M (James Bond)
M é uma personagem fictícia da série de James Bond, chefe do Serviço Secreto de Inteligência britânico – também conhecido como MI6, criada por Ian Fleming. Personagem constante em toda a literatura de Fleming e na filmografia de 007, chefe e principal aliado do espião britânico, foi baseada em várias pessoas que seu criador conheceu durante a vida e que haviam comandado seções da Inteligência Britânica no período em que a integrou, com destaque para o contra-almirante John Henry Godfrey, seu superior na Divisão de Inteligência Naval.
M | |
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Os quatro intérpretes de M nos filmes oficiais de 007: Esq. p/ dir. no sentido horário: Bernard Lee, Robert Brown, Ralph Fiennes e Judi Dench. | |
Informações gerais |
M já apareceu nos romances escritos por seu criador Fleming e, após sua morte, por outros sete autores, como também em vinte e quatro filmes da série. Na série oficial produzida pela EON Productions, ele já foi interpretado por quatro atores: Bernard Lee, Robert Brown, Judi Dench e Ralph Fiennes. Em duas produções independentes, por John Huston e Edward Fox.
Inspirações
editarFleming baseou muitos dos aspectos de M no contra-almirante John Henry Godfrey, antigo diretor da Divisão de Inteligência Naval da Marinha Real Britânica, e seu superior durante a Segunda Guerra Mundial. Após a morte do autor, Godfrey reclamou dizendo que "ele me transformou naquele personagem desagradável, M".[1]
Outra possível inspiração inclui o Tenente-Coronel Sir Claude Dansey, subchefe do MI6 e chefe do canal Z durante a guerra, que era visto de muitas maneiras por aqueles que o conheciam: Malcolm Muggeridge achava que ele era "o único profissional do MI6",[2] enquanto Hugh Trevor-Roper o considerava "uma droga total, corrupto, incompetente, porém com uma certa astúcia".[2] Outra inspiração foi Maxwell Knight, chefe do MI5, que assinava seus memorandos como "M" e a quem Fleming conhecia bem.[1] A tradição do chefe do MI6 assinar seu nome com uma única letra veio de Mansfield Smith-Cumming, que assinava seu "C" com tinta verde.[3]
Outra possibilidade de modelo para M foi William Melville, um irlandês que se tornou chefe do Escritório do Serviço Secreto, o predecessor do MI5 e MI6. Melville era chamado dentro dos círculos do governo de M.[4] Ele recrutou Sidney Reilly para servir ao governo e frustrou uma tentativa de assassinato contra a Rainha Vitória no seu Jubileu de Ouro, em 1887.[5] O biógrafo de Fleming, John Pearson, também levanta a hipótese que a caracterização de M reflete memórias que o autor tinha de sua mãe:
“ | Há uma razão para pensar que uma ligação mais reveladora para a verdadeira identidade de M encontra-se no fato que o jovem Fleming chamava sua mãe de M. ... Enquanto Fleming era jovem, sua mãe com certeza era uma das poucas pessoas que ele tinha medo, e sua severidade para com ele, suas exigências inexplicadas, e sua insistência sem remorso em sucesso encontraram um eco constante no modo que M lida com o agente 007. | ” |
— John Pearson, The Life of Ian Fleming[6].
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Romances
editarO terceiro romance de Bond escrito por Fleming, Moonraker, estabelece as iniciais de M como "M**** M*******"[7] e seu primeiro nome é posteriormente revelado como sendo Miles. No último romance da série, The Man with the Golden Gun, a identidade completa de M é revelada como Almirante Sir Miles Masservy, KCMG;[8] Masservy foi nomeado como chefe do MI6 depois de seu predecessor ter sido assassinado em sua própria mesa.[9]
Um tema naval permeia a descrição que Fleming faz de M e seus arredores, e o personagem foi descrito pelo jornalista e estudioso Ben Macintyre como "um autoritário naval em cada centímetro".[8] Macintyre também percebeu em seus estudos que Kingsley Amis delineou o modo como Fleming descreveu a voz de M, sendo: nervosa (três vezes); brutal, fria (sete vezes); breve, seca (cinco vezes); áspera (sete vezes); austera, rabugenta (cinco vezes).[10]
No decorrer de doze romances e duas coleções de contos, Fleming deu vários detalhes relacionados a história do personagem. Em On Her Majesty's Secret Service, é revelado que o salário de M como chefe do Serviço Secreto é de £6500 por ano (£101 396 em valores atuais[11]), com £1.500 vindo de sua aposentadoria naval.[12] Apesar de seu salário ser considerado bom para as décadas de 1950 e 1960, nunca é explicado como M podia pagar um título de membro no Blades, um clube privado da classe alta para cavalheiros que ele frequenta em Londres para jogar e jantar. O Blades tem seus membros restritos a um número de duzentos e todos devem pagar £100 000 (£fmtn|1559944}} em valores atuais[11]) em dinheiro.[13] Amis percebeu em seu estudo, The James Bond Dossier, que o salário de M e sua situação como membro do Blades é algo confuso.[12] Como um favor pessoal, os funcionários do Blades mantém um estoque de vinho tinto barato da Argélia sem colocá-los na carta de vinhos. M se refere a eles como "enfurecedores" e tende a bebê-los em quantidades moderadas a menos que esteja com péssimo humor.[14]
O acadêmico Paul Stock discute que o escritório de M é uma metonímia para a Inglaterra e um ponto estável de onde Bond parte para uma missão, enquanto que M é uma representação icônica da Inglaterra e das coisa inglesas.[15]
No primeiro romance pós-Fleming, Colonel Sun, M é sequestrado de Quarterdeck, sua casa, e Bond não mede esforços para resgatá-lo.[16] Os livros posteriores, escritos por John Gardner, mantém Sir Miles Masservy como M, que protege Bond do novo clima menos agressivo no Serviço Secreto, dizendo em um momento que o Reino Unido precisará de "um instrumento cego".[17] No último romance de Gardner, COLD, M é sequestrado e resgatado por Bond, se aposentando do MI6 ao final do livro.[18] O romance de 1998 escrito por Raymond Benson, The Facts of Death, continua a aposentadoria de Masservy, ainda morando em Quarterdeck.[19] O livro também introduz uma nova M, Barbara Mawdsley.[20]
Filmes
editarEON Productions
editarBernard Lee: 1962–1979
editarM Almirante Sir Miles Masservy | |
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Informações gerais |
M foi interpretado por Bernard Lee desde Dr. No, primeiro filme da série, até Moonraker.[21] Em Dr. No, M se refere a um recorde de reduzir o número de mortes de agentes desde que assumiu o trabalho, implicando que outra pessoa ocupava o cargo até recentemente. O filme também mostra M dizendo ser o chefe do MI7; Lee havia originalmente dito MI6, porém sua fala foi redublada com MI7 antes do lançamento do filme. No início do mesmo filme, o departamento foi chamado de MI6 por um operador de rádio.[22]
Vários estudiosos de Bond perceberam que a interpretação de Lee estava muito semelhante com sua contraparte literária; John Cork e Colin Stutz observaram que Lee era "muito semelhante com a visão original de Fleming para o personagem",[23] enquanto que Steven Jay Rubin comentou sua figura autoritária séria e eficiente.[24] Jim Smith e Stephen Lavington, enquanto isso, dizem que Lee era "a verdadeira encarnação do almirante rabugento de Fleming".[25]
Lee morreu de câncer em janeiro de 1981, quatro meses após o início das filmagens de For Your Eyes Only e antes de qualquer uma de suas cenas serem filmadas.[26] Em respeito, nenhum ator foi contratado para assumir o papel e, ao invés disso, o roteiro foi reescrito para que fosse dito que o personagem saiu de licença, com suas falas sendo entregues para seu Chefe de Estado Bill Tanner e para o Ministro da Defesa, Sir Frederick Gray.[27] Filmes posteriores fizeram referência à Lee como M, com uma pintura sua no quartel general do MI6 na Escócia em The World Is Not Enough.[23] A aparência de Lee também foi usada no jogo eletrônico de 2005 007: From Russia with Love.[28]
Aparições:
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Robert Brown: 1983–1989
editarM Almirante Hargreaves | |
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Informações gerais |
Após a morte de Lee, os produtores contrataram Robert Brown para interpretar M em Octopussy. Brown já havia interpretado o Almirante Hargreves no filme The Spy Who Loved Me, e os estudiosos Rubin, Cork e Stutz consideram que Hargreaves teria sido promovido para o cargo de M, ao invés de Brown estar interpretando uma pessoa diferente.[29][30]
Lee Pfeiffer e Dave Worrall consideram que apesar de Brown parecer perfeito, o papel foi suavizado em relação ao de Lee;[31] eles também o acharam "muito paternal",[32] apesar de terem afirmando que ele foi muito efetivo ao retirar a licença 00 de Bond em Licence to Kill.[33] Raymond Benson concorda, notando que o papel de M foi "mais uma vez subescrito, e Brown não teve a oportunidade de explorar e revelar os traços de seu personagem";[34] Benson também o achou "legal de mais".[35]
Aparições:
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Judi Dench: 1995–2012
editarM | |
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Informações gerais |
Depois do longo período entre Licence to Kill e GoldenEye, os produtores contrataram Judi Dench para interpretar a nova M. A personagem é baseada em Stella Rimington, chefe do MI5 entre 1992 e 1996.[36][37] Em GoldenEye, M é fria, calculista e desgosta de Bond descaradamente, chamando-o de "dinossauro sexista misógino, uma relíquia da Guerra Fria".[38] Tanner, seu chefe de gabinete, refere-se a ela durante o filme como "a rainha má dos números", dada sua reputação à época por se basear em estatísticas e análises ao invés de ser impulsiva e ter iniciativa.[39]
Dench também interpretou M em Casino Royale, de 2006, filme que reiniciou a franquia. Na nova continuidade, M implica que ela trabalha há tempos para o MI6, em certo ponto afirmando, "Deus, sinto falta da Guerra Fria".[40] Também há referências à sua família:[41] em GoldenEye, ele responde a piada da "Rainha Má dos Números" dizendo que quando desejar ouvir sarcasmo, ouvirá seus filhos.[42] Marc Forster, diretor de Quantum of Solace, sugeriu que a escolha de Dench como M deu a personagem conotações maternas em sua relação com Bond.[43] Em Skyfall, depois de ser caçada por Raoul Silva, M leva um tiro no abdômen e morre nos braços de Bond.[44]
Aparições:
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Dench também apareceu em seis jogos eletrônicos:
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Ralph Fiennes: 2012–presente
editarM Tenente-Coronel Gareth Mallory | |
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Informações gerais |
Após a morte da M de Dench, sua posição como M e chefe do serviço secreto foi entregue a Gareth Mallory, interpretado por Ralph Fiennes. Mallory era o presidente do Comitê de Inteligência e Segurança antes de comandar o MI6. Ele é um antigo membro do Exército Britânico, tendo servido com o Serviço Aéreo Especial durante o conflito na Irlanda do Norte com a patente de tenente-coronel, onde foi capturado pelo IRA e feito prisioneiro por três meses. Depois de ser solto ele aposentou-se e entrou na política.[45][46]
Aparições:
Independentes
editarJohn Huston: 1967
editarA sátira Casino Royale de 1967 possuia dois Ms. O primeiro foi interpretado por John Huston, que também co-dirigiu o filme.[47] No filme, o verdadeiro nome de M é McTarry e ele é acidentalmente morto quando, para fazer Bond sair da aposentadoria, ele ordena que o exército atire morteiros na mansão de Bond quando o espião se recusa a voltar ao dever. O primeiro quarto do filme mostra a subsequente visita de Bond ao Castelo McTarry na Escócia, em uma aventura para entregar o único resto de M encontrado após o ataque – sua peruca ruiva.[48]
Posteriormente, Bond – interpretado por David Niven – se torna o novo M[49] e ordena que todos os agentes do MI6, homens e mulheres, mudem seus nomes para "James Bond 007" com o objetivo de confundir o inimigo.[50]
Edward Fox: 1983
editarNo filme de 1983 Never Say Never Again, Edward Fox interpretou M como um burocrata que despreza Bond – muito diferente da relação que o M de Bernard Lee tinha com o Bond de Sean Connery;[51] o acadêmico Jeremy Black nota que o desprezo que o M de Fox tem pela seção 00 foi correspondido pelo Bond de Connery.[38] O personagem em Never Say Never Again também é mais jovem do que os anteriores.[52] O acadêmico James Chapman mostra que apesar dele considerar Bond uma relíquia, o Secretário de Assuntos Estrangeiros ordena que a seção 00 seja reativada.[53]
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