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Para Hitler, a capital secundária era secundária, e acreditava que a única forma de fazer ajoelhar a União Soviética era derrotá-la economicamente. Ele achava que isto podia ser feito ao cercar os recursos económicos da Ucrânia a leste de Kiev.{{HarvRef|Flitton|1994}} Quando [[Walther von Brauchitsch]], [[Comandante em chefe|comadante-em chefe]] do Exército, defendeu um ataque directro a Moscovo, foi-lhe dito que "apenas uma cabeça-dura podia ter uma ideia daquelas".{{HarvRef|Flitton|1994}} [[Franz Halder]], [[Estado-Maior General da Alemanha|chefe-do-estado maior do Exército]], também estava convencido que um ataque para cercar Moscovo sairia vitorioso após o Exército Alemão ter infligido danos suficientes às forças soviéticas.<ref>{{Citar livro|url=https://books.google.com/books?id=yg4V2momdSAC&pg=PA67|título=The Initial Period of War on the Eastern Front, 22 June – August 1941: Proceedings of the Fourth Art of War Symposium, Garmisch, FRG, October 1987|ultimo=Niepold|primeiro=Gerd|editor-sobrenome=David M. Glantz|series=Cass series on Soviet military theory and practice|volume=2|capitulo=Plan Barbarossa|isbn=9780714633756}}</ref> Esta forma de ver a situação era partilhada por muitos dos elementos do alto-comando alemão.{{HarvRef|Flitton|1994}} Mas Hitler rejeitou as ideias dos seus generais a favor do cerco às forças soviéticas em redor de Kiev, a sul, seguido pela captura da Ucrânia. A acção foi bem sucedida, resultando na baixa de quase um milhão de 1000000 soldados soviéticos, entre mortos, feridos e capturados, à data de 26 de Setembro, e no avanço das Forças do Eixo.
 
Com o final do Verão, Hitler desviou a sua atenção para Moscovo e deu ordem ao Grupos de Exércitos do Centro para tratar desta tarefa. As forças imputadas à Operação Tufão incluíam quatro exércitos de infantaria ([[2.º Exército (Alemanha)|2.º]], [[4.º Exército (Alemanha)|4.º]], [[9.º Exército (Alemanha)|9.º]] e [[6.º Exército (Alemanha)|6.º]]<ref name=":0">{{Citecitar booklivro|titletítulo=Operacja "Tajfun"|lastúltimo =Stahel|firstprimeiro =David|publisherpublicado="Książka i Wiedza"|yearano=2014|isbn=978-83-05-136402|locationlocal=Warsaw|pagespáginas=89}}</ref>) apoiados por três Grupos ''Panzer'' (tanques) (2.º, [[3.º Grupo Panzer (Alemanha)|3.º]] e [[4.º Exército Panzer (Alemanha)|4.º]]) e pela [[Luftflotte 2|''Luftflotte'' 2]] da [[Luftwaffe]]. Cerca de dois milhões de soldados alemães foram mobilizados para esta operação, juntamente com 1000–2470 tanques e {{formatnum:14000}} armas de assalto. A força aérea alemã, por outro lado, tinha sofrido severos cortes ao longo da campanha de Verão; a ''Luftwaffe'' tinha perdido 1603 aeronaves e ficado com 1028 danificadas. A ''Luftflotte'' 2 dispunha apenas de 549 aparelhos operacionais, incluindo 158 bombardeiros médios e 172 caças para a Operação Tufão.<ref>Bergstöm 2007, p. 90.</ref> O ataque planeado tinha por base tácticas de ''blitzkrieg'', utilizando os grupos ''Panzer'' para penetrar nas defesas soviéticas e executando movimentos de dupla pinça, envolvendo as divisões do Exército Vermelho e destruindo-as.<ref>Guderian, pp. 307–9.</ref>
 
A [[Wehrmacht]] tinha perante si três frentes soviéticas formando uma linha defensiva entre as cidades de [[Viazma|Vyazma]] e [[Briansk|Bryansk]], que bloqueavam o caminho para Moscovo. Os exércitos que compunham estas frentes também tinha estado envolvidas em pesados combates. Ainda assim, era uma formidável concentração de 1250000 homens, 1000 tanques e 7600 armas. A [[Força Aérea Soviética]] ''(Voyenno-Vozdushnye Sily'', VVS) sofreu pesadas perdas entre 7500<ref name="Hardesty61">Hardesty, 1991, p. 61.</ref> a 21200<ref>Bergström 2007, p. 118.</ref> aeronaves. Os progressos industriais tinham ajudado a substituir estes aparelhos e, no início da Operação Tufão, a VVS reuniu reunir 936 aeronaves, das quais 578 eram bombardeiros.<ref>Bergström 2007, pp. 90–91.</ref>
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O ataque alemão correu conforme planeado, com o 3.º Exército Panzer a avançar pelo meio, quase sem oposição, e depois a dividir-se a norte para completar rodear Vyazma com o 4.º Exército Panzer e outras unidades a sul para fechar o cerco em redor de Bryansk, em conjunto com o 2.º Exército Panzer. As defesas soviéticas, ainda em construção, foram destruídas, e as forças mais avançadas dos 2.º e 3.º Grupos Panzer reuniram-se em Vyazma na sexta-feira, 10 de Outubro de 1941. Quatro exércitos soviéticos (19.º, 20.º, 24.º e 32.º) foram cercados numa enorme bolsa a oeste da cidade.<ref name="Vasilevsky139">Vasilevsky, p. 139.</ref>
 
[[FileImagem:Map Operation Typhoon.jpg|thumb|upright=1.3|left|Ofensivas alemãs durante a Operão Tufão]]
 
As forças soviéticas debaixo do cerco continuaram a combater, e a Wehrmacht teve de mobilizar 28 divisões para as eliminar, utilizando tropas que poderiam ter apoiado a ofensiva em direcção de Moscovo. O que restou das frentes [[Frente Ocidental (União Soviética)|Ocidental]] e [[Frente de Reserva|Reserva]] retiraram e construíram uma nova linha defensiva em redor de Mozhaisk.<ref name="Vasilevsky139"/> Apesar das elevadas baixas, algumas das unidades debaixo de cerco conseguiram escapar em pequenos grupos, desde pelotões a divisões de infantaria inteiras.<ref name="Clark">Clark Chapter 8,"The Start of the Moscow Offensive", p.156 (diagram)</ref><ref name="GlantzVAB">Glantz, chapter 6, sub-ch. "Viaz'ma and Briansk", pp. 74 ff.</ref> A resistência soviética perto de Vyazma também serviu para dar tempo ao alto-comando soviético para reforçar os quatro exércitos que defendiam Moscovo ([[5.º Exército (União Soviético)|5.º]], [[16.º Exército (União Soviético)|16.º]], [[43.º Exército (União Soviético)|43.º]] e [[49.º Exército (União Soviético)|49.º]]). Duas divisões de infantaria e duas de tanques foram transferidas do Leste da Sibéria ao que se lhes seguiriam outras.<ref name="Vasilevsky139"/>
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[[File:Bundesarchiv Bild 183-B15500, Russland, Dorf vor Moskau.jpg|thumb|Terreno lamaçento da ''[[rasputitsa]]'' às portas de Moscovo, Novembro de 1941]]
 
As forças soviéticas viram uma oportunidade para contra-atacar em algumas situações. Por exemplo, a [[4.ª Divisão Panzer]] caiu numa emboscada montada por [[Dmitri Leliushenko]] e o seu corpo criado à pressa, o [[1.º Corpo Especial de Guardas de Infantaria]], incluindo a 4.ª Brigada de Tanques de [[Mikhail Katukov]], perto da cidade de [[Mtsensk]]. Os recém-fabricados tanques [[T-34]] encontravam-se escondidos na vegetação quando os blindados alemães passaram por eles; entretanto, um grupo de soldados da infantaria soviética bloqueou o seu avanço, e os tanques soviéticos flanquearam os alemães destruindo os blindados [[Panzer IV]]. Para a Wehrmacht, o choque desta derrota foi tal que foi feita uma investigação.<ref name="GlantzVAB"/> Guderian e as suas tropas descobriram que, para seu espanto, que os T-34 soviéticos eram praticamente imunes às armas dos blindados alemães. Como o general escreveu, "os nossos tanques Panzer IV com os seus pequenos canhões de 75&nbsp;mm não conseguiam rebentar os T-34 ao atingir os motores pela traseira." Guderian também referiu nas suas memórias que "os russos já tinham aprendido algumas coisas."<ref>Guderian, p. 318.</ref><ref>{{citecitar booklivro|authorautor =David M. Glantz|titletítulo=When Titans Clashed|pagespáginas=80, 81}}</ref> Em 2012, Niklas Zetterling contestou a noção de um grande revés alemão em Mtsensk, observando que apenas um grupo da 4.ª Divisão Panzer estava envolvido, enquanto a maior parte da divisão estava a combater em outro lugar, que ambos os lados retiraram-se do terreno após o combate ter terminado, e que os alemães apenas perderam seis tanques e ficaram com três danificados. Para os comandantes alemães como [[Erich Hoepner|Hoepner]] e Bock, a acção foi inconsequente; a sua preocupação principal era a resistência vinda de dentro da bolsa e não de fora.{{sfn|Zetterling|Frankson|2012|p=100}}
 
Outros contra-ataques vieram atrasar ainda mais a ofensiva alemã. O 2.º Exército, que operava a norte das forças de Guderia com o objectivo de cercar a Frente Bryansk, ficou sob forte pressão do Exército Vermelho apoiado pela força aérea.<ref name="Bergström_3">Bergström 2007, p. 91.</ref>
 
De acordo com análises alemãs da derrota inicial dos soviéticos, cerca de {{formatnum:673000}} soldados foram capturados pela Wehrmacht nas bolsas de Vyazma e Bryansk,<ref>Geoffrey Jukes, The Second World War – The Eastern Front 1941–1945, Osprey, 2002, {{ISBN|1-84176-391-8}}, p. 29.</ref> apesar de pesquisas mais recentes sugerirem um número mais baixo, ainda assim, elevado, de cerca de {{formatnum:514000}} prisioneiros, reduzindo a força soviétiva em 41%.<ref>Jukes, p. 31.</ref> O lado soviético calculou as suas perdas em 4{{formatnum:499001}}.<ref>Glantz, When Titans Clashed p. 336 n15.</ref> A 9 de Outubro, [[Otto Dietrich]] do [[Ministério da Propaganda]] alemão, citando o próprio Hitler, previu numa conferência de imprensa a destruição iminente dos exércitos que defendiam Moscovo. Como Hitler nunca teve de mentir acerca de um facto militar específico e verificável, Dietrich convenceu os correspondentes estrangeiros que o colapso de toda a resistência soviética estaria a horas de acontecer. O moral da população alemã — em baixo desde o início da Operaçãop Barbarossa — aumentou significativamente, com rumores do regresso dos soldados a casa pelo Natal e grandes riquezas do futuro ''[[Lebensraum]]'' a leste.<ref name="smith1942">{{cite bookcitar livro| titletítulo=Last Train from Berlin | publisherpublicado=Knopf |autor author=Smith, Howard K. |autorlink authorlink=Howard K. Smith | yearano=1942 | pagespáginas=83–91}}</ref>
 
Contudo, a resistência do Exército Vermelho atrasou a Wehrmacht. Quando os alemães avistaram a linha Mozhaisk a oeste de Moscovo na sexta-feira, 10 de Outubro, depararam-se com outra barreira defensiva soviética. No mesmo dia, Georgy Zhukov, que tinha sido chamado da [[Frente de Leningrado]] a 6 de Outubro, assumiu a liderança da defesa de Moscovo e das frentes Ocidental e de Reserva, com o coronel [[Ivan Konev]] como seu delegado.<ref>The Great Soviet Encyclopedia, 3rd Edition (1970–1979). 2010 The Gale Group, Inc.</ref><ref name=GeorgyZhukov>{{Cite bookcitar livro|lastúltimo =Zhukov |firstprimeiro =Georgy |titletítulo=Marshal of Victory, Volume II |publisherpublicado=Pen and Sword Books Ltd. |yearano=1974 |isbn=9781781592915 |pagespáginas=7, 19}}</ref> A 12 de Outubro, Zhukov deu ordem para que todas as forças disponíveis se concentrassem a linha Mozhaisk, uma operação apoiada por Vasilevsky.<ref>Zhukov, tome 2, p. 10.</ref> a ''Luftwaffe'' ainda controlava os céus, e os ''Stuka'' e os grupos de bombardeiros efectuaram 537 saídas, destruindo 440 veículos e 150 peças de artilharia.<ref name="Plocher 1968 231">Plocher 1968, p. 231.</ref><ref>Bergström 2007, p. 93</ref>
 
A 15 de Outubro, Estaline ordenou a saída do Partido Comunista, do estado-maior e vários gabinetes do governo civil de Moscovo para Kuibyshev (actual [[Samara (Rússia)|Samara]]), deixando apenas um número limitado de oficiais para trás. A saída causou pânico entre os moscovitas. Na quinta e sexta-feiras, 16–17 de Outubro, muita da população civiltentou fugir, invadindo os comboios disponíveis e causando o caos nas vias a partir da cidade. Apesar de toda esta situação, Estaline ficou publicamente na capital, para acalmar, de alguma forma, o medo e a situação caótica.<ref name="GlantzVAB"/>
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A 13 de Outubro de 1941, a Wehrmacht tinha chegado à linha defensiva de Mozhaisk, um conjunto de quatro linhas de fortificações construídas à pressa<ref name=":0" /> que protegia as aproximações a Moscovo a partir de oeste entre [[Tver|Kalinin]] até [[Volokolamsk]] e [[Kaluga]]. Apesar dos recentes reforços, apenas cerca de {{formatnum:90000}} soldados soviéticos asseguravam a defesa desta linha — número insuficiente para deter o avanço alemão.<ref name="Jukes32"/><ref>Zhukov, tome 2, p. 17.</ref> Dado o número limitado de recursos disponíveis, Zhukov decidiu concentrar as suas forças em quatro pontos críticos: o [[16.º Exército (União Soviética)|16.º Exército]] comandado pelo tenente-general [[Rokossovsky]] defendia Volokolamsk; [[Mozhaisk]] era controlada pelo [[5.º Exército (União Soviética)|5.º Exército]] liderado pelo major-general [[Leonid Govorov|Govorov]]; o [[43.º Exército (União Soviética)|43.º Exército]] do major-general [[Golubev]] defendia [[Maloyaroslavets]]; e o [[49.º Exército]], sob o comando do tenente-general [[Zakharkin]], protegia Kaluga.<ref>Marshal Zhukov's Greatest Battles p.50.</ref> Toda a Frente Ocidental soviética — quase destruída após o cerco perto de Vyazma — estava a ser reconstruída partir do nada.<ref>Zhukov, tome 2, p. 18.</ref>
 
[[FileImagem:Battle of Moscow.jpg|thumb|Com todos os homens na frente, as mulheres de Moscovo escavaram trincheiras anti-tanque em redor da sua cidade, 1941]]
[[File:RIAN archive 604273 Barricades on city streets.jpg|thumb|[[Ouriço checo|Barricadas]] numa rua de Moscovo, Outubro de 1941]]
 
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Para endurecer a determinação do Exército Vermelho e aumentar o moral civil, Estaline deu instruções para que se realizasse a tradicional parada militar de 7 de Novembro (Dia da Revolução) na [[Praça Vermelha]]. As tropas soviéticas passaram pelo Kremlin e depois seguiram directamente para a frente de batalha. A parada tinha um forte significado simbólico ao mostrar a contínua determinação soviética, e era frequentemente invocada como tal nos anos que se seguiram. Apesar desta rápida demonstração, a posição do Exército Vermelho continuava precária. Embora cerca de cem mil tropas soviéticas tenham reforçad [[Klin, Klinsky District, Moscow Oblast|Klin]] e [[Tula, Russia|Tula]], onde eram esperadas novas ofensivas alemãs, as defesas soviéticas continuam relativamente frágeis. Ainda assim, Estaline deu ordem para que se efectuassem contra-ofensivas preventivas contra as linhas alemãs. Aquelas foram avante apesar dos protestos de Zhukov, que levantou a questão da falta de reservas.<ref>Zhukov, tome 2, p. 27.</ref> A Wehrmacht repeliu muitas destas ofensivas, as quais podiam ter sido usadas para a defesa de Moscovo. O único sucesso da ofensiva teve lugar a oeste de Moscovo perto de [[Aleksino]], onde os tanques soviéticos infligiram pesadas baixas ao 4.º Exército pois os alemães ainda dispunham de armas anti-tanque capazes de os novos, e bem blindados, tanques T-34 soviéticos.<ref name="GlantzTTG"/>
 
[[FileImagem:Poster Defend Moscow.jpg|thumb|upright|Cartaz soviético a proclamar: "Vamos defender Moscovo!"]]
 
Entre sexta-feira, 31 de Outubro, a quinta-feira, 13 de Novembro - sábado, 15 de Novembro, o [[Oberkommando der Wehrmacht|Alto-Comando da Wehrmacht]] abandonou as operações enquanto se preparava para lançar uma segunda ofensiva a Moscovo. Apesar de o Grupo de Exércitos do Centro ainda dispusesse de um número elevado de tropas, as suas capacidade de combate tinham diminuído consideravelmente devido ao cansaço dos combates. Embora os alemães tivessem conhecimento dos contínuos reforços soviéticos desde leste tal como da presença de grandes reservas, dadas as elevadas baixas soviéticas, não estavam à espera que os soviéticos efectuassem uma defensiva determinada.<ref>Klink, pp. 574; 590–592</ref> Mas comparando com a situação em Outubro, as divisões de infantaria soviéticas ocupavam uma posição defensiva muito maior: uma tripla linha defensiva em redor da cidade e o que restava da linha de Mozhaisk perto de Klin. Muitos dos exércitos terrestres soviéticos tinham uma defesa em camadas, com pelo menos duas divisões de infantaria em posições secundárias. O apoio da artilharia e as equipas de [[sapador]]es também estavam concentradas ao longo das principais vias em que se esperava a passagem das tropas alemã no seu avanço. Atrás da frente, estavam muitas tropas de reservas prontas. Finalmente, as tropas soviéticas — em particular, os oficiais — estavam agora mais preparadas e com mais experiência para a ofensiva.<ref name= "GlantzTTG"/>
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A 15 de Novembro de 1941, as forças blindadas alemãs deram início à ofensiva em direcção a [[Klin (Oblast de Moscovo|Klin]], onde não existiam reservas soviéticas devido à intenção de Estaline de tentar lançar uma contra-ofensiva em [[Volokolamsk]], a qual forçou a realocação de todas as reservas disponíveis mais a sul. Os primeiros ataques alemães dividiram a frente em duas partes, separando o 16.º Exército do 30.º.<ref name="GlantzTTG"/> Seguiram-se vários dias de intensos combates. [[Gueorgui Jukov]] recordou nas suas memórias que "o inimigo, ignorando as baixas, efectuava ataques frontais, desejando chegar a Moscovo a tuodo o custo."<ref name="Zhukov28">Zhukov, tome 2, p. 28.</ref> Apesar dos esforços da Wehrmacht, a defesa em camadas diminuiu a as baixas do lado soviético, com o 16.º Exército soviético a recuar devagar e a atacar constantemente as divisões alemãs que tentavam penetrar através das fortificações.
 
[[FileImagem:Bundesarchiv Bild 146-2008-0317, Russland, Bergung eines Verwundeten.jpg|thumb|left|Soldados alemães cuidam de um camarada ferido perto de Moscovo, Novembro–Dezembro de 1941]]
 
O 3.º Exército Panzer capturou Klin após duros combates no sábado, 23 de Novembro, e, no domingo, 24 de Novembro, tomaram Solnechnogorsk. A resistência soviética continuava forte, e o resultado da batalha não ficou bem definido. Alegadamente, Estaline terá perguntado a Jukov se Moscovo podia ser bem defendida e deu-lhe ordem para "falar livremente, como um comunista." Jukov respondeu que era possível, mas que precisava urgentemente de reservas .<ref name="Zhukov28"/> A 27 de Novembro, a 7.ª Divisão Panzer tomou uma cabeça-de-ponte através do [[Canal Moscovo-Volga Canal]] — o último grande obstáculo antes de Moscovo — ficando a menos de 35 km do Kremlin;<ref name="GlantzTTG"/> mas um forte contra-ataque do [[1.º Exército de Choque]] fê-los recuar.<ref name="Zhukov30">Zhukov, tome 2, p. 30.</ref> A noroeste de Moscovo, a Wehrmacht chegou a [[Lobnya|Krasnaya Polyana]], a pouco mais de 29 km do Kremlin do centro de Moscovo;<ref>Guderian, p. 345.</ref> Os oficiais alemães conseguiram distinguir alguns dos principais edifícios da capital soviética através de seus binóculos. As forças soviéticas e alemãs estavam severamente esgotadas, dispondo, por vezes, de apenas 150–200 soldados — a força total de uma companhia — num regimento.<ref name="GlantzTTG"/>
 
[[FileImagem:Soldiers on guard in December 1941 to the west of Moscow.jpg|thumb|Soldados alemães a oeste de Moscovo, Dezembro de 1941]]
 
A sul, perto de Tula, os combates reiniciaram-se em 18 de Novembro de 1941, com o 2.º Exército Panzer a tentar cercar a cidade.<ref name="GlantzTTG"/> As forças alemãs envolvidas estavam extremamente maltratadas pelos combates anteriores e ainda não tinham roupas de inverno. Assim, os progressos iniciais dos alemães foram apenas de 5 km a 10 km por dia.<ref>Guderian, p. 340.</ref> A acrescentar, expôs os exércitos de blindados alemães a ataques pelos flancos pelos 49.º e 50.º Exércitos soviéticos, estacionados perto de Tula, atrasando ainda mais o avanço alemão. Ainda assim, Guderian conseguiu prosseguir com a ofensiva, dispondo as suas forças num ataque "em estrela", conquistando [[Stalinogorsk]] a 22 de Novembro de 1941, e cercando uma divisão de infantaria soviética ali estacionada. A 26 de Novembro, os tanques alemães aproximaram-se de [[Kashira]], uma cidade que controlava uma via principal para Moscovo. Em resposta, os soviéticos lançaram uma contra-ofensiva no dia seguinte. O 2.º Corpo de Cavalaria do general Belov, apoiada por formações reunidas à pressa, incluindo a 173.ª Divisão de Infantaria, a 9.ª Brigada de Tanques, dois batalhões de tanques, e unidades de milícias,<ref>Erickson, 'The Road to Stalingrad,' p. 260</ref> bloquearam o avanço alemão perto de Kashira.<ref name=GeorgyZhukov/>{{rp|35–36}}<ref>A.P. Belov, ''Moscow is behind us'', Moscow, Voenizdat, 1963, p. 97.</ref> No início de Dezembro, os alemães tiveram de recuar, controlando os acessos sul à cidade.<ref>Belov, p. 106.</ref> Tula manteve tanto os soldados como os civis, protegidos por fortificações e defensores determinados. A sul, a Wehrmacht nunca conseguiu aproximar-se da capital.
 
Devido à resistência tanto a norte como a sul de Moscovo, a 1 de Dezembro, a Wehrmacht tentou lançar uma ofensiva directa a partir de oeste ao longo da via principal Minsk-Moscovo perto da cidade de [[Naro-Fominsk]]. Esta ofensiva limitava o apoio dado pelos blindados e foi direccionado contra as extensas defesas soviéticas. Depois de ficar frente-a-frente com a resistência da 1.ª Divisão de Infantaria de Guardas Motorizados soviética e de ataques pelos flancos efectuados pelo 33.ª Exército, a ofensiva alemã parou e teve de recuar, quatro dias depois, no seguimento da contra-ofensiva soviética.<ref name="GlantzTTG"/> No mesmo dia, o [[Legião de Voluntários Franceses Contra o Bolchevismo|638.º Regimento de Infantaria francês]], a única formação estrangeira da Wehrmacht que fez parte do ataque a Moscovo, entrou em acção perto da vila de Diutkovo.<ref>{{Citecitar journalperiódico|lastúltimo =Beyda|firstprimeiro =Oleg|datedata=7 de Agosto de 2016|titletítulo=‘La Grande Armeé in Field Gray’: The Legion of French Volunteers Against Bolshevism, 1941|url=http://www.tandfonline.com/doi/full/10.1080/13518046.2016.1200393|journalperiódico=The Journal of Slavic Military Studies|volume=29|issuenúmero=3|doi=10.1080/13518046.2016.1200393|pmid=|access-dateacessodata=|via=}}</ref> A 2 de Dezembro, um batalhão de reconhecimento chegou à cidade de [[Khimki]] — a 30 km do Kremlin, centro de Moscovo, alcançando a ponte sobre o Canal Moscovo-Volga, e a estação ferroviária. Este foi o ponto de maior proximidade a que as forças alemãs estiveram de Moscovo.<ref name=comm>Henry Steele Commager, ''The Story of the Second World War'', p. 144</ref><ref name=argyle>Christopher Argyle, ''Chronology of World War II Day by Day'', p. 78</ref>
 
[[File:Moscow Strikes Back - ski soldiers march to battle.jpg|thumb|left|Tropas de ski do Exército Vermelho em Moscovo. Imagem do documentário ''[[Moscow Strikes Back]]'', 1942]]
 
O Inverno europeu de 1941-1942 foi o mais frio do século XX.<ref>{{cite article|last=Lejenäs|first=Harald|title=The Severe Winter in Europe 1941-42: The large scale circulation, cut-off lows, and blocking|year=1989|journal=Bulletin of the American Meteorological Society|volume=70|pages=271-281|doi=10.1175/1520-0477(1989)070<0271:TSWIET>2.0.CO;2}}</ref> A 30 de Novembro, Von Bock reportou a Berlim que a temperatura era de –&nbsp;45&nbsp;°C.<ref>Chew (1981), p. 34.</ref> O general [[Erhard Raus]], comandante da [[6.ª Divisão Panzer (Alemanha)|66.ª Divisão Panzer]], registou a temperatura média diária no seu diário de guerra. Observa-se um período muito mais frio entre 4 e 7 de Dezembro: de –36&nbsp;°C a –38&nbsp;°C.<ref>Raus (2009), p. 89.</ref> Outros registos de temperatura variam grandemente.<ref name= "GlantzDecCounter">Glantz, ch.6, subchapter "December counteroffensive", pp. 86ff.</ref><ref name=Moss>Moss (2005), p. 298.</ref> Jukov afirmou que o tempo gelado de Novembro se manteve entre os –7&nbsp;°C e os –10&nbsp;°C. <ref name=Chew33>Chew (1981), p. 33.</ref> Os registos do Serviço Meteorológico Oficial soviético mostram que as temperaturas mais baixas de Dezembro chegaram aos –28.8&nbsp;°C.<ref name=Chew33/> Estes números mostram que as condições meteorológicas eram agrestes, e as tropas alemãs não estavam preparadas para as enfrentar pois não tinham roupa de Inverno para tão baixas temperaturas. Mais de cento e trinta mil caos de queimaduras pelo frio foram registadas entre os soldados alemães.<ref name="Jukes32">Jukes, p. 32.</ref> A gordura congelada teve de ser removida de todas as munições já carregadas nas peças de artilharia<ref name="Jukes32"/> e os veículos tinham de ser aquecidos durante horas antes de serem utilizados. No lado soviético, também o frio extremos os afectou, no entanto, as tropas soviéticas estavam melhor preparadas para o enfrentar.<ref name=Moss/>
 
A ofensiva do Eixo a Moscovo parou. [[Heinz Guderian]] escreveu no seu diário que "a ofensiva a Moscovo falhou&nbsp;... Subestimámos a força do inimigo, tal a sua dimensão e as condições meteorológicas. Felizmente, parei as minhas tropas a 5 de Dezembro, caso contrário, a catástrofe seria inevitável."<ref>Guderian, pp. 354–5.</ref>