Lya Luft: diferenças entre revisões
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Lya Fett nasceu em [[Santa Cruz do Sul]], cidade gaúcha de [[Imigração alemã no Rio Grande do Sul|colonização alemã]], filha do advogado e juiz Arthur Germano Fett. Sua família tinha muito orgulho de suas raízes [[Germanos|germânicas]] e, por isso, considerava-se superior aos "brasileiros", embora seus integrantes tivessem chegado ao Brasil em 1825.<ref>[http://www.dw-world.de/dw/article/0,7142,1437528,00.html DW-WORLD - Lya Luft: "A cultura alemã me influenciou muito"]</ref> Durante sua juventude, Lya foi tida como uma menina desobediente e contestadora: não gostava de aprender a cozinhar nem a bordar e chegou a ser mandada para um internato por dois meses. Porém, desde cedo, foi uma ávida leitora — aos onze anos, já recitava poemas de [[Göethe]] e [[Schiller]] — e tinha um relacionamento mais natural com o pai, um homem culto a quem idolatrava, do que com a mãe. Aos dezenove anos, ela se converteu ao [[catolicismo]], espantando |
Lya Fett nasceu em [[Santa Cruz do Sul]], cidade gaúcha de [[Imigração alemã no Rio Grande do Sul|colonização alemã]], filha do advogado e juiz Arthur Germano Fett. Sua família tinha muito orgulho de suas raízes [[Germanos|germânicas]] e, por isso, considerava-se superior aos "brasileiros", embora seus integrantes tivessem chegado ao Brasil em 1825.<ref>[http://www.dw-world.de/dw/article/0,7142,1437528,00.html DW-WORLD - Lya Luft: "A cultura alemã me influenciou muito"]</ref> Durante sua juventude, Lya foi tida como uma menina desobediente e contestadora: não gostava de aprender a cozinhar nem a bordar e chegou a ser mandada para um internato por dois meses. Porém, desde cedo, foi uma ávida leitora — aos onze anos, já recitava poemas de [[Göethe]] e [[Schiller]] — e tinha um relacionamento mais natural com o pai, um homem culto a quem idolatrava, do que com a mãe. Aos dezenove anos, ela se converteu ao [[catolicismo]], espantando os pais, ambos [[luterano]]s.<ref>[http://veja.abril.com.br/030304/p_068.html Revista Veja - No mundo da Lya]</ref> |
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A partir de 1959, Lya passou a residir em Porto Alegre, onde se diplomou em Pedagogia e em Letras Anglo-Germânicas pela [[Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul]] (PUC-RS). Passou a trabalhar então como tradutora de literaturas em alemão e inglês — |
A partir de 1959, Lya passou a residir em Porto Alegre, onde se diplomou em Pedagogia e em Letras Anglo-Germânicas pela [[Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul]] (PUC-RS). Passou a trabalhar então como tradutora de literaturas em alemão e inglês — traduziu para o português mais de cem livros, dentre os quais se destacam os de [[Virginia Woolf]], [[Rainer Maria Rilke]], [[Hermann Hesse]], [[Doris Lessing]], [[Günter Grass]], [[Botho Strauss]] e [[Thomas Mann]]. |
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Em 1963, aos vinte e cinco anos, Lya casou-se com [[Celso Pedro Luft]], então um [[Marista|irmão marista]], dezenove anos mais velho do que ela. Eles se conheceram durante uma prova de vestibular, para a qual ela chegara atrasada. O casal teve três filhos: Susana (1965), André (1966-2017) e Eduardo (1969). André Luft faleceu de parada cardiorrespiratória em 2 de novembro de 2017, aos 51 anos, enquanto surfava na Praia do Moçambique, em Florianópolis.<ref>{{Citar web |url=https://g1.globo.com/sc/santa-catarina/noticia/filho-da-escritora-lya-luft-morre-em-florianopolis-durante-surfe.ghtml |titulo=Filho da escritora Lya Luft morre em Florianópolis durante surfe |acessodata=2021-09-15 |website=G1 |lingua=pt-br}}</ref> |
Em 1963, aos vinte e cinco anos, Lya casou-se com [[Celso Pedro Luft]], então um [[Marista|irmão marista]], dezenove anos mais velho do que ela. Eles se conheceram durante uma prova de vestibular, para a qual ela chegara atrasada. O casal teve três filhos: Susana (1965), André (1966-2017) e Eduardo (1969). André Luft faleceu de parada cardiorrespiratória em 2 de novembro de 2017, aos 51 anos, enquanto surfava na Praia do Moçambique, em Florianópolis.<ref>{{Citar web |url=https://g1.globo.com/sc/santa-catarina/noticia/filho-da-escritora-lya-luft-morre-em-florianopolis-durante-surfe.ghtml |titulo=Filho da escritora Lya Luft morre em Florianópolis durante surfe |acessodata=2021-09-15 |website=G1 |lingua=pt-br}}</ref> |
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Foi colunista da [[VEJA|revista VEJA]] de 1996 a 2016, sempre tratando de assuntos ligados ao cotidiano. |
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Em 25 de setembro de 2019, aos 81 anos, Lya foi internada às pressas no Hospital Moinhos de Vento, em Porto Alegre ao sofrer um [[infarto agudo do miocárdio]]. Ela foi submetida a uma [[angioplastia]] e a um implante de ''stent''. Apresentou boa recuperação após a intervenção cirúrgica e recebeu alta hospitalar quatro dias depois.<ref>{{citar web|url=https://entretenimento.band.uol.com.br/noticias/100000971901/apos-infarto-escritora-gaucha-lya-luft-recebe-alta-do-hospital.html|título=Após infarto, escritora gaúcha Lya Luft recebe alta do hospital|data=29-9-2019|website=www.band.com.br|acessodata=25-10-2019}}</ref> |
Em 25 de setembro de 2019, aos 81 anos, Lya foi internada às pressas no Hospital Moinhos de Vento, em Porto Alegre, ao sofrer um [[infarto agudo do miocárdio]]. Ela foi submetida a uma [[angioplastia]] e a um implante de ''stent''. Apresentou boa recuperação após a intervenção cirúrgica e recebeu alta hospitalar quatro dias depois.<ref>{{citar web|url=https://entretenimento.band.uol.com.br/noticias/100000971901/apos-infarto-escritora-gaucha-lya-luft-recebe-alta-do-hospital.html|título=Após infarto, escritora gaúcha Lya Luft recebe alta do hospital|data=29-9-2019|website=www.band.com.br|acessodata=25-10-2019}}</ref> |
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Lya morreu em 30 de dezembro de 2021, aos 83 anos de idade, em Porto Alegre, vítima de um [[melanoma]].<ref>{{citar web|data=30 de dezembro de 2021|título=Escritora Lya Luft morre aos 83 anos em Porto Alegre|url=https://g1.globo.com/rs/rio-grande-do-sul/noticia/2021/12/30/lya-luft-morre-aos-83-anos-em-porto-alegre.ghtml|publicado=G1|acessodata=30 de dezembro de 2021}}</ref> |
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Revisão das 20h29min de 30 de dezembro de 2021
Lya Luft | |
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Nome completo | Lya Fett Luft |
Nascimento | 15 de setembro de 1938 Santa Cruz do Sul, Rio Grande do Sul |
Morte | 30 de dezembro de 2021 (83 anos) Porto Alegre, Rio Grande do Sul |
Causa da morte | melanoma |
Nacionalidade | brasileira |
Cônjuge |
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Filho(a)(s) | 3 |
Alma mater | PUCRS |
Ocupação | |
Principais trabalhos |
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Prêmios |
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Lya Fett Luft (Santa Cruz do Sul, 15 de setembro de 1938 - Porto Alegre, 30 de dezembro de 2021) foi uma escritora e tradutora brasileira. Foi colunista mensal da revista Veja e professora aposentada da UFRGS.
Biografia
Lya Fett nasceu em Santa Cruz do Sul, cidade gaúcha de colonização alemã, filha do advogado e juiz Arthur Germano Fett. Sua família tinha muito orgulho de suas raízes germânicas e, por isso, considerava-se superior aos "brasileiros", embora seus integrantes tivessem chegado ao Brasil em 1825.[1] Durante sua juventude, Lya foi tida como uma menina desobediente e contestadora: não gostava de aprender a cozinhar nem a bordar e chegou a ser mandada para um internato por dois meses. Porém, desde cedo, foi uma ávida leitora — aos onze anos, já recitava poemas de Göethe e Schiller — e tinha um relacionamento mais natural com o pai, um homem culto a quem idolatrava, do que com a mãe. Aos dezenove anos, ela se converteu ao catolicismo, espantando os pais, ambos luteranos.[2]
A partir de 1959, Lya passou a residir em Porto Alegre, onde se diplomou em Pedagogia e em Letras Anglo-Germânicas pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUC-RS). Passou a trabalhar então como tradutora de literaturas em alemão e inglês — traduziu para o português mais de cem livros, dentre os quais se destacam os de Virginia Woolf, Rainer Maria Rilke, Hermann Hesse, Doris Lessing, Günter Grass, Botho Strauss e Thomas Mann.
Em 1963, aos vinte e cinco anos, Lya casou-se com Celso Pedro Luft, então um irmão marista, dezenove anos mais velho do que ela. Eles se conheceram durante uma prova de vestibular, para a qual ela chegara atrasada. O casal teve três filhos: Susana (1965), André (1966-2017) e Eduardo (1969). André Luft faleceu de parada cardiorrespiratória em 2 de novembro de 2017, aos 51 anos, enquanto surfava na Praia do Moçambique, em Florianópolis.[3]
De 1970 a 1982, atuou como professora titular de Linguística na Faculdade Porto-Alegrense (FAPA) e obteve o grau de mestra em Linguística (1975, pela PUC-RS) e em Literatura Brasileira (1978, pela UFRGS).[4]
Em 1985, separou-se do marido para viver com o psicanalista e também escritor Hélio Pellegrino, no Rio de Janeiro. Eles haviam sido apresentados um ao outro por Nélida Piñon. Em 1992, quatro anos após a morte de Pellegrino, Lya voltou a viver com Celso Luft, de quem ficou viúva em 1995.
Foi colunista da revista VEJA de 1996 a 2016, sempre tratando de assuntos ligados ao cotidiano.
Em 25 de setembro de 2019, aos 81 anos, Lya foi internada às pressas no Hospital Moinhos de Vento, em Porto Alegre, ao sofrer um infarto agudo do miocárdio. Ela foi submetida a uma angioplastia e a um implante de stent. Apresentou boa recuperação após a intervenção cirúrgica e recebeu alta hospitalar quatro dias depois.[5]
Lya morreu em 30 de dezembro de 2021, aos 83 anos de idade, em Porto Alegre, vítima de um melanoma.[6]
Carreira literária
No início de seu primeiro casamento, Lya Luft começou a escrever poemas, reunidos no livro Canções de limiar (1964). Em 1972, foi publicado seu segundo livro de poemas, intitulado Flauta doce. Quatro anos mais tarde, escreveu alguns contos e mandou-os para um editor da Nova Fronteira, Pedro Paulo Sena Madureira, que os considerou "publicáveis". Em 1978, foi lançada sua primeira coletânea de contos, Matéria do Cotidiano.
O mesmo editor da Nova Fronteira tinha aconselhado Lya a escrever romances. Daí surgiu As parceiras, publicado em 1980. No ano seguinte veio A asa esquerda do anjo. Tais livros foram influenciados por uma visão de morte que a autora teve depois de sofrer um acidente automobilístico quase fatal em 1979.
Em 1982, publicou Reunião de Família e, em 1984, outras duas obras: O Quarto Fechado e Mulher no Palco. O primeiro foi lançado nos Estados Unidos sob o título The Island of the Dead. Em 1987, lançou Exílio; em 1989, o livro de poemas O Lado Fatal; e, em 1996, o premiado O Rio do Meio (ensaios), considerado a melhor obra de ficção daquele ano.
Em 2001, Luft recebeu o prêmio União Latina de melhor tradução técnica e científica, pela obra Lete: Arte e crítica do esquecimento, de Harald Weinrich. Em 2013, recebeu o Prêmio ABL, na categoria Ficção, Romance, Teatro e Conto, pela obra O tigre na sombra.[7] No total, escreveu e publicou 23 livros, entre romances, coletâneas de poemas, crônicas, ensaios e livros infantis. Os livros de Lya Luft continuam sendo traduzidos para diversos idiomas
Em 2003 publicou Perdas e Ganhos, coletânea de contos, obra com mais de 1 milhão de exemplares vendidos, uma autobiografia com relatos de situações de dor e de alegrias. [8]
Seu estilo
Sou fascinada pelo lado complicado. Tenho um olho alegre que vive: sou uma pessoa despachada, adoro família, adoro a natureza. Mas eu tenho um outro olho que observa o lado difícil, sombrio. A minha literatura nunca vai ser "aí casaram e foram felizes para sempre". Minha literatura sempre nasceu do conflito, da dificuldade, do isolamento.— Lya Luft
Obras
- Canções de Limiar, 1964
- Flauta Doce, 1972
- Matéria do Cotidiano, 1978
- As Parceiras, 1980
- A Asa Esquerda do Anjo, 1981
- Reunião de Família, 1982
- O Quarto Fechado, 1984
- Mulher no Palco, 1984
- Exílio, 1987
- O Lado Fatal, 1989
- A Sentinela, 1994
- O Rio do Meio, 1996
- Secreta Mirada,1997
- O Ponto Cego, 1999
- Histórias do Tempo, 2000
- Mar de Dentro, 2000
- Perdas e Ganhos, 2003
- Histórias de Bruxa Boa, 2004
- Pensar é Transgredir, 2004
- Para não Dizer Adeus, 2005
- Em outras Palavras, 2006
- A Volta da Bruxa Boa, 2007
- O Silêncio dos Amantes, 2008
- Criança Pensa, 2009
- Múltipla Escolha, 2010
- A Riqueza do Mundo, 2011
- O Tigre Na Sombra, 2012
- O Tempo é um Rio que Corre, 2013
- Paisagem Brasileira, 2015
- A Casa Inventada, 2017
- As coisas Humanas, 2020
- ↑ DW-WORLD - Lya Luft: "A cultura alemã me influenciou muito"
- ↑ Revista Veja - No mundo da Lya
- ↑ «Filho da escritora Lya Luft morre em Florianópolis durante surfe». G1. Consultado em 15 de setembro de 2021
- ↑ Vida e Obra - Lya Luft
- ↑ «Após infarto, escritora gaúcha Lya Luft recebe alta do hospital». www.band.com.br. 29 de setembro de 2019. Consultado em 25 de outubro de 2019
- ↑ «Escritora Lya Luft morre aos 83 anos em Porto Alegre». G1. 30 de dezembro de 2021. Consultado em 30 de dezembro de 2021
- ↑ «ABL comemora 116 anos e entrega os Prêmios Literários para obras publicadas em 2012». Academia Brasileira de Letras. 19 de julho de 2013. Consultado em 10 de maio de 2015
- ↑ https://www.sagaliteraria.com.br/2017/12/resenha-387-perdas-e-ganhos-lya-luft.html
Bibliografia
- MENEZES, Raimundo de. Dicionário literário brasileiro. 2ª edição. Rio de Janeiro: LTC, 1978.
Ligações externas
- «Entrevista com Lya F. Luft». , por Stella Máris Valenzuela.
- «Literatur von und über Lya Luft». , listagem de obras.
- «Biografia de Lya Luft»
- Mortes recentes
- Nascidos em 1938
- Mortos em 2021
- Agraciadas com o Diploma Bertha Lutz
- Alunos da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul
- Alunos da Universidade Federal do Rio Grande do Sul
- Brasileiros de ascendência alemã
- Católicos do Brasil
- Colunistas do Brasil
- Convertidos ao catolicismo romano
- Cronistas do Brasil
- Colunistas da revista Veja
- Escritores contemporâneos do Brasil
- Escritoras do Brasil
- Escritores do Rio Grande do Sul
- Naturais de Santa Cruz do Sul
- Poetas do Rio Grande do Sul
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- Sobreviventes de infarto agudo do miocárdio
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