[go: nahoru, domu]

Iúçufe V de Granada

ʾAbū al-Ḥajjāj Yūsuf ben ʾAḥmad ben Muḥammad (em árabe: يوسف بن أحمد بن محمد) ou simplesmente Iúçufe V, conhecido pelos castelhanos como Aben Ismail[1] (m. 1463) foi o 18º rei nacérida de Granada em duas breves ocasiões em 1445-1446 e em 1462. Era neto ou bisneto de Iúçufe II.[a] Sucedeu a Maomé X al-Ahnaf (o Coxo), que depôs; seis meses depois foi derrubado pelo mesmo al-Anafe, que retoma o poder.[b] Em 1462 volta ao trono por alguns meses, depondo o seu irmão Sa`d al-Musta`in.

Iúçufe V
Emir ou rei de Granada

Brasão do Reino de Granada
Reinado 14451462
Antecessor(a) Maomé X
Sucessor(a) Sa`d al-Musta`in
Morte 1463
Nome completo  
يوسف بن أحمد بن محمد;
ʾAbū al-Ḥajjāj Yūsuf ben ʾAḥmad ben Muḥammad
Dinastia Nacéridas

Biografia

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Em 1445 recomeça a guerra civil em Granada. A luta pelo poder desenrola-se entre Maomé IX al-'Aisar ("o Canhoto") e entre os seus dois sobrinhos, Abul Hajaje Iúçufe e Maomé al-Anafe. Este último é governador de Almeria desde 1432, depois dos seus feitos à frente dos exércitos de Maomé IX. Abul Hajaje Iúçufe encontra-se exilado em Córdova. Al-'Ahnaf toma o poder em Granada em janeiro de 1445 com o nome de Maomé X.[1]

Sob a pressão dos Abencerragens, o poderoso clã árabe que tinha levado Maomé IX ao poder, e com o apoio de Castela, Maomé, o Coxo vê-se forçado a ceder o trono a Abul Hajaje Iúçufe que toma o nome de Iúçufe V. Este apenas reina durante seis meses, pois é derrubado pelos antigos apoiantes que o tinham levado ao trono, restaurando Maomé X como rei. Esses apoiantes aproveitam a oportunidade para recuperar territórios perdidos na parte oriental do reino e repondo a fronteira com Múrcia.[1]

No final de 1447 ou início de 1448, Maomé IX retoma o poder pela quarta vez e manda executar Maomé, o Coxo.[1] A Maomé IX segue-se Maomé XI El Chiquito ("o menino"), que reina entre 1453 e 1455, a quem sucede Sade al-Mustaim, que o derruba e manda executar.

Sa`d al-Musta`in tenta desembaraçar-se da tutela dos Abencerragens, que o tinham apoiado contra El Chiquito. Em 1462, manda matar dois dos seus membros mais poderosos; os resto da família refugia-se em Málaga. Os Abencerragens passam então a apoiar Abul Hajaje Iúçufe, que sobe novamente ao trono. No entanto, Sa`d volta a assumir o poder no final de 1462 e Iúçufe morre pouco depois.


[a] ^ Muitos autores apresentam Iúçufe V como neto de Iúçufe II, mas segundo Nicolás Homar Vives ele seria seu bisneto.[2]


[b] ^ Alguns historiadores duvidam que Maomé X tenha existido ou, o mesmo é dizer, duvidam que Maomé, o Coxo tenha estado no trono. Por exemplo, para Francisco Vidal Castro, a ordem da sucessão no trono de Granada teria sido: i) Iúçufe V, o Coxo em 1445; ii) Ismail III em 1446 (um personagem que não é mencionada em estudos anteriores e sobre o qual quase nada se sabe); iii) Maomé IX em 1447.[3] Esta hipótese da existência de Ismail III é também mencionada por Nicolás Homar Vives, que o coloca como filho de Iúçufe II.[2]
  1. a b c d Tapia Garrido, p. 240-241
  2. a b Homar Vives
  3. Vidal Castro

Bibliografia

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  • Harvey, Leonard Patrick (1992), Islamic Spain 1250 to 1500 (em inglês), University of Chicago Press 
  • Homar Vives, Nicolás, «España 18A (1237/1492)», www.homar.org, Reyes y Reinos Genealogias, Granada (em espanhol), consultado em 20 de fevereiro de 2013 
  • Sourdel, Janine; Sourdel, Dominique (2004), «Nasrides», Dictionnaire historique de l'Islam, ISBN 9782130545361 (em francês), Quadrige. Presses universitaires de France, p. 615 
  • Tapia Garrido, José Angel, Historia de la Vera Antigua (PDF) (em espanhol), p. 240-241, consultado em 20 de fevereiro de 2013  Parâmetro desconhecido |cahpter= ignorado (ajuda)

Precedido por
Maomé X
Rei de Granada
1445-1446
Sucedido por
Maomé X
Precedido por
Saad al-Mustain
Rei de Granada
1462-1462
Sucedido por
Saad al-Mustain