Banana da Terra
Banana da Terra é um filme musical brasileiro lançado em 1939, produzido por Wallace Downey e dirigido por Ruy Costa, também conhecido pelos pseudônimos Jaime Rui e E. Sá.[1] O filme é notável por ser a última aparição de Carmen Miranda no cinema brasileiro. O roteiro foi escrito por João de Barro e Mário Lago.[2][3]
Banana da Terra | |
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Banana da Terra (BRA) | |
Cartaz do filme, apresentando Carmen Miranda. | |
Brasil 1939 • p&b • 88 min | |
Género | filme musical, comédia carnavalesca |
Direção | Ruy Costa |
Produção | Wallace Downey |
Roteiro | João de Barro Mário Lago |
Elenco | Carmen Miranda Linda Batista Aurora Miranda Dircinha Batista Emilinha Borba |
Companhia(s) produtora(s) | Sonofilmes |
Distribuição | MGM Brasil |
Lançamento |
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Idioma | português |
Ao que se sabe, não há cópias preservadas do filme, e o único segmento conhecido atualmente é o número musical "O que é que a baiana tem?", interpretado por Carmen Miranda.[4]
Sinopse
editarUma ilha do Oceano Pacífico, a Bananolândia, produziu muita banana naquele ano e não teve compradores para o produto. A rainha da terra (Dircinha Batista), avisada pelo conselheiro-mor, devia vender banana para o Brasil. E isso ela consegue, por meio de uma intensa propaganda feita pelos jornais e pelo rádio.[5]
Elenco
editar- Carmen Miranda
- Aurora Miranda
- Dircinha Batista
- Linda Batista,
- Emilinha Borba
- Neyde Martins
- Almirante
- Oscarito
- Orlando Silva
- Aloysio de Oliveira
- Jorge Murad
- Carlos Galhardo
- Lauro Borges
- Barbosa Castro
- Mário Silva
- Paulo Netto
- Alvarenga
- Bentinho
- Bando da Lua
- Orquestra Napoleão Tavares
- Orquestra Romeu Silva e artistas do Cassino da Urca
Produção e lançamento
editarAlgumas fontes consultadas pela Cinemateca Brasileira atribuem a direção do filme a João de Barros e indicam 1938 como o ano de produção. Embora o filme tenha alcançado grande sucesso, para garantir um bom lançamento pela Metro, foi necessário aceitar as condições da distribuidora americana, que estipulou que o filme só poderia ser reapresentado "depois de sessenta dias de exibição na Metro".
Neste filme, Carmen Miranda aparece pela primeira vez vestida de baiana, interpretando a icônica canção "O que é que a baiana tem?". A inclusão dessa música foi crucial para consolidar Dorival Caymmi como um grande compositor e marcou o início de sua trajetória de prestígio tanto no Brasil quanto no exterior.[6] Além disso, a canção inspirou o figurino mais famoso da atriz, que é diretamente baseado nos versos de Caymmi.[7] Curiosamente, "O que é que a baiana tem?" foi escolhida para o filme após Ary Barroso solicitar um valor elevado para liberar o samba “Na Baixa do Sapateiro”, que originalmente deveria ser cantado por Carmen.[8]
Outros clássicos apresentados no filme incluem "A Jardineira", na voz de Orlando Silva; "Tirolesa", interpretada por Dircinha Batista; e "Sei Que é Covardia", com Carlos Galhardo.[9]
Lançamento
editarO filme foi lançado em 10 de fevereiro de 1939, em São Paulo e no Rio de Janeiro, nas salas do Cine Metro-Passeio.[10][11]
Números musicais
editar- Amei demais — interpretado por Barbosa Castro (de Barbosa Castro)
- Eu vou pra farra — interpretado pelo Bando da Lua (de João de Barro)
- A Jardineira — interpretado por Orlando Silva (de Benedito Lacerda e Humberto Porto)
- Mares da China — interpretado por Carlos Galhardo (de João de Barro e Alberto Ribeiro)
- Menina do regimento — interpretada por Aurora Miranda (de João de Barro e Alberto Ribeiro)
- Não sei porque — interpretado pelo Bando da Lua (de João de Barro e Alcyr Pires Vermelho)
- O que é que a Baiana Tem? — interpretada por Carmen Miranda (de Dorival Caymmi)
- O Pirulito — interpretada por Carmen Miranda e Almirante (de João de Barro e Alberto Ribeiro)
- Não sei se é covardia — interpretado por Carlos Galhardo (de Ataulfo Alves e Claudionor Cruz)
- Sem banana macaco se arranja — interpretado por Carlos Galhardo (de João de Barro e Alberto Ribeiro)
- A Tirolesa — interpretada por Dircinha Batista (de Paulo Barbosa e Osvaldo Santiago)
Recepção
editarUma reportagem publicada em O Globo em 17 de fevereiro de 1939 afirmou que o filme "Banana da Terra" estava obtendo um sucesso sem precedentes na sala do Metro-Passeio. Destacou duas atrações: a dança do "Pirulito" e o impressionante samba de Carmen Miranda, "O que é que a Baiana tem?", que foi considerado o grande samba do ano. O texto elogiou a performance de Almirante e Carmen, descrevendo-a como uma deliciosa invenção, enquanto ressaltou a notabilidade e expressividade do samba.[12]
Ver também
editar- ↑ «Carmen Miranda: Filmografia, Banana da Terra». Collector's. Consultado em 31 de julho de 2014
- ↑ Filmografia - Banana da Terra. Cinemateca Brasileira. Consultado em 10 de outubro de 2024
- ↑ Do samba ao cinema. Arquivo Nacional. Consultado em 10 de outubro de 2024
- ↑ O que é que a Baiana Tem?, a música que popularizou Carmen Miranda. CBN Campinas 99,1 FM. Consultado em 10 de outubro de 2024
- ↑ «Sinopse - Filme: Banana da Terra». Adoro Cinema. Consultado em 11 de janeiro de 2014
- ↑ Dorival Caymmi, Singer of Brazil, Is Dead at 94. The New York Times. Consultado em 10 de outubro de 2024
- ↑ Caymmi conta como Carmen Miranda descobriu 'O que é que a baiana tem'. EBC Rádios. Consultado em 10 de outubro de 2024
- ↑ A ‘baiana’ Carmen, os balangandãs e outras histórias da estreia de Dorival Caymmi. Discografia Brasileira. Consultado em 10 de outubro de 2024
- ↑ «(Banana da Terra, Brasil, 1939)». e-Pipoca. Consultado em 11 de janeiro de 2014
- ↑ Curiosidades do filme Banana da Terra. AdoroCinema. Consultado em 10 de outubro de 2024
- ↑ CARMEN MIRANDA: O FIGURINO-BAIANA E A CONSTRUÇÃO DE UMA IDENTIDADE VISUAL. ENECULT. Consultado em 10 de outubro de 2024
- ↑ O Globo (17 de fevereiro de 1939). «Dorival Caymmi: o mar e o tempo». Consultado em 10 de setembro de 2014
Ligações externas
editar- Banana da Terra (em português) no AdoroCinema
- Banana da Terra (em português) no Cinema Clássico
- Banana da Terra (em português) na Cinemateca Brasileira