Costa do Marfim: diferenças entre revisões
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A Costa do Marfim situa-se em plena [[região tropical]], com o clima habitual destas zonas; a temperatura média situa-se nos 30 °C (descendo ligeiramente à noite) durante praticamente todo o ano, com exceção da estação das chuvas, em que a temperatura baixa para os 25 °C. Há duas estações de chuvas (de maio a agosto e, com menos intensidade, em novembro). Há duas grandes zonas climáticas: no Norte a paisagem é árida, sendo o clima quente e seco; o Sul é bastante úmido, com vegetação muito rica. |
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== Fauna e flora == |
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A [[Vegetação|cobertura vegetal]] mudou consideravelmente ao longo dos anos. A paisagem consistia em [[floresta]]s densas, amplamente subdivididas em florestas hidrófilas e [[Floresta estacional|florestas mesófilas]], que originalmente ocupavam um terço do território ao sul e oeste.<ref>Gabriel Rougerie, L'Encyclopédie générale de la Côte d'Ivoire : le milieu et l'histoire, Abidjan, Paris, Nouvelles éditions africaines, 1978 (<nowiki>ISBN 2-7236-0542-6</nowiki>) (p. 171)</ref> Hoje, é composta por florestas abertas ou [[savana]]s arborizadas, que se estendem do Centro ao Norte, mas com muitos pontos de floresta seca. Pequenos [[Manguezal|manguezais]] também existem no [[litoral]]. |
A [[Vegetação|cobertura vegetal]] mudou consideravelmente ao longo dos anos. A paisagem consistia em [[floresta]]s densas, amplamente subdivididas em florestas hidrófilas e [[Floresta estacional|florestas mesófilas]], que originalmente ocupavam um terço do território ao sul e oeste.<ref>Gabriel Rougerie, L'Encyclopédie générale de la Côte d'Ivoire : le milieu et l'histoire, Abidjan, Paris, Nouvelles éditions africaines, 1978 (<nowiki>ISBN 2-7236-0542-6</nowiki>) (p. 171)</ref> Hoje, é composta por florestas abertas ou [[savana]]s arborizadas, que se estendem do Centro ao Norte, mas com muitos pontos de floresta seca. Pequenos [[Manguezal|manguezais]] também existem no [[litoral]]. |
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[[Ficheiro:Elephant near ndutu.jpg|miniaturadaimagem|O elefante africano, que dá origem ao nome do país]] |
[[Ficheiro:Elephant near ndutu.jpg|miniaturadaimagem|O elefante africano, que dá origem ao nome do país]] |
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Desde o [[Império colonial francês|período colonial]], as áreas de florestas densas têm sido significativamente reduzidas pelo homem. Desde a independência do país, a área |
Desde o [[Império colonial francês|período colonial]], as áreas de florestas densas têm sido significativamente reduzidas pelo homem. Desde a independência do país, a área milhões para 3 milhões de hectares (?), devido ao desmatamento maciço para o cultivo de cacau, do qual a Costa do Marfim é o principal produtor mundial.<ref>{{Citar periódico |url=https://www.lemonde.fr/afrique/article/2022/03/24/en-cote-d-ivoire-face-a-l-urbanisation-sauvage-le-parc-du-banco-poumon-vert-d-abidjan-se-barricade_6118927_3212.html |titulo=En Côte d’Ivoire, face à l’urbanisation sauvage, le parc du Banco, « poumon vert » d’Abidjan, se barricade |data=2022-03-24 |acessodata=2022-10-31 |jornal=Le Monde.fr |lingua=fr}}</ref> |
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A [[fauna]] apresenta uma riqueza particular, com muitas [[espécie]]s [[Animalia|animais]] ([[vertebrados]], [[invertebrados]], [[Animal aquático|animais aquáticos]] e [[parasita]]s). Entre os [[mamíferos]], o animal mais emblemático continua sendo o [[elefante]], cujas presas, feitas de [[marfim]], já foram uma importante fonte de [[renda]]. Abundante na floresta e na savana, o elefante foi intensamente caçado. Como resultado, atualmente é presente apenas em [[Área protegida|reservas]] e parques e em alguns pontos nas florestas. |
A [[fauna]] apresenta uma riqueza particular, com muitas [[espécie]]s [[Animalia|animais]] ([[vertebrados]], [[invertebrados]], [[Animal aquático|animais aquáticos]] e [[parasita]]s). Entre os [[mamíferos]], o animal mais emblemático continua sendo o [[elefante]], cujas presas, feitas de [[marfim]], já foram uma importante fonte de [[renda]]. Abundante na floresta e na savana, o elefante foi intensamente caçado. Como resultado, atualmente é presente apenas em [[Área protegida|reservas]] e parques e em alguns pontos nas florestas. |
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A Costa do Marfim foi colonizada pela França na época em que o [[imperialismo]] se instalou sobre a África e a Ásia. Nessa época, os [[Europa|europeus]] buscavam mercado |
A Costa do Marfim foi colonizada pela França na época em que o [[imperialismo]] se instalou sobre a África e a Ásia. Nessa época, os [[Europa|europeus]] buscavam mercado consumidores e matéria-prima para suas fábricas e para seus produtos manufaturados. Então foi feita a "[[Partilha de África|Partilha da África]]", onde alguns países europeus dividiram a África em territórios. |
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Sob a presidência de [[Alassane Ouattara]], a justiça é manipulada para neutralizar seus oponentes políticos. A Comissão Eleitoral Independente (IEC), responsável pelas eleições, é altamente contestada pela oposição devido ao controlo exercido sobre ela pelo governo. Em 2016, a Corte Africana de Direitos Humanos e dos Povos reconheceu que a CEI não era imparcial nem independente e que o Estado da Costa de |
Sob a presidência de [[Alassane Ouattara]], a justiça é manipulada para neutralizar seus oponentes políticos. A Comissão Eleitoral Independente (IEC), responsável pelas eleições, é altamente contestada pela oposição devido ao controlo exercido sobre ela pelo governo. Em 2016, a Corte Africana de Direitos Humanos e dos Povos reconheceu que a CEI não era imparcial nem independente e que o Estado da Costa de Marfim violou, entre outras coisas, a Carta Africana dos Direitos Humanos e dos Povos. Num relatório confidencial tornado público pela imprensa, os embaixadores europeus evocam autoridades que "são impermeáveis a críticas internas ou externas e politicamente demasiado fracas para aceitar o jogo democrático". Milhares de opositores são presos pelo seu regime.<ref>{{Citar web |ultimo=Pigeaud |primeiro=Fanny |url=https://www.mediapart.fr/journal/international/080818/cote-d-ivoire-lache-de-toutes-parts-le-president-ouattara-consent-quelques-concessions |titulo=Côte d’Ivoire: lâché de toutes parts, le président Ouattara consent à quelques concessions |acessodata=2021-08-02 |website=Mediapart |lingua=fr}}</ref> |
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== Subdivisões == |
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[[Imagem:Cote D'ivoire Product Exports (2019).svg|esquerda|thumb|Principais produtos de [[exportação]] da Costa do Marfim em 2019 {{en}}.]] |
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A economia da Costa do Marfim é baseada principalmente no cultivo do [[cacau]]. Em 2019, o país foi o maior produtor e exportador do mundo. A Costa do Marfim também foi, neste ano, o 2º maior produtor do mundo de [[noz de cola]], o 3º maior produtor do mundo de [[castanha de caju]] e [[inhame]], o 8º maior produtor do mundo de [[banana-da-terra]], além de ter grandes produções de [[mandioca]], [[óleo de palma]], [[arroz]], [[cana de açúcar]], [[milho]], [[borracha natural]], [[algodão]], entre outros.<ref>[http://www.fao.org/faostat/en/#data/QC/ Agricultura da Costa do Marfim, pela FAO]</ref> As maiores exportações de produtos agropecuários processados do país em termos de valor, em 2019, foram: [[cacau]] (U$ 4,6 bilhões), [[borracha natural]] (U$ 0,9 |
A economia da Costa do Marfim é baseada principalmente no cultivo do [[cacau]]. Em 2019, o país foi o maior produtor e exportador do mundo. A Costa do Marfim também foi, neste ano, o 2.º maior produtor do mundo de [[noz de cola]], o 3.º maior produtor do mundo de [[castanha de caju]] e [[inhame]], o 8.º maior produtor do mundo de [[banana-da-terra]], além de ter grandes produções de [[mandioca]], [[óleo de palma]], [[arroz]], [[cana de açúcar]], [[milho]], [[borracha natural]], [[algodão]], entre outros.<ref>[http://www.fao.org/faostat/en/#data/QC/ Agricultura da Costa do Marfim, pela FAO]</ref> As maiores exportações de produtos agropecuários processados do país, em termos de valor, em 2019, foram: [[cacau]] (U$ 4,6 bilhões), [[borracha natural]] (U$ 0,9 bilhão), [[castanha de caju]] (U$ 0,8 bilhão), [[algodão]] (U$ 0,36 bilhão), [[café]] (U$ 0,22 bilhão), [[óleo de palma]] (U$ 0,2 bilhão), [[banana]] (U$ 0,16 bilhão) e produtos feitos com [[chocolate]] (U$ 0,15 bilhão), entre outros.<ref>[http://www.fao.org/faostat/en/#data/TP/ Exportações da Costa do Marfim, pela FAO]</ref> O país já foi o maior exportador de óleo de palma (256 mil toneladas) e o terceiro produtor de algodão (106 mil toneladas de fibras — 1995) —, ainda que a dívida externa desse país chegue a quase {{Fmtn|15608}} milhões. As produções de borracha (83 mil toneladas — 1995) e de copra (43 mil toneladas — 1995), inexistentes antes de 1960, bem como as lavouras de abacaxi (170 mil toneladas — 1995), bananas (211 mil toneladas — 1995) e açúcar (125 mil toneladas — 1995), tornaram-se itens importantes da balança comercial. A recuperação do setor de madeira, que em 1988 correspondia a um terço da receita de exportação, é mais recente. |
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No setor da [[pecuária]] o país tem uma baixa produção. Diante do problema de abastecimento em proteínas animais, a Costa do Marfim é obrigada a importar grandes quantidades de carne. Portanto, um amplo programa visando a desenvolver o potencial nacional foi lançado. |
No setor da [[pecuária]], o país tem uma baixa produção. Diante do problema de abastecimento em proteínas animais, a Costa do Marfim é obrigada a importar grandes quantidades de carne. Portanto, um amplo programa visando a desenvolver o potencial nacional foi lançado. |
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A economia também é baseada nas {{Fmtn|1600}} indústrias do país, no total em todos os setores são 2 283 empresas privadas e 140 em que o estado é acionista majoritário. 74% das empresas se encontram na região de [[Abidjã]], 4% em [[Bouaké]] e 2% em [[San Pedro]],{{dn}} 20% em outras regiões. O sistema bancário marfinense é um dos mais desenvolvidos da [[África]]. Ele é composto de um banco de desenvolvimento, de 16 bancos comerciais, de uma dezena de representações internacionais e de 16 estabelecimentos financeiros. A Côte d’Ivoire pertence à “zona franca”, institucionalizada pela União Monetária Oeste Africana. Os sete estados membros ([[Benim]], [[Burquina Fasso]], Costa do Marfim, [[Mali]], [[Níger]], [[Senegal]] e [[Togo]]) entregaram a emissão da moeda |
A economia também é baseada nas {{Fmtn|1600}} indústrias do país, no total em todos os setores são 2 283 empresas privadas e 140 em que o estado é acionista majoritário. 74% das empresas se encontram na região de [[Abidjã]], 4% em [[Bouaké]] e 2% em [[San Pedro]],{{dn}} 20% em outras regiões. O sistema bancário marfinense é um dos mais desenvolvidos da [[África]]. Ele é composto de um banco de desenvolvimento, de 16 bancos comerciais, de uma dezena de representações internacionais e de 16 estabelecimentos financeiros. A Côte d’Ivoire pertence à “zona franca”, institucionalizada pela União Monetária Oeste Africana. Os sete estados membros ([[Benim]], [[Burquina Fasso]], Costa do Marfim, [[Mali]], [[Níger]], [[Senegal]] e [[Togo]]) entregaram a emissão da moeda o Franco CFA, e de maneira geral, as suas políticas monetárias a uma instituição, o Banco Central dos Estados da África do Oeste, cuja sede fica em [[Dacar]] (Senegal). |
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Na [[mineração]], em 2019, o país era o 9º maior produtor mundial de [[manganês]]<ref>[https://pubs.usgs.gov/periodicals/mcs2021/mcs2021-manganese.pdf USGS Manganese Production Statistics]</ref> Além disso, tem uma produção considerável de [[ouro]].<ref>{{Citar web |url=https://www.ceicdata.com/en/indicator/ivory-coast/gold-production |titulo=Ivory Coast Gold Production, 1990 – 2021 {{!}} CEIC Data |acessodata=2021-08-02 |website=www.ceicdata.com}}</ref> |
Na [[mineração]], em 2019, o país era o 9.º maior produtor mundial de [[manganês]]<ref>[https://pubs.usgs.gov/periodicals/mcs2021/mcs2021-manganese.pdf USGS Manganese Production Statistics]</ref> Além disso, tem uma produção considerável de [[ouro]].<ref>{{Citar web |url=https://www.ceicdata.com/en/indicator/ivory-coast/gold-production |titulo=Ivory Coast Gold Production, 1990 – 2021 {{!}} CEIC Data |acessodata=2021-08-02 |website=www.ceicdata.com}}</ref> |
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Até a segunda metade do {{séc|XX}}, o país era o maior explorador de [[marfim]], daí o nome Costa do Marfim. |
Até a segunda metade do {{séc|XX}}, o país era o maior explorador de [[marfim]], daí o nome Costa do Marfim. |
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Em 2010 o país foi o 51º maior exportador de [[petróleo]] do mundo (32,1 mil barris/dia).<ref>{{Citar web |url=https://www.eia.gov/international/data/world/petroleum-and-other-liquids/annual-petroleum-and-other-liquids-production |titulo=International - U.S. Energy Information Administration (EIA) |acessodata=2021-08-02 |website=www.eia.gov}}</ref> Em 2015, o país era o 57º maior produtor de [[gás natural]] (2 bilhões de m³/ano).<ref>[https://www.cia.gov/library/publications/the-world-factbook/rankorder/2249rank.html CIA. The World Factbook. Natural gas - production.]</ref> |
Em 2010 o país foi o 51.º maior exportador de [[petróleo]] do mundo (32,1 mil barris/dia).<ref>{{Citar web |url=https://www.eia.gov/international/data/world/petroleum-and-other-liquids/annual-petroleum-and-other-liquids-production |titulo=International - U.S. Energy Information Administration (EIA) |acessodata=2021-08-02 |website=www.eia.gov}}</ref> Em 2015, o país era o 57.º maior produtor de [[gás natural]] (2 bilhões de m³/ano).<ref>[https://www.cia.gov/library/publications/the-world-factbook/rankorder/2249rank.html CIA. The World Factbook. Natural gas - production.]</ref> |
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Revisão das 04h00min de 10 de agosto de 2024
República da Costa do Marfim République de Côte d'Ivoire | |
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Bandeira | Brasão de armas da Costa do Marfim |
Lema: "Union, Discipline, Travail" ("União, Disciplina, Trabalho") | |
Hino nacional: "L'Abidjanaise" ("A Abidjanesa") | |
Gentílico: costa-marfinense, marfinense, ebúrneo,[1] ivoiriense[2][nota 1] | |
Capital | Iamussucro (constitucional), Abidjã (sede do governo) |
Cidade mais populosa | Abidjã |
Língua oficial | Francês |
Governo | República presidencialista |
• Presidente | Alassane Ouattara |
• Vice-presidente | Tiémoko Meyliet Koné |
• Primeiro-ministro | Robert Beugré Mambé |
Independência da França | |
• Data | 7 de agosto de 1960 |
• Constituição Atual | 8 de Novembro de 2016 |
Área | |
• Total | 322 463 km² (67.º) |
• Água (%) | 1,4 |
Fronteira | Mali, Burquina Fasso (N), Gana (E), Libéria e Guiné (W) |
População | |
• Estimativa para 2018 | 23 740 424 hab. (55.º) |
• Densidade | 53 hab./km² (122.º) |
PIB (base PPC) | Estimativa de 2014 |
• Total | US$ 71,952 bilhões*[3] |
• Per capita | US$ 2 902[3] |
PIB (nominal) | Estimativa de 2014 |
• Total | US$ 33,963 bilhões*[3] |
• Per capita | US$ 1 369[3] |
IDH (2021) | 0,550 (159.º) – médio[4] |
Gini (2002) | 44,6[5] |
Moeda | Franco CFA (XOF) |
Fuso horário | (UTC+0) |
Cód. ISO | CIV |
Cód. Internet | .ci |
Cód. telef. | +225 |
A Costa do Marfim (em francês: Côte d'Ivoire), oficial e protocolarmente República de Côte d'Ivoire,[nota 2] é um país africano, limitado a norte pelo Mali e pelo Burquina Fasso, a leste pelo Gana, a sul pelo Oceano Atlântico e a oeste pela Libéria e pela Guiné. Sua capital é Iamussucro, mas a maior cidade é Abidjã.[6]
Em Portugal, denomina-se ebúrneo, marfinês, costa-marfinês ou ainda costa-marfinense a quem é natural da Costa do Marfim. No Brasil, é marfinense. O governo marfinês solicitou à comunidade internacional em outubro de 1985 que o país seja designado apenas pelo nome francês Côte d'Ivoire e vários países e organizações internacionais acataram.[7] No entanto, em português o país é comumente designado pelo seu nome original Costa do Marfim, já que a região foi batizada por exploradores portugueses. O mesmo ocorrendo em outras línguas, como Ivory Coast em inglês e Elfenbeinküste em alemão.
Antes de sua colonização pelos europeus, a Costa do Marfim era o lar de vários estados, incluindo Reino Jamã, o Império de Congue e Baúle. A área tornou-se um protetorado da França em 1843 e se consolidou como uma colônia francesa em 1893, em meio à disputa europeia pela África. Alcançou a independência em 1960, liderada por Félix Houphouët-Boigny, que governou o país até 1993. Relativamente estável pelos padrões regionais, a Costa do Marfim estabeleceu estreitos laços políticos e econômicos com seus vizinhos da África Ocidental, mantendo ao mesmo tempo relações estreitas com o Ocidente, especialmente a França. O país experimentou um golpe de Estado em 1999 e duas guerras civis fundamentadas religiosamente, primeiro entre 2002 e 2007 e novamente durante 2010 e 2011. Em 2000, o país adotou uma nova constituição.
A Costa do Marfim é uma república com forte poder executivo investido em seu presidente. Através da produção de café e cacau, o país foi uma potência econômica na África Ocidental durante as décadas de 1960 e 1970, embora tenha passado por uma crise econômica nos anos 80, contribuindo para um período de turbulência política e social. No século XXI, a economia marfinense é amplamente baseada no mercado e ainda depende fortemente da agricultura, com a produção de culturas de pequenos agricultores sendo dominante. A língua oficial é o francês, com línguas indígenas locais também amplamente utilizadas, incluindo baúle, diúla (que é usada no comércio), dã, anim e cebaara senufô. No total, existem cerca de 78 línguas faladas na Costa do Marfim. Existem grandes populações de muçulmanos, cristãos (principalmente católicos romanos) e várias religiões indígenas.
História
Clima
Clima
A Costa do Marfim situa-se em plena região tropical, com o clima habitual destas zonas; a temperatura média situa-se nos 30 °C (descendo ligeiramente à noite) durante praticamente todo o ano, com exceção da estação das chuvas, em que a temperatura baixa para os 25 °C. Há duas estações de chuvas (de maio a agosto e, com menos intensidade, em novembro). Há duas grandes zonas climáticas: no Norte a paisagem é árida, sendo o clima quente e seco; o Sul é bastante úmido, com vegetação muito rica.
Fauna e flora
A cobertura vegetal mudou consideravelmente ao longo dos anos. A paisagem consistia em florestas densas, amplamente subdivididas em florestas hidrófilas e florestas mesófilas, que originalmente ocupavam um terço do território ao sul e oeste.[8] Hoje, é composta por florestas abertas ou savanas arborizadas, que se estendem do Centro ao Norte, mas com muitos pontos de floresta seca. Pequenos manguezais também existem no litoral.
Desde o período colonial, as áreas de florestas densas têm sido significativamente reduzidas pelo homem. Desde a independência do país, a área milhões para 3 milhões de hectares (?), devido ao desmatamento maciço para o cultivo de cacau, do qual a Costa do Marfim é o principal produtor mundial.[9]
A fauna apresenta uma riqueza particular, com muitas espécies animais (vertebrados, invertebrados, animais aquáticos e parasitas). Entre os mamíferos, o animal mais emblemático continua sendo o elefante, cujas presas, feitas de marfim, já foram uma importante fonte de renda. Abundante na floresta e na savana, o elefante foi intensamente caçado. Como resultado, atualmente é presente apenas em reservas e parques e em alguns pontos nas florestas.
A Costa do Marfim também abriga duas espécies de hipopótamos, o da savana e o pigmeu. O javali gigante, búfalos, macacos ainda numerosos, roedores, pangolins e carnívoros, e o leão, também residem no país.
Aves, das quais centenas de espécies já foram identificadas, embelezam as paisagens. Há também muitos répteis (cobras, lagartos, camaleões), anfíbios e peixes de água doce, e inúmeras espécies de invertebrados como moluscos, insetos (borboletas, besouros, formigas, cupins), aranhas e escorpiões. Alguns animais, como algumas subespécies do chimpanzé comum, tornam-se mais raros a cada dia. Muitas outras espécies estão ameaçadas.[10]
Política
A Costa do Marfim foi colonizada pela França na época em que o imperialismo se instalou sobre a África e a Ásia. Nessa época, os europeus buscavam mercado consumidores e matéria-prima para suas fábricas e para seus produtos manufaturados. Então foi feita a "Partilha da África", onde alguns países europeus dividiram a África em territórios.
Sob a presidência de Alassane Ouattara, a justiça é manipulada para neutralizar seus oponentes políticos. A Comissão Eleitoral Independente (IEC), responsável pelas eleições, é altamente contestada pela oposição devido ao controlo exercido sobre ela pelo governo. Em 2016, a Corte Africana de Direitos Humanos e dos Povos reconheceu que a CEI não era imparcial nem independente e que o Estado da Costa de Marfim violou, entre outras coisas, a Carta Africana dos Direitos Humanos e dos Povos. Num relatório confidencial tornado público pela imprensa, os embaixadores europeus evocam autoridades que "são impermeáveis a críticas internas ou externas e politicamente demasiado fracas para aceitar o jogo democrático". Milhares de opositores são presos pelo seu regime.[11]
Subdivisões
A Costa do Marfim está dividida em 19 regiões (régions), que, por sua vez, estão subdivididas em 58 departamentos (départements).
- Regiões
Economia
A economia da Costa do Marfim é baseada principalmente no cultivo do cacau. Em 2019, o país foi o maior produtor e exportador do mundo. A Costa do Marfim também foi, neste ano, o 2.º maior produtor do mundo de noz de cola, o 3.º maior produtor do mundo de castanha de caju e inhame, o 8.º maior produtor do mundo de banana-da-terra, além de ter grandes produções de mandioca, óleo de palma, arroz, cana de açúcar, milho, borracha natural, algodão, entre outros.[12] As maiores exportações de produtos agropecuários processados do país, em termos de valor, em 2019, foram: cacau (U$ 4,6 bilhões), borracha natural (U$ 0,9 bilhão), castanha de caju (U$ 0,8 bilhão), algodão (U$ 0,36 bilhão), café (U$ 0,22 bilhão), óleo de palma (U$ 0,2 bilhão), banana (U$ 0,16 bilhão) e produtos feitos com chocolate (U$ 0,15 bilhão), entre outros.[13] O país já foi o maior exportador de óleo de palma (256 mil toneladas) e o terceiro produtor de algodão (106 mil toneladas de fibras — 1995) —, ainda que a dívida externa desse país chegue a quase 15 608 milhões. As produções de borracha (83 mil toneladas — 1995) e de copra (43 mil toneladas — 1995), inexistentes antes de 1960, bem como as lavouras de abacaxi (170 mil toneladas — 1995), bananas (211 mil toneladas — 1995) e açúcar (125 mil toneladas — 1995), tornaram-se itens importantes da balança comercial. A recuperação do setor de madeira, que em 1988 correspondia a um terço da receita de exportação, é mais recente.
No setor da pecuária, o país tem uma baixa produção. Diante do problema de abastecimento em proteínas animais, a Costa do Marfim é obrigada a importar grandes quantidades de carne. Portanto, um amplo programa visando a desenvolver o potencial nacional foi lançado.
A economia também é baseada nas 1 600 indústrias do país, no total em todos os setores são 2 283 empresas privadas e 140 em que o estado é acionista majoritário. 74% das empresas se encontram na região de Abidjã, 4% em Bouaké e 2% em San Pedro,[desambiguação necessária] 20% em outras regiões. O sistema bancário marfinense é um dos mais desenvolvidos da África. Ele é composto de um banco de desenvolvimento, de 16 bancos comerciais, de uma dezena de representações internacionais e de 16 estabelecimentos financeiros. A Côte d’Ivoire pertence à “zona franca”, institucionalizada pela União Monetária Oeste Africana. Os sete estados membros (Benim, Burquina Fasso, Costa do Marfim, Mali, Níger, Senegal e Togo) entregaram a emissão da moeda o Franco CFA, e de maneira geral, as suas políticas monetárias a uma instituição, o Banco Central dos Estados da África do Oeste, cuja sede fica em Dacar (Senegal).
Na mineração, em 2019, o país era o 9.º maior produtor mundial de manganês[14] Além disso, tem uma produção considerável de ouro.[15]
Até a segunda metade do século XX, o país era o maior explorador de marfim, daí o nome Costa do Marfim.
Em 2010 o país foi o 51.º maior exportador de petróleo do mundo (32,1 mil barris/dia).[16] Em 2015, o país era o 57.º maior produtor de gás natural (2 bilhões de m³/ano).[17]
Cultura
Esporte
O futebol é o esporte mais praticado do país, a Seleção Marfinense de Futebol se classificou para as copas do mundo de 2006, 2010 e 2014,[18] mas não conseguiu classificação para as oitavas de final, porém, venceu o Campeonato Africano das Nações de 1992 e de 2015 e a seleção conta com as estrelas Didier Drogba, Salomon Kalou, Kolo Touré e Yaya Touré (melhor jogador africano de 2013) que brilham nos principais clubes da Europa. A seleção também classificou-se para a Copa do Mundo de 2014 no Brasil. O rugby tem também papel de destaque na história esportiva da Costa do Marfim é um esporte bem disputado e foi introduzido no país pela colonização francesa; outros esportes ainda incluem o basquetebol e atletismo. Em Jogos Olímpicos, a Costa do Marfim, conquistou 3 medalhas (1 ouro, 1 prata e 1 bronze), sendo Cheick Sallah Cissé o responsável pela única medalha dourada do país, nos Jogos Olímpicos Rio 2016 no taekwondo; Ruth Gbabi também no Jogos de 2016, levou o bronze no taekwondo feminino, e Gabriel Tiacoh faturou a prata no atletismo nos Jogos Olímpicos de Los Angeles 1984.[19]
Data | Nome em português | Nome local | Observações |
---|---|---|---|
7 de agosto[20] | Festa da Independência | Fête de l'Indépendance | |
7 de dezembro | Aniversário da morte do pai da nação, Félix Houphouët Boigny | Anniversaire du décès du père de la nation, Félix Houphouët Boigny |
Ver também
- Eleições presidenciais na Costa do Marfim em 2010
- Guerra civil da Costa do Marfim
- Igreja Católica na Costa do Marfim
- Missões diplomáticas da Costa do Marfim
- Política da Costa do Marfim
- ↑ Do nome oficial, Côte d'Ivoire.
- ↑ A forma comum e coloquial do país é Costa do Marfim. No entanto, o governo costa-marfinense solicitou à comunidade internacional que usasse protocolarmente as forma francófonas Côte d'Ivoire e República de Côte d'Ivoire. Este uso é muitas vezes seguido também no discurso coloquial no português dos PALOP.
- ↑ Portal da Língua Portuguesa, Dicionário de Gentílicos e Topónimos da Costa do Marfim
- ↑ «Costa do Marfim: Sociedade civil ivoiriense (...)». Pambazuka. 1 de outubro de 2010. Consultado em 24 de março de 2013. Arquivado do original em 30 de Maio de 2013
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