João Mangabeira: diferenças entre revisões
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| vice_título = Presidente
| vice = [[João Goulart]]
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| vice_título2 = Primeiro(a)-ministro(a)
| vice2 = [[Francisco de Paula Brochado da Rocha|Brochado da Rocha]]
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| título3 = [[Câmara dos Deputados do Brasil|Deputado Federal]] pela [[Bahia]]
| mandato3 = [[28 de maio]] de [[1947]] <br/> a [[12 de março]] de [[1951]]
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| local_morte = [[Rio de Janeiro (cidade)|Rio de Janeiro]], [[Guanabara]]
| nacionalidade = {{BRAn|o}}
| alma_mater = [[Faculdade de Direito da Universidade Federal da Bahia|Faculdade Livre de Direito da Bahia]]
| nome_mãe = Augusta Cavalcanti Mangabeira
| nome_pai = Francisco Cavalcanti Mangabeira
| cônjuge = Constança Mangabeira
| partido = [[União Democrática Nacional|UDN]] {{
| profissão = [[Jurista]] e [[escritor]]
| projecto = Brasil
}}
'''João Mangabeira''' ([[Salvador (Bahia)|Salvador]], {{dni|lang=br|26|6|1880|si}} — [[Rio de Janeiro (cidade)|Rio de Janeiro]], {{morte|lang=br|27|4|1964}}) foi um [[jurista]], [[político]] e [[literatura|escritor]] [[brasil]]eiro.<ref name=":0">{{citar web|url=https://cpdoc.fgv.br/producao/dossies/AEraVargas2/biografias/joao_mangabeira|titulo=João Mangabeira|acessodata=07-04-2023|website=CPDOC|urlmorta=sim|wayb=20171015013939}}</ref>
==Vida pessoal e carreira==
Irmão do [[Medicina|médico]] e [[poeta]] [[Francisco Mangabeira (poeta)|Francisco Mangabeira]], e do político [[Otávio Mangabeira]], pai do também jurista e político [[Francisco Mangabeira]], e tio-avô do também jurista, político e filósofo [[Roberto Mangabeira Unger]]. Entrou para a faculdade de [[Direito]] aos treze anos de idade. Apesar de pertencer a uma família numerosa, sem grandes recursos financeiros, conseguiu terminar seu curso jurídico aos dezessete anos.<ref name=":0" />
Foi, então, advogar em [[Ilhéus]]. Segundo relato de [[Paulo Brossard]], "iniciando-se a sessão anual do júri, entrava em julgamento um réu pobre e sem advogado. Para defensor, o juiz nomeou o dr. João Mangabeira, que lá se encontrava. Do processo, ele ignorava tudo. Mas, ouvindo o relatório do magistrado tudo guardou: nomes, páginas, pormenores.
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E mal o promotor conclui a acusação, o jovem advogado de defesa, minutos antes designado, estraçalha a acusação, apontando-lhe contradições, corrigindo nomes, indicando páginas do processo que ele não chegara a manusear.
O réu foi
Pouco depois, foi eleito [[deputado estadual]] e, em seguida, [[deputado federal]]. Foi quando se iniciava a campanha civilista e as circunstâncias aproximaram-no de [[Rui Barbosa]], a quem haveria de seguir sempre.
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Em 1944 é convidado para ser paraninfo da turma de bacharelandos da Faculdade de Direito da [[Bahia]]. No dia da cerimônia, o [[general]] [[Renato Onofre Pinto Aleixo|Pinto Aleixo]], então interventor da Bahia, mandou um subordinado pedir a cópia do discurso que João Mangabeira estava para proferir. Respondeu, então, que jamais escreveu discurso algum, que sempre os tinha na cabeça, o que, de fato, era verdade. Este discurso do grande jurista iria ser irradiado para todo o Brasil. Mas Pinto Aleixo, em retaliação, mandou cortar a transmissão para as rádios assim que o discurso começou. Deste modo, só os presentes puderam ouvir ao vivo. Porém, no dia seguinte, através de sua memória prodigiosa, reproduziu o discurso na íntegra para um jornal de circulação nacional.
Com o final do Estado Novo, integrou a Esquerda Democrática (ED), grupo que atuava no interior da [[União Democrática Nacional]] (UDN), partido criado em 1945. Nas eleições desse ano conseguiu apenas uma suplência de deputado constituinte. No ano seguinte, a ED tornou-se [[partido político]]. Em 1947 foi eleito deputado federal por seu estado, pela ED, que passou a chamar-se [[Partido Socialista Brasileiro (1945)|Partido Socialista Brasileiro]] (PSB), do qual tornou-se presidente. Nas eleições presidenciais de 1950, vencida por [[Getúlio Vargas]], encabeçou a chapa lançada pelo PSB, tendo recebido apenas 9.466 votos. Em jornal da época, João Mangabeira explica sua candidatura: "Os socialistas viram-se em face de uma triste realidade. Não tinham em quem votar. Todos os candidatos tinham entrado em conversas, confabulações ou barganhas com o partido integralista, e por isso mesmo assumido para com este os compromissos expressos ou implícitos que a honra impõe entre os companheiros de luta". Membro do Conselho Superior das Caixas Econômicas durante o governo de [[Juscelino Kubitschek]] (1956 - 1960), em 1958 candidatou-se ao [[Senado Federal do Brasil|Senado]] pelo [[Guanabara|Distrito Federal]], mas não se elegeu.<ref name=":0" />
A crise decorrente da renúncia do presidente [[Jânio Quadros]] (25 de agosto de 1961) resultou na adoção do [[parlamentarismo]] como condição para que os ministros militares permitissem a posse do seu substituto legal, o vice-presidente [[João Goulart]]. A instabilidade política foi a tônica da experiência parlamentarista. Com a renúncia do [[primeiro-ministro]] [[Tancredo Neves]] em junho de 1962, [[Francisco de Paula Brochado da Rocha|Francisco Brochado da Rocha]] o substituiu, nomeando João Mangabeira para a pasta de [[Ministério de Minas e Energia|Minas e Energia]]. Empossado no final de julho, permaneceu apenas dois meses no cargo, em virtude de nova reorganização do gabinete.<ref name=":0" />
Nesse período, Goulart defendia a antecipação do [[plebiscito]] destinado a escolher o sistema de governo. Em setembro, o [[Congresso Nacional do Brasil|Congresso]] marcou para 6 de janeiro de 1963 essa consulta popular e autorizou o presidente a formar um novo gabinete, que teve [[Hermes Lima]] como primeiro-ministro e Mangabeira na pasta da [[Ministério da Justiça (Brasil)|Justiça e Negócios Interiores]]. Realizado o plebiscito, o presidencialismo foi aprovado. Goulart deu início à formação do novo ministério, mas manteve João Mangabeira. Em 7 de junho de 1963, porém, ele se exonerou do cargo.
Morreu no Rio de Janeiro, em 27 de abril de 1964, menos de um mês após o [[Golpe Militar de 1964|golpe militar]] que derrubou João Goulart.<ref name=":0" />
{{Referências}}
==Ligações externas==
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