[go: nahoru, domu]

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===Determinantes sociais===
===Determinantes sociais===
[[Imagem:Yamai no Soshi - Obesity.JPG|thumb|Ilustração do ''papiro das doenças'' (Yamai no soshi, fim do {{séc|XII}}, na qual se vê uma banqueira com obesidade, considerada uma doença da classe abastada]]
[[Imagem:Yamai no Soshi - Obesity.JPG|thumb|Ilustração do ''papiro das doenças'' (Yamai no soshi, fim do {{séc|XII}}, na qual se vê uma banqueira com obesidade, considerada uma doença da classe abastada.]]
Embora a influência genética seja importante para compreender a obesidade, ela por si só não explica o aumento dramático da incidência em determinados países ou em escala global.<ref>{{citar periódico | autor = Yach D, Stuckler D, Brownell KD | título = Epidemiologic and economic consequences of the global epidemics of obesity and diabetes | jornal = Nat. Med. | volume = 12 | número = 1 | páginas = 62–6 | data = Janeiro de 2006 | pmid = 16397571 | doi = 10.1038/nm0106-62 | url = }}</ref> Existem diversas atitudes sociais que aparentam aumentar o risco de obesidade, como o [[stresse|stress]], a [[discriminação]],<ref>{{citar periódico | autor = Christakis NA, Fowler JH | título = The Spread of Obesity in a Large Social Network over 32 Years | jornal = New England Journal of Medicine | volume = 357 | número = 4 | páginas = 370–379 | ano = 2007 | pmid = 17652652 | doi = 10.1056/NEJMsa066082 }}</ref><ref name="spirit" /><ref>{{citar periódico | autor = Björntorp P | título = Do stress reactions cause abdominal obesity and comorbidities? | jornal = Obesity Reviews | volume = 2 | número = 2 | páginas = 73–86 | ano = 2001 | pmid = 12119665 | doi = 10.1046/j.1467-789x.2001.00027.x }}</ref><ref>{{citar periódico | autor = Goodman E, Adler NE, Daniels SR, Morrison JA, Slap GB, Dolan LM | título = Impact of objective and subjective social status on obesity in a biracial cohort of adolescents | jornal = Obesity Reviews | volume = 11 | número = 8 | páginas = 1018–26 | ano = 2003 | pmid = 12917508 | doi = 10.1038/oby.2003.140 }}</ref> a classe socioeconómica,<ref name="sobal"/> o tabagismo,<ref name="flegal"/> o número de filhos<ref name="weng"/> e a urbanização.<ref name="urbanização"/>
Embora a influência genética seja importante para compreender a obesidade, ela por si só não explica o aumento dramático da incidência em determinados países ou em escala global.<ref>{{citar periódico | autor = Yach D, Stuckler D, Brownell KD | título = Epidemiologic and economic consequences of the global epidemics of obesity and diabetes | jornal = Nat. Med. | volume = 12 | número = 1 | páginas = 62–6 | data = Janeiro de 2006 | pmid = 16397571 | doi = 10.1038/nm0106-62 | url = }}</ref> Existem diversas atitudes sociais que aparentam aumentar o risco de obesidade, como o [[stresse|stress]], a [[discriminação]],<ref>{{citar periódico | autor = Christakis NA, Fowler JH | título = The Spread of Obesity in a Large Social Network over 32 Years | jornal = New England Journal of Medicine | volume = 357 | número = 4 | páginas = 370–379 | ano = 2007 | pmid = 17652652 | doi = 10.1056/NEJMsa066082 }}</ref><ref name="spirit" /><ref>{{citar periódico | autor = Björntorp P | título = Do stress reactions cause abdominal obesity and comorbidities? | jornal = Obesity Reviews | volume = 2 | número = 2 | páginas = 73–86 | ano = 2001 | pmid = 12119665 | doi = 10.1046/j.1467-789x.2001.00027.x }}</ref><ref>{{citar periódico | autor = Goodman E, Adler NE, Daniels SR, Morrison JA, Slap GB, Dolan LM | título = Impact of objective and subjective social status on obesity in a biracial cohort of adolescents | jornal = Obesity Reviews | volume = 11 | número = 8 | páginas = 1018–26 | ano = 2003 | pmid = 12917508 | doi = 10.1038/oby.2003.140 }}</ref> a classe socioeconómica,<ref name="sobal"/> o tabagismo,<ref name="flegal"/> o número de filhos<ref name="weng"/> e a urbanização.<ref name="urbanização"/>


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<!-- número de filhos e urbanização -->
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Na sociedade ocidental, o número de filhos tem também uma correlação com o aumento do risco de obesidade. O risco de uma mulher aumenta 7% por cada filho, enquanto o de um homem aumenta 4%.<ref name="weng">{{citar jornal | autor = Weng HH, Bastian LA, Taylor DH, Moser BK, Ostbye T | título = Number of children associated with obesity in middle-aged women and men: results from the health and retirement study | jornal = J Women's Health (Larchmt) | volume = 13 | número = 1 | páginas = 85–91 | ano = 2004 | pmid = 15006281 | doi = 10.1089/154099904322836492 }}</ref> Isto pode ser explicado em parte pelo facto de que ter crianças dependentes diminui a atividade física dos pais.<ref>{{citar periódico | autor = Bellows-Riecken KH, Rhodes RE | título = A birth of inactivity? A review of physical activity and parenthood | jornal = Prev Med | volume = 46 | número = 2 | páginas = 99–110 | data = Fevereiro de 2008 | pmid = 17919713 | doi = 10.1016/j.ypmed.2007.08.003 }}</ref> Nos países em desenvolvimento, a [[urbanização]] também desempenha um papel no aumento das taxas de obesidade. Por exemplo, na [[China]] a taxa nacional de obesidade é inferior a 5%, enquanto que nalgumas cidades é superior a 20%.<ref name="urbanização">{{citar web |url=http://www.who.int/dietphysicalactivity/media/en/gsfs_obesity.pdf |título=Obesity and Overweight |formato=PDF |editor=Organização Mundial de Saúde |acessodata=22 de fevereiro de 2009}}</ref>
Na sociedade ocidental, o número de filhos tem também uma correlação com o aumento do risco de obesidade. O risco de uma mulher aumenta 7% por cada filho, enquanto o de um homem aumenta 4%.<ref name="weng">{{citar jornal | autor = Weng HH, Bastian LA, Taylor DH, Moser BK, Ostbye T | título = Number of children associated with obesity in middle-aged women and men: results from the health and retirement study | jornal = J Women's Health (Larchmt) | volume = 13 | número = 1 | páginas = 85–91 | ano = 2004 | pmid = 15006281 | doi = 10.1089/154099904322836492 }}</ref> Isto pode ser explicado em parte pelo facto de que ter crianças dependentes diminui a atividade física dos pais.<ref>{{citar periódico | autor = Bellows-Riecken KH, Rhodes RE | título = A birth of inactivity? A review of physical activity and parenthood | jornal = Prev Med | volume = 46 | número = 2 | péginas = 99–110 | data = Fevereiro de 2008 | pmid = 17919713 | doi = 10.1016/j.ypmed.2007.08.003 }}</ref> Nos países em desenvolvimento, a [[urbanização]] também desempenha um papel no aumento das taxas de obesidade. Por exemplo, na [[China]] a taxa nacional de obesidade é inferior a 5%, enquanto que nalgumas cidades é superior a 20%.<ref name="urbanização">{{citar web |url=http://www.who.int/dietphysicalactivity/media/en/gsfs_obesity.pdf |título=Obesity and Overweight |formato=PDF |editor=Organização Mundial de Saúde |acessodata=22 de fevereiro de 2009}}</ref>


===Outras doenças ===
===Outras doenças ===
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Algumas doenças físicas e mentais, e os fármacos usados no seu tratamento, podem aumentar o risco de obesidade. Entre as doenças que aumentam o risco de obesidade estão diversas síndromes genéticas raras e algumas condições [[Doença congénita|congénitas]] ou adquiridas, como o [[hipotiroidismo]], [[síndrome de Cushing]] ou [[deficiência de hormona do crescimento]],<ref>{{citar periódico | autor = Rosén T, Bosaeus I, Tölli J, Lindstedt G, Bengtsson BA | título = Increased body fat mass and decreased extracellular fluid volume in adults with growth hormone deficiency | jornal = Clin. Endocrinol. (Oxf) | volume = 38 | número = 1 | páginas = 63–71 | ano = 1993 | pmid = 8435887 | doi = 10.1111/j.1365-2265.1993.tb00974.x }}</ref> e [[Transtorno alimentar|transtornos alimentares]], como o [[transtorno da compulsão alimentar periódica]].<ref name=HaslamJames/> No entanto, a obesidade não é considerada [[Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais|nem classificada]] como transtorno psiquiátrico.<ref>{{citar periódico | autor = Zametkin AJ, Zoon CK, Klein HW, Munson S | título = Psychiatric aspects of child and adolescent obesity: a review of the past 10 years | jornal = J Am Acad Child Adolesc Psychiatry | volume = 43 | número = 2 | páginas = 134–50 |data= Fevereiro de 2004 | pmid = 14726719 | doi = 10.1097/00004583-200402000-00008 }}</ref> O risco de [[sobrepeso]] e obesidade é maior em pessoas com transtornos psiquiátricos.<ref>{{citar periódico |autor=Chiles C, van Wattum PJ |título=Psychiatric aspects of the obesity crisis |jornal=Psychiatr Times |ano=2010 |volume=27 |número=4 |páginas=47–51}}</ref>
Algumas doenças físicas e mentais, e os fármacos usados no seu tratamento, podem aumentar o risco de obesidade. Entre as doenças que aumentam o risco de obesidade estão diversas síndromes genéticas raras e algumas condições [[Doença congénita|congénitas]] ou adquiridas, como o [[hipotiroidismo]], [[síndrome de Cushing]] ou [[deficiência de hormona do crescimento]],<ref>{{citar periódico | autor = Rosén T, Bosaeus I, Tölli J, Lindstedt G, Bengtsson BA | título = Increased body fat mass and decreased extracellular fluid volume in adults with growth hormone deficiency | jornal = Clin. Endocrinol. (Oxf) | volume = 38 | número = 1 | páginas = 63–71 | ano = 1993 | pmid = 8435887 | doi = 10.1111/j.1365-2265.1993.tb00974.x }}</ref> e [[Transtorno alimentar|transtornos alimentares]], como o [[transtorno da compulsão alimentar periódica]].<ref name=HaslamJames/> No entanto, a obesidade não é considerada [[Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais|nem classificada]] como transtorno psiquiátrico.<ref>{{citar periódico | autor = Zametkin AJ, Zoon CK, Klein HW, Munson S | título = Psychiatric aspects of child and adolescent obesity: a review of the past 10 years | jornal = J Am Acad Child Adolesc Psychiatry | volume = 43 | número = 2 | páginas = 134–50 |data= Fevereiro de 2004 | pmid = 14726719 | doi = 10.1097/00004583-200402000-00008 }}</ref> O risco de [[sobrepeso]] e obesidade é maior em pessoas com transtornos psiquiátricos.<ref>{{citar periódico |autor=Chiles C, van Wattum PJ |título=Psychiatric aspects of the obesity crisis |jornal=Psychiatr Times |ano=2010 |volume=27 |número=4 |páginas=47–51}}</ref>


A [[desnutrição]] durante os primeiros anos de vida também aparenta desempenhar um papel no aumento da taxa de obesidade nos países em desenvolvimento.<ref name=DC2001>{{citar periódico | autor = Caballero B | título = Introduction. Symposium: Obesity in developing countries: biological and ecological factors | jornal = J. Nutr. | volume = 131 | número = 3 | páginas = 866S–870S | data = Março de 2001 | pmid = 11238776 | doi = | url = http://jn.nutrition.org/cgi/content/full/131/3/866S }}</ref> As alterações endócrinas que ocorrem durante períodos de desnutrição podem promover o armazenamento de gordura a partir do momento em que a comida esteja outra vez disponível.<ref name=DC2001/> Diversos estudos confirmam também que a obesidade está também associada a défices [[Cognição|cognitivos]].<ref name="Smith2011">{{citar periódico | autor = Smith E, Hay P, Campbell L, Trollor JN | título = A review of the association between obesity and cognitive function across the lifespan: implications for novel approaches to prevention and treatment | jornal = Obesity Reviews | volume = 12 | páginas = 740–755 | ano = 2011 | pmid = 21991597 | doi = 10.1111/j.1467-789X.2011.00920.x | url = http://onlinelibrary.wiley.com/doi/10.1111/j.1467-789X.2011.00920.x/abstract }}</ref>
A [[desnutrição]] durante os primeiros anos de vida também aparenta desempenhar um papel no aumento da taxa de obesidade nos países em desenvolvimento.<ref name=DC2001>{{citar periódico | autor = Caballero B | título = Introduction. Symposium: Obesity in developing countries: biological and ecological factors | jornal = J. Nutr. | volume = 131 | número = 3 | péginas = 866S–870S | data = Março de 2001 | pmid = 11238776 | doi = | url = http://jn.nutrition.org/cgi/content/full/131/3/866S }}</ref> As alterações endócrinas que ocorrem durante períodos de desnutrição podem promover o armazenamento de gordura a partir do momento em que a comida esteja outra vez disponível.<ref name=DC2001/> Diversos estudos confirmam também que a obesidade está também associada a défices [[Cognição|cognitivos]].<ref name="Smith2011">{{citar periódico | autor = Smith E, Hay P, Campbell L, Trollor JN | título = A review of the association between obesity and cognitive function across the lifespan: implications for novel approaches to prevention and treatment | jornal = Obesity Reviews | volume = 12 | páginas = 740–755 | ano = 2011 | pmid = 21991597 | doi = 10.1111/j.1467-789X.2011.00920.x | url = http://onlinelibrary.wiley.com/doi/10.1111/j.1467-789X.2011.00920.x/abstract }}</ref>


===Fármacos===
===Fármacos===
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==Fisiopatologia==
==Fisiopatologia==


Existem diversos mecanismos [[Fisiopatologia|fisiopatológicos]] envolvidos no desenvolvimento e manutenção da obesidade<ref name="flier">{{citar periódico | autor = Flier JS | título = Obesity wars: Molecular progress confronts an expanding epidemic | jornal = Cell | volume = 116 | número = 2 | páginas = | ano = 2004 | pmid = 14744442 | doi = 10.1016/S0092-8674(03)01081-X }}</ref> e que participam na regulação do [[apetite]] e na ingestão de comida, no padrão de armazenagem do [[tecido adiposo]] e no desenvolvimento de [[resistência à insulina]]. Desde a descoberta da [[leptina]], foram estudados diversos outros mediadores, como a [[grelina]], [[insulina]], [[orexina]], [[colecistocinina]] e a [[adiponectina]]. As [[adipocina]]s são mediadores produzidos pelo tecido adiposo e supõe-se que sua acção modifique diversas doenças relacionadas à obesidade.<ref name="redinger">{{Citar periódico |título=The Pathophysiology of Obesity and Its Clinical Manifestations |último=Redinger |primeiro=Richard N. |jornal=Gastroenterol Hepatol (N Y) |mês=Novembro |ano=2007 |número=3 |volume=11 |páginas=856–863 |url=http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC3104148/ |pmc=3104148 }}</ref>
Existem diversos mecanismos [[Fisiopatologia|fisiopatológicos]] envolvidos no desenvolvimento e manutenção da obesidade<ref name="flier">{{citar periódico | autor = Flier JS | título = Obesity wars: Molecular progress confronts an expanding epidemic | jornal = Cell | volume = 116 | número = 2 | péginas = | ano = 2004 | pmid = 14744442 | doi = 10.1016/S0092-8674(03)01081-X }}</ref> e que participam na regulação do [[apetite]] e na ingestão de comida, no padrão de armazenagem do [[tecido adiposo]] e no desenvolvimento de [[resistência à insulina]]. Desde a descoberta da [[leptina]], foram estudados diversos outros mediadores, como a [[grelina]], [[insulina]], [[orexina]], [[colecistocinina]] e a [[adiponectina]]. As [[adipocina]]s são mediadores produzidos pelo tecido adiposo e supõe-se que sua acção modifique diversas doenças relacionadas à obesidade.<ref name="redinger">{{Citar periódico |título=The Pathophysiology of Obesity and Its Clinical Manifestations |último=Redinger |primeiro=Richard N. |jornal=Gastroenterol Hepatol (N Y) |mês=Novembro |ano=2007 |número=3 |volume=11 |páginas=856–863 |url=http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC3104148/ |pmc=3104148 }}</ref>


A leptina e a grelina são complementares ao nível da regulação do apetite. A grelina produzida pelo [[estômago]] regula o apetite a curto prazo, fazendo com que a pessoa sinta fome quando o estômago está vazio e indicando o momento em que o estômago está cheio. A leptina é produzida pelo tecido adiposo para sinalizar as reservas de gordura no corpo e mediar a regulação do apetite a longo prazo; isto é, comer mais quando as reservas são poucas, e pouco quando as reservas são muitas. Embora a administração de leptina possa ser eficaz num pequeno subgrupo de indivíduos obesos com deficiência de leptina, pensa-se que a maior parte seja resistente à leptina, apresentando inclusive níveis elevados da hormona,<ref>{{citar periódico | autor = Hamann A, Matthaei S | título = Regulation of energy balance by leptin | jornal = Exp. Clin. Endocrinol. Diabetes | volume = 104 | número = 4 | páginas = 293–300 | ano = 1996 | pmid = 8886745 | doi = 10.1055/s-0029-1211457 }}</ref> o que explica a ineficácia da administração de leptina para suprimir o apetite em grande parte da população.<ref name="flier"/>
A leptina e a grelina são complementares ao nível da regulação do apetite. A grelina produzida pelo [[estômago]] regula o apetite a curto prazo, fazendo com que a pessoa sinta fome quando o estômago está vazio e indicando o momento em que o estômago está cheio. A leptina é produzida pelo tecido adiposo para sinalizar as reservas de gordura no corpo e mediar a regulação do apetite a longo prazo; isto é, comer mais quando as reservas são poucas, e pouco quando as reservas são muitas. Embora a administração de leptina possa ser eficaz num pequeno subgrupo de indivíduos obesos com deficiência de leptina, pensa-se que a maior parte seja resistente à leptina, apresentando inclusive níveis elevados da hormona,<ref>{{citar periódico | autor = Hamann A, Matthaei S | título = Regulation of energy balance by leptin | jornal = Exp. Clin. Endocrinol. Diabetes | volume = 104 | número = 4 | páginas = 293–300 | ano = 1996 | pmid = 8886745 | doi = 10.1055/s-0029-1211457 }}</ref> o que explica a ineficácia da administração de leptina para suprimir o apetite em grande parte da população.<ref name="flier"/>
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Anteriormente considerada um problema restrito aos países industrializados, atualmente verifica-se que o aumento da obesidade se dá à escala global, afetando tanto os países desenvolvidos como os países em vias de desenvolvimento.<ref name=EuroG2008>{{citar periódico | autor = Tsigos C, Hainer V, Basdevant A, Finer N, Fried M, Mathus-Vliegen E, Micic D, Maislos M, Roman G, Schutz Y, Toplak H, Zahorska-Markiewicz B | título = Management of Obesity in Adults: European Clinical Practice Guidelines | jornal = The European Journal of Obesity | volume = 1 | número = 2 | páginas = 106–16 | data = Abril de 2008 | pmid = 20054170 | doi = 10.1159/000126822 | url = http://www.gojaznost.org/gs/dodatak/OMTFManagementofObesityinAdults2008.pdf }}</ref> Este aumento verifica-se de forma mais acentuada em contexto urbano,<ref name=WHO2009a/> e a única região do mundo onde não é um problema comum é na [[África subsariana]].<ref name=HaslamJames/>
Anteriormente considerada um problema restrito aos países industrializados, atualmente verifica-se que o aumento da obesidade se dá à escala global, afetando tanto os países desenvolvidos como os países em vias de desenvolvimento.<ref name=EuroG2008>{{citar periódico | autor = Tsigos C, Hainer V, Basdevant A, Finer N, Fried M, Mathus-Vliegen E, Micic D, Maislos M, Roman G, Schutz Y, Toplak H, Zahorska-Markiewicz B | título = Management of Obesity in Adults: European Clinical Practice Guidelines | jornal = The European Journal of Obesity | volume = 1 | número = 2 | páginas = 106–16 | data = Abril de 2008 | pmid = 20054170 | doi = 10.1159/000126822 | url = http://www.gojaznost.org/gs/dodatak/OMTFManagementofObesityinAdults2008.pdf }}</ref> Este aumento verifica-se de forma mais acentuada em contexto urbano,<ref name=WHO2009a/> e a única região do mundo onde não é um problema comum é na [[África subsariana]].<ref name=HaslamJames/>


Uma pesquisa, realizada por mais de mil cientistas, analisou o peso e a altura de mais de 112 milhões de pessoas, em praticamente todos os países, entre 1985 e 2017. Os resultados mostram que o índice de massa corporal aumentou uma quantidade equivalente a que cada pessoa tenha engordado cerca de seis quilos. Mais de 55% desse aumento deve-se ao sobrepeso e à obesidade nas áreas rurais. Em alguns países pobres ou de qualidade de vida média, a percentagem chega a 80%.<ref>{{citar web|URL=https://www.jn.pt/mundo/interior/estamos-mais-gordos-ha-mais-seis-quilos-por-pessoa-desde-1985-10884926.html|título=Estamos mais gordos. Há mais seis quilos por pessoa desde 1985|autor=|data=|publicado=|acessodata=}}</ref>
Uma pesquisa, realizada por mais de mil cientistas, analisou o peso e a altura de mais de 112 milhões de pessoas, em praticamente todos os países, entre 1985 e 2017. Os resultados mostram que o índice de massa corporal aumentou uma quantidade equivalente a que cada pessoa tenha engordado cerca de seis quilos. Mais de 55% desse aumento deve-se ao sobrepeso e à obesidade nas áreas rurais. Em alguns países pobres ou de qualidade de vida média, a percentagem chega a 80%<ref>{{citar web|URL=https://www.jn.pt/mundo/interior/estamos-mais-gordos-ha-mais-seis-quilos-por-pessoa-desde-1985-10884926.html|título=Estamos mais gordos. Há mais seis quilos por pessoa desde 1985|autor=|data=|publicado=|acessodata=}}</ref>.


===Portugal===
===Portugal===
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===Guiné-Bissau===
===Guiné-Bissau===
A [[Guiné-Bissau]] apresenta a taxa de obesidade mais elevada da [[África subsariana]] em ambos os sexos, tanto em adultos como em crianças. Entre os adultos, a taxa é de 16,8% nos homens e 24,2% nas mulheres e entre as crianças a taxa é de 8,1% no sexo masculino e 8,3% no sexo masculino. O país apresenta ainda taxas muito elevadas de sobrepeso (44% nos homens, 47,8% nas mulheres, 15,8% em crianças do sexo masculino e 20,4% no sexo feminino. Em [[Angola]] a taxa de obesidade engloba 12% dos homens, 18,7% das mulheres, 5,7% das crianças do sexo masculino e 6% do sexo feminino. No mesmo país, verifica-se sobrepeso em 42,9% dos homens, 49,1% das mulheres, 15,5% dos rapazes e 20,9% das raparigas.Em [[Moçambique]], a taxa de sobrepeso afeta 14,1% dos homens, 26,5% das mulheres, 12,3% dos rapazes e 14,4% das raparigas. Em [[São Tomé e Príncipe]] 30,6% dos homens, 45,7% das mulheres, 12,3% dos rapazes e 18,9% das raparigas apresentam sobrepeso. Em [[Cabo Verde]], o sobrepeso afeta 31,8% dos homens, 44% das mulheres, 11,5% dos rapazes e 18,3% das raparigas.<ref name="dn">{{Citar web |autor=Lusa |url=http://www.dn.pt/inicio/portugal/interior.aspx?content_id=3940319 |título=Guiné-Bissau é o país da região com maior percentagem de obesos |publicado=[[Diário de Notícias (Portugal)|Diário de Notícias]] |data=29 de maio de 2014 |acessodata=25 de julho de 2014 |arquivourl=https://web.archive.org/web/20140529104928/http://www.dn.pt/inicio/portugal/interior.aspx?content_id=3940319 |arquivodata=2014-05-29 |urlmorta=yes }}</ref><ref name="gadikou">{{Citar periódico |título=Global, regional, and national prevalence of overweight and obesity in children and adults during 1980—2013: a systematic analysis for the Global Burden of Disease Study 2013 |autor=Gakidou, Emmanuela ''et al.'' |doi=10.1016/S0140-6736(14)60460-8 |jornal=Lancet |data=28 de maio de 2014 |url=http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/24880830}}</ref>
A [[Guiné-Bissau]] apresenta a taxa de obesidade mais elevada da [[África subsariana]] em ambos os sexos, tanto em adultos como em crianças. Entre os adultos, a taxa é de 16,8% nos homens e 24,2% nas mulheres e entre as crianças a taxa é de 8,1% no sexo masculino e 8,3% no sexo masculino. O país apresenta ainda taxas muito elevadas de sobrepeso (44% nos homens, 47,8% nas mulheres, 15,8% em crianças do sexo masculino e 20,4% no sexo feminino. Em [[Angola]] a taxa de obesidade engloba 12% dos homens, 18,7% das mulheres, 5,7% das crianças do sexo masculino e 6% do sexo feminino. No mesmo país, verifica-se sobrepeso em 42,9% dos homens, 49,1% das mulheres, 15,5% dos rapazes e 20,9% das raparigas.Em [[Moçambique]], a taxa de sobrepeso afeta 14,1% dos homens, 26,5% das mulheres, 12,3% dos rapazes e 14,4% das raparigas. Em [[São Tomé e Príncipe]] 30,6% dos homens, 45,7% das mulheres, 12,3% dos rapazes e 18,9% das raparigas apresentam sobrepeso. Em [[Cabo Verde]], o sobrepeso afeta 31,8% dos homens, 44% das mulheres, 11,5% dos rapazes e 18,3% das raparigas.<ref name="dn">{{Citar web |url=http://www.dn.pt/inicio/portugal/interior.aspx?content_id=3940319 |título=Guiné-Bissau é o país da região com maior percentagem de obesos |autor=[[Diário de Notícias]] |data=29 de maio de 2014 |acessodata=25 de julho de 2014 |arquivourl=https://web.archive.org/web/20140529104928/http://www.dn.pt/inicio/portugal/interior.aspx?content_id=3940319 |arquivodata=2014-05-29 |urlmorta=yes }}</ref><ref name="gadikou">{{Citar periódico |título=Global, regional, and national prevalence of overweight and obesity in children and adults during 1980—2013: a systematic analysis for the Global Burden of Disease Study 2013 |autor=Gakidou, Emmanuela ''et al.'' |doi=10.1016/S0140-6736(14)60460-8 |jornal=Lancet |data=28 de maio de 2014 |url=http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/24880830}}</ref>


== Investigação ==
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Caracteres: A Á À Â Ä Ǎ Ă Ā à ŠĄ Æ Ǣ a á à â ä ǎ ă ā ã å ą æ ǣ   B b   C Ć Ċ Ĉ Č Ç c ć ċ ĉ č ç   D Ď Đ Ḍ Ð d ď đ ḍ ð   E É È Ė Ê Ë Ě Ĕ Ē Ẽ Ę Ə e é è ė ê ë ě ĕ ē ẽ ę ə   F f   G Ġ Ĝ Ğ Ģ g ġ ĝ ğ ģ   H Ĥ Ħ Ḥ h ĥ ħ ḥ   I Í İ Î Ï Ǐ Ĭ Ī Ĩ Į i í ı ì î ï ǐ ĭ ī ĩ į   J Ĵ j ĵ   K Ķ k ķ   L Ĺ Ŀ Ľ Ļ Ł Ḷ Ḹ ḹ l ĺ ŀ ľ ļ ł Ḷ Ḹ ḹ   M Ṃ m ṃ   N Ń Ň Ñ Ņ Ṇ n ń ň ñ ņ ṇ   O Ó Ò Ô Ö Ǒ Ŏ Ō Õ Ǫ Ő Ø Œ o ó ò ô ö ǒ ŏ ō õ ǫ ő ø œ   P p   Q q   R Ŕ Ř Ŗ Ṛ r ŕ ř ŗ ṛ ṝ   S Ś Ŝ Š Ş Ṣ ß s ś ŝ š ş ṣ ß   T Ť Ţ Ṭ Þ t ť ţ ṭ þ   U Ú Ù Û Ü Ǔ Ŭ Ū Ũ Ů Ų Ű Ǘ Ǜ Ǚ Ǖ u ú ù û ü ǔ ŭ ū ũ ů ų ű ǘ ǜ ǚ ǖ   V v   W Ŵ w ŵ   X x   Y Ý Ŷ Ÿ Ỹ Ȳ y ý ŷ ÿ ỹ ȳ   Z Ź Ż Ž z ź ż ž   ß Ð ð Þ þ Ə ə   {{Unicode|}}
Grego: Ά ά Έ έ Ή ή Ί ί Ό ό Ύ ύ Ώ ώ   Α α Β β Γ γ Δ δ   Ε ε Ζ ζ Η η Θ θ   Ι ι Κ κ Λ λ Μ μ   Ν ν Ξ ξ Ο ο Π π   Ρ ρ Σ σ ς Τ τ Υ υ   Φ φ Χ χ Ψ ψ Ω ω
Cirílico: А а Б б В в Г г   Ґ ґ Ѓ ѓ Д д Ђ ђ   Е е Ё ё Є є Ж ж   З з Ѕ ѕ И и І і   Ї ї Й й Ј ј К к   Ќ ќ Л л Љ љ М м   Н н Њ њ О о П п   Р р С с Т т Ћ ћ   У у Ў ў Ф ф Х х   Ц ц Ч ч Џ џ Ш ш   Щ щ Ъ ъ Ы ы Ь ь   Э э Ю ю Я я   ́
AFI: t̪ d̪ ʈ ɖ ɟ ɡ ɢ ʡ ʔ   ɸ ʃ ʒ ɕ ʑ ʂ ʐ ʝ ɣ ʁ ʕ ʜ ʢ ɦ   ɱ ɳ ɲ ŋ ɴ   ʋ ɹ ɻ ɰ   ʙ ʀ ɾ ɽ   ɫ ɬ ɮ ɺ ɭ ʎ ʟ   ɥ ʍ ɧ   ɓ ɗ ʄ ɠ ʛ   ʘ ǀ ǃ ǂ ǁ   ɨ ʉ ɯ   ɪ ʏ ʊ   ɘ ɵ ɤ   ə ɚ   ɛ ɜ ɝ ɞ ʌ ɔ   ɐ ɶ ɑ ɒ   ʰ ʷ ʲ ˠ ˤ ⁿ ˡ   ˈ ˌ ː ˑ ̪   {{AFI|}}

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  • obesidade: Hiperligação intersites, Declaração: P563, Declaração: P7807, Declaração: P492, Declaração: P486, Título, Descrição: pt

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