web |url=https://www.ceicdata.com/en/indicator/ivory-coast/gold-production |titulo=Ivory Coast Gold Production, 1990 – 2021 {{!}} CEIC Data |acessodata=2021-08-02 |website=www.ceicdata.com}}</ref>
Na [[mineração]], em 2019, o país era o 9.º maior produtor mundial de [[manganês]]<ref>[https://pubs.usgs.gov/periodicals/mcs2021/mcs2021-manganese.pdf USGS Manganese Production Statistics]</ref> Além disso, tem uma produção considerável de [[ouro]].<ref>{{Citar web |url=https://www.ceicdata.com/en/indicator/ivory-coast/gold-production |titulo=Ivory Coast Gold Production, 1990 – 2021 {{!}} CEIC Data |acessodata=2021-08-02 |website=www.ceicdata.com}}</ref>


Até a segunda metade do {{séc|XX}}, o país era o maior explorador de [[marfim]], daí o nome Costa do Marfim.
Até a segunda metade do {{séc|XX}}, o país era o maior explorador de [[marfim]], daí o nome Costa do Marfim.


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Em 2010 o país foi o 51.º maior exportador de [[petróleo]] do mundo (32,1 mil barris/dia).<ref>{{Citar web |url=https://www.eia.gov/international/data/world/petroleum-and-other-liquids/annual-petroleum-and-other-liquids-production |titulo=International - U.S. Energy Information Administration (EIA) |acessodata=2021-08-02 |website=www.eia.gov}}</ref> Em 2015, o país era o 57.º maior produtor de [[gás natural]] (2 bilhões de m³/ano).<ref>[https://www.cia.gov/library/publications/the-world-factbook/rankorder/2249rank.html CIA. The World Factbook. Natural gas - production.]</ref>


== Cultura ==
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== Ver também ==
== Ver também ==
* [[Missões diplomáticas da Costa do Marfim]]
* [[Política da Costa do Marfim]]
* [[Guerra civil da Costa do Marfim]]
* [[Eleições presidenciais na Costa do Marfim em 2010]]
* [[Eleições presidenciais na Costa do Marfim em 2010]]
* [[Guerra civil da Costa do Marfim]]
* [[Igreja Católica na Costa do Marfim]]
* [[Igreja Católica na Costa do Marfim]]
* [[Missões diplomáticas da Costa do Marfim]]
* [[Política da Costa do Marfim]]


{{Notas}}
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Revisão das 04h00min de 10 de agosto de 2024

República da Costa do Marfim
République de Côte d'Ivoire
Bandeira da Costa do Marfim
Bandeira da Costa do Marfim
Brasão de armas da Costa do Marfim
Brasão de armas da Costa do Marfim
Bandeira Brasão de armas da Costa do Marfim
Lema: "Union, Discipline, Travail" ("União, Disciplina, Trabalho")
Hino nacional: "L'Abidjanaise" ("A Abidjanesa")
Gentílico: costa-marfinense, marfinense, ebúrneo,[1] ivoiriense[2][nota 1]

Localização
Localização

Capital Iamussucro (constitucional),
Abidjã (sede do governo)
Cidade mais populosa Abidjã
Língua oficial Francês
Governo República presidencialista
• Presidente Alassane Ouattara
• Vice-presidente Tiémoko Meyliet Koné
• Primeiro-ministro Robert Beugré Mambé
Independência da França
• Data 7 de agosto de 1960
• Constituição Atual 8 de Novembro de 2016
Área
  • Total 322 463 km² (67.º)
 • Água (%) 1,4
 Fronteira Mali, Burquina Fasso (N), Gana (E), Libéria e Guiné (W)
População
 • Estimativa para 2018 23 740 424 hab. (55.º)
 • Densidade 53 hab./km² (122.º)
PIB (base PPC) Estimativa de 2014
 • Total US$ 71,952 bilhões*[3]
 • Per capita US$ 2 902[3]
PIB (nominal) Estimativa de 2014
 • Total US$ 33,963 bilhões*[3]
 • Per capita US$ 1 369[3]
IDH (2021) 0,550 (159.º) – médio[4]
Gini (2002) 44,6[5]
Moeda Franco CFA (XOF)
Fuso horário (UTC+0)
Cód. ISO CIV
Cód. Internet .ci
Cód. telef. +225

A Costa do Marfim (em francês: Côte d'Ivoire), oficial e protocolarmente República de Côte d'Ivoire,[nota 2] é um país africano, limitado a norte pelo Mali e pelo Burquina Fasso, a leste pelo Gana, a sul pelo Oceano Atlântico e a oeste pela Libéria e pela Guiné. Sua capital é Iamussucro, mas a maior cidade é Abidjã.[6]

Em Portugal, denomina-se ebúrneo, marfinês, costa-marfinês ou ainda costa-marfinense a quem é natural da Costa do Marfim. No Brasil, é marfinense. O governo marfinês solicitou à comunidade internacional em outubro de 1985 que o país seja designado apenas pelo nome francês Côte d'Ivoire e vários países e organizações internacionais acataram.[7] No entanto, em português o país é comumente designado pelo seu nome original Costa do Marfim, já que a região foi batizada por exploradores portugueses. O mesmo ocorrendo em outras línguas, como Ivory Coast em inglês e Elfenbeinküste em alemão.

Antes de sua colonização pelos europeus, a Costa do Marfim era o lar de vários estados, incluindo Reino Jamã, o Império de Congue e Baúle. A área tornou-se um protetorado da França em 1843 e se consolidou como uma colônia francesa em 1893, em meio à disputa europeia pela África. Alcançou a independência em 1960, liderada por Félix Houphouët-Boigny, que governou o país até 1993. Relativamente estável pelos padrões regionais, a Costa do Marfim estabeleceu estreitos laços políticos e econômicos com seus vizinhos da África Ocidental, mantendo ao mesmo tempo relações estreitas com o Ocidente, especialmente a França. O país experimentou um golpe de Estado em 1999 e duas guerras civis fundamentadas religiosamente, primeiro entre 2002 e 2007 e novamente durante 2010 e 2011. Em 2000, o país adotou uma nova constituição.

A Costa do Marfim é uma república com forte poder executivo investido em seu presidente. Através da produção de café e cacau, o país foi uma potência econômica na África Ocidental durante as décadas de 1960 e 1970, embora tenha passado por uma crise econômica nos anos 80, contribuindo para um período de turbulência política e social. No século XXI, a economia marfinense é amplamente baseada no mercado e ainda depende fortemente da agricultura, com a produção de culturas de pequenos agricultores sendo dominante. A língua oficial é o francês, com línguas indígenas locais também amplamente utilizadas, incluindo baúle, diúla (que é usada no comércio), dã, anim e cebaara senufô. No total, existem cerca de 78 línguas faladas na Costa do Marfim. Existem grandes populações de muçulmanos, cristãos (principalmente católicos romanos) e várias religiões indígenas.

História

Ver artigo principal: História da Costa do Marfim

Clima

Ver artigo principal: Geografia da Costa do Marfim

Clima

A Costa do Marfim situa-se em plena região tropical, com o clima habitual destas zonas; a temperatura média situa-se nos 30 °C (descendo ligeiramente à noite) durante praticamente todo o ano, com exceção da estação das chuvas, em que a temperatura baixa para os 25 °C. Há duas estações de chuvas (de maio a agosto e, com menos intensidade, em novembro). Há duas grandes zonas climáticas: no Norte a paisagem é árida, sendo o clima quente e seco; o Sul é bastante úmido, com vegetação muito rica.

Fauna e flora

A cobertura vegetal mudou consideravelmente ao longo dos anos. A paisagem consistia em florestas densas, amplamente subdivididas em florestas hidrófilas e florestas mesófilas, que originalmente ocupavam um terço do território ao sul e oeste.[8] Hoje, é composta por florestas abertas ou savanas arborizadas, que se estendem do Centro ao Norte, mas com muitos pontos de floresta seca. Pequenos manguezais também existem no litoral.

O elefante africano, que dá origem ao nome do país

Desde o período colonial, as áreas de florestas densas têm sido significativamente reduzidas pelo homem. Desde a independência do país, a área milhões para 3 milhões de hectares (?), devido ao desmatamento maciço para o cultivo de cacau, do qual a Costa do Marfim é o principal produtor mundial.[9]

A fauna apresenta uma riqueza particular, com muitas espécies animais (vertebrados, invertebrados, animais aquáticos e parasitas). Entre os mamíferos, o animal mais emblemático continua sendo o elefante, cujas presas, feitas de marfim, já foram uma importante fonte de renda. Abundante na floresta e na savana, o elefante foi intensamente caçado. Como resultado, atualmente é presente apenas em reservas e parques e em alguns pontos nas florestas.

A Costa do Marfim também abriga duas espécies de hipopótamos, o da savana e o pigmeu. O javali gigante, búfalos, macacos ainda numerosos, roedores, pangolins e carnívoros, e o leão, também residem no país.

Aves, das quais centenas de espécies já foram identificadas, embelezam as paisagens. Há também muitos répteis (cobras, lagartos, camaleões), anfíbios e peixes de água doce, e inúmeras espécies de invertebrados como moluscos, insetos (borboletas, besouros, formigas, cupins), aranhas e escorpiões. Alguns animais, como algumas subespécies do chimpanzé comum, tornam-se mais raros a cada dia. Muitas outras espécies estão ameaçadas.[10]

Política

Ver artigo principal: Política da Costa do Marfim
Assembleia Nacional da Costa do Marfim em Abidjã

A Costa do Marfim foi colonizada pela França na época em que o imperialismo se instalou sobre a África e a Ásia. Nessa época, os europeus buscavam mercado consumidores e matéria-prima para suas fábricas e para seus produtos manufaturados. Então foi feita a "Partilha da África", onde alguns países europeus dividiram a África em territórios.

Sob a presidência de Alassane Ouattara, a justiça é manipulada para neutralizar seus oponentes políticos. A Comissão Eleitoral Independente (IEC), responsável pelas eleições, é altamente contestada pela oposição devido ao controlo exercido sobre ela pelo governo. Em 2016, a Corte Africana de Direitos Humanos e dos Povos reconheceu que a CEI não era imparcial nem independente e que o Estado da Costa de Marfim violou, entre outras coisas, a Carta Africana dos Direitos Humanos e dos Povos. Num relatório confidencial tornado público pela imprensa, os embaixadores europeus evocam autoridades que "são impermeáveis a críticas internas ou externas e politicamente demasiado fracas para aceitar o jogo democrático". Milhares de opositores são presos pelo seu regime.[11]

Subdivisões

Ver artigo principal: Subdivisões da Costa do Marfim
Regiões da Costa do Marfim

A Costa do Marfim está dividida em 19 regiões (régions), que, por sua vez, estão subdivididas em 58 departamentos (départements).

Regiões

Economia

Ver artigo principal: Economia da Costa do Marfim
Rodovia no centro de Abidjã, capital de facto do país.
Principais produtos de exportação da Costa do Marfim em 2019 (em inglês).

A economia da Costa do Marfim é baseada principalmente no cultivo do cacau. Em 2019, o país foi o maior produtor e exportador do mundo. A Costa do Marfim também foi, neste ano, o 2.º maior produtor do mundo de noz de cola, o 3.º maior produtor do mundo de castanha de caju e inhame, o 8.º maior produtor do mundo de banana-da-terra, além de ter grandes produções de mandioca, óleo de palma, arroz, cana de açúcar, milho, borracha natural, algodão, entre outros.[12] As maiores exportações de produtos agropecuários processados do país, em termos de valor, em 2019, foram: cacau (U$ 4,6 bilhões), borracha natural (U$ 0,9 bilhão), castanha de caju (U$ 0,8 bilhão), algodão (U$ 0,36 bilhão), café (U$ 0,22 bilhão), óleo de palma (U$ 0,2 bilhão), banana (U$ 0,16 bilhão) e produtos feitos com chocolate (U$ 0,15 bilhão), entre outros.[13] O país já foi o maior exportador de óleo de palma (256 mil toneladas) e o terceiro produtor de algodão (106 mil toneladas de fibras — 1995) —, ainda que a dívida externa desse país chegue a quase 15 608 milhões. As produções de borracha (83 mil toneladas — 1995) e de copra (43 mil toneladas — 1995), inexistentes antes de 1960, bem como as lavouras de abacaxi (170 mil toneladas — 1995), bananas (211 mil toneladas — 1995) e açúcar (125 mil toneladas — 1995), tornaram-se itens importantes da balança comercial. A recuperação do setor de madeira, que em 1988 correspondia a um terço da receita de exportação, é mais recente.

No setor da pecuária, o país tem uma baixa produção. Diante do problema de abastecimento em proteínas animais, a Costa do Marfim é obrigada a importar grandes quantidades de carne. Portanto, um amplo programa visando a desenvolver o potencial nacional foi lançado.

A economia também é baseada nas 1 600 indústrias do país, no total em todos os setores são 2 283 empresas privadas e 140 em que o estado é acionista majoritário. 74% das empresas se encontram na região de Abidjã, 4% em Bouaké e 2% em San Pedro,[desambiguação necessária] 20% em outras regiões. O sistema bancário marfinense é um dos mais desenvolvidos da África. Ele é composto de um banco de desenvolvimento, de 16 bancos comerciais, de uma dezena de representações internacionais e de 16 estabelecimentos financeiros. A Côte d’Ivoire pertence à “zona franca”, institucionalizada pela União Monetária Oeste Africana. Os sete estados membros (Benim, Burquina Fasso, Costa do Marfim, Mali, Níger, Senegal e Togo) entregaram a emissão da moeda o Franco CFA, e de maneira geral, as suas políticas monetárias a uma instituição, o Banco Central dos Estados da África do Oeste, cuja sede fica em Dacar (Senegal).

Na mineração, em 2019, o país era o 9.º maior produtor mundial de manganês[14] Além disso, tem uma produção considerável de ouro.[15]

Até a segunda metade do século XX, o país era o maior explorador de marfim, daí o nome Costa do Marfim.

Em 2010 o país foi o 51.º maior exportador de petróleo do mundo (32,1 mil barris/dia).[16] Em 2015, o país era o 57.º maior produtor de gás natural (2 bilhões de m³/ano).[17]

Cultura

Ver artigo principal: Cultura da Costa do Marfim

Esporte

O futebol é o esporte mais praticado do país, a Seleção Marfinense de Futebol se classificou para as copas do mundo de 2006, 2010 e 2014,[18] mas não conseguiu classificação para as oitavas de final, porém, venceu o Campeonato Africano das Nações de 1992 e de 2015 e a seleção conta com as estrelas Didier Drogba, Salomon Kalou, Kolo Touré e Yaya Touré (melhor jogador africano de 2013) que brilham nos principais clubes da Europa. A seleção também classificou-se para a Copa do Mundo de 2014 no Brasil. O rugby tem também papel de destaque na história esportiva da Costa do Marfim é um esporte bem disputado e foi introduzido no país pela colonização francesa; outros esportes ainda incluem o basquetebol e atletismo. Em Jogos Olímpicos, a Costa do Marfim, conquistou 3 medalhas (1 ouro, 1 prata e 1 bronze), sendo Cheick Sallah Cissé o responsável pela única medalha dourada do país, nos Jogos Olímpicos Rio 2016 no taekwondo; Ruth Gbabi também no Jogos de 2016, levou o bronze no taekwondo feminino, e Gabriel Tiacoh faturou a prata no atletismo nos Jogos Olímpicos de Los Angeles 1984.[19]

Feriados
Data Nome em português Nome local Observações
7 de agosto[20] Festa da Independência Fête de l'Indépendance
7 de dezembro Aniversário da morte do pai da nação, Félix Houphouët Boigny Anniversaire du décès du père de la nation, Félix Houphouët Boigny

Ver também

Notas
  1. Do nome oficial, Côte d'Ivoire.
  2. A forma comum e coloquial do país é Costa do Marfim. No entanto, o governo costa-marfinense solicitou à comunidade internacional que usasse protocolarmente as forma francófonas Côte d'Ivoire e República de Côte d'Ivoire. Este uso é muitas vezes seguido também no discurso coloquial no português dos PALOP.
Referências
  1. Portal da Língua Portuguesa, Dicionário de Gentílicos e Topónimos da Costa do Marfim
  2. «Costa do Marfim: Sociedade civil ivoiriense (...)». Pambazuka. 1 de outubro de 2010. Consultado em 24 de março de 2013. Arquivado do original em 30 de Maio de 2013 
  3. a b c d Fundo Monetário Internacional (FMI), ed. (Outubro de 2014). «World Economic Outlook Database». Consultado em 29 de outubro de 2014 
  4. «Relatório de Desenvolvimento Humano 2021/2022» 🔗 (PDF). Programa de Desenvolvimento das Nações Unida. Consultado em 8 de setembro de 2022 
  5. CIA World Factbook, Lista de Países por Coeficiente de Gini (em inglês)
  6. Portal São Francisco. «Costa do Marfim». Consultado em 22 de janeiro de 2012 
  7. «Member States». www.ilo.org (em inglês). Consultado em 2 de agosto de 2021 
  8. Gabriel Rougerie, L'Encyclopédie générale de la Côte d'Ivoire : le milieu et l'histoire, Abidjan, Paris, Nouvelles éditions africaines, 1978 (ISBN 2-7236-0542-6) (p. 171)
  9. «En Côte d'Ivoire, face à l'urbanisation sauvage, le parc du Banco, « poumon vert » d'Abidjan, se barricade». Le Monde.fr (em francês). 24 de março de 2022. Consultado em 31 de outubro de 2022 
  10. Gabriel Rougerie, L'Encyclopédie générale de la Côte d'Ivoire : le milieu et l'histoire, Abidjan, Paris, Nouvelles éditions africaines, 1978 (ISBN 2-7236-0542-6) (p. 207-214)
  11. Pigeaud, Fanny. «Côte d'Ivoire: lâché de toutes parts, le président Ouattara consent à quelques concessions». Mediapart (em francês). Consultado em 2 de agosto de 2021 
  12. Agricultura da Costa do Marfim, pela FAO
  13. Exportações da Costa do Marfim, pela FAO
  14. USGS Manganese Production Statistics
  15. «Ivory Coast Gold Production, 1990 – 2021 | CEIC Data». www.ceicdata.com. Consultado em 2 de agosto de 2021 
  16. «International - U.S. Energy Information Administration (EIA)». www.eia.gov. Consultado em 2 de agosto de 2021 
  17. CIA. The World Factbook. Natural gas - production.
  18. UOL Copa do Mundo. «Costa do Marfim na Copa 2010: Acompanhe a seleção». Consultado em 22 de janeiro de 2012 
  19. «IOC - International Olympic Committee | Olympics.com». International Olympic Committee (em inglês). 2 de agosto de 2021. Consultado em 2 de agosto de 2021 
  20. Portal Brasil. «Costa do Marfim». Consultado em 22 de janeiro de 2012 

Bibliografia

Ligações externas

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