Obesidade: diferenças entre revisões
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| Medicação =
| Prognóstico = Diminuição da [[esperança de vida]]<ref name=HaslamJames/>
| Frequência = 700 milhões / 12% (2015)<ref name=NEJM2017>{{citar periódico|título=Health Effects of Overweight and Obesity in 195 Countries over 25 Years|periódico=New England Journal of Medicine|data=12 de junho de 2017|doi=10.1056/NEJMoa1614362|pmc=5477817 | issn=0028-4793 }}</ref>
| Mortes =
| DiseasesDB = 9099
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===Comorbilidades===
A obesidade aumenta o risco de diversas complicações físicas e psicológicas. Estas comorbidades estão frequentemente integradas numa condição denominada [[síndrome metabólica]],<ref name=HaslamJames/> um conjunto de transtornos clínicos que engloba: [[diabetes mellitus tipo 2]], [[Hipertensão arterial|pressão arterial elevada]], [[Hipercolesterolemia|colesterol elevado]] e [[Hipertrigliceridemia|níveis elevados de triglicerídeos]].<ref>{{citar periódico | autor = Grundy SM | título = Obesity, metabolic syndrome, and cardiovascular disease | jornal = J. Clin. Endocrinol. Metab. | volume = 89 | inúmero =
As consequências da obesidade a nível da saúde podem ser classificadas em duas categorias genéricas: as que podem ser atribuídas aos efeitos do aumento da massa adiposa (como a osteoartrite, a apneia de sono ou o [[estigma social]]) e as que podem ser atribuídas ao aumento do número e do volume de [[Adipócito|células adiposas]],<ref>{{citar periódico|ultimo=Tchoukalova|primeiro=YD|coautores=Votruba SB, Tchkonia T, Giorgadze N, Kirkland JL, Jensen MD|data=4 de outubro de 2010|titulo=Regional differences in cellular mechanisms of adipose tissue gain with overfeeding|jornal=Proceedings of the National Academy of Sciences|volume=107|numero=42|paginas=18226-18231|editora=National Academy of Sciences|pmid=20921416|doi=10.1073/pnas.1005259107|url=http://www.pnas.org/content/107/42/18226|formato=|acessadoem=5 de outubro de 2016|língua=en}}</ref><!-- É mais comum que o volume das células adiposas aumente, não que elas se dupliquem. --> como a diabetes, cancro, doenças cardiovasculares ou a [[doença hepática gordurosa não alcoólica]].<ref name="HaslamJames" /><ref name="Bray2004">{{citar periódico | autor = Bray GA | título = Medical consequences of obesity | jornal = J. Clin. Endocrinol. Metab. | volume = 89 | número = 6 | páginas = 2583–9 | ano = 2004 | pmid = 15181027 | doi = 10.1210/jc.2004-0535 }}</ref> O aumento de gordura corporal altera a reação do corpo à [[insulina]], o que pode provocar [[resistência à insulina]], e também cria um [[Inflamação|estado pró-inflamatório]]<ref>{{citar periódico | autor = Shoelson SE, Herrero L, Naaz A | título = Obesity, inflammation, and insulin resistance | jornal = Gastroenterology | volume = 132 | número = 6 | páginas = 2169–80 | data = Maio de 2007 | pmid = 17498510 | doi = 10.1053/j.gastro.2007.03.059 }}</ref><ref>{{citar periódico | autor = Shoelson SE, Lee J, Goldfine AB | título = Inflammation and insulin resistance | jornal = J. Clin. Invest. | volume = 116 | número = 7 | páginas = 1793–801 | data = Julho de 2006 | pmid = 16823477 | pmc = 1483173 | doi = 10.1172/JCI29069 | url = http://www.jci.org/articles/view/29069 }}</ref> e [[Trombose|pró-trombótico]].<ref name=Bray2004/><ref>{{citar periódico | autor = Dentali F, Squizzato A, Ageno W | título = The metabolic syndrome as a risk factor for venous and arterial thrombosis | jornal = Semin. Thromb. Hemost. | volume = 35 | número = 5 | páginas = 451–7 | data = Julho de 2009 | pmid = 19739035 | doi = 10.1055/s-0029-1234140 }}</ref>
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[[Ficheiro:Los Angeles (California, USA), Shop, South Olive Street -- 2012 -- 2.jpg|thumb|left|A maior parte da energia consumida em excesso tem origem no consumo de [[hidratos de carbono]], e não de gordura. As principais fontes destes hidratos de carbono em excesso são [[refrigerante|bebidas açucaradas]] e ''[[fast-food]]''.]]
Existe uma relação entre o consumo de energia total e a obesidade.<ref>{{citar web |url=http://www.statcan.gc.ca/pub/82-003-x/2009004/article/10933-eng.htm |título=Diet composition and obesity among Canadian adults |autor=Statistics Canada |acessodata=}}</ref>
A maior parte da energia consumida em excesso tem origem no aumento do consumo de [[hidratos de carbono]], e não no consumo de gordura.<ref>{{citar periódico | autor = Wright JD, Kennedy-Stephenson J, Wang CY, McDowell MA, Johnson CL | título = Trends in intake of energy and macronutrients—United States, 1971–2000 | jornal = MMWR Morb Mortal Wkly Rep | volume = 53 | número = 4 | páginas = 80–2 | data = Fevereiro de 2004 | pmid = 14762332 | url = http://www.cdc.gov/mmwr/preview/mmwrhtml/mm5304a3.htm }}</ref> As principais fontes destes hidratos de carbono em excesso são as [[Refrigerante|bebidas açucaradas]]<ref name=Caballero>{{citar periódico | último = Caballero |primeiro=B | título = The global epidemic of obesity: An overview | jornal = Epidemiol Rev | volume = 29 | número = | páginas = 1–5 | ano = 2007 | pmid = 17569676 | doi = 10.1093/epirev/mxm012 | url = }}</ref> e as [[Batata frita|batatas fritas]],<ref>{{citar periódico | autor = Mozaffarian D, Hao T, Rimm EB, Willett WC, Hu FB | título = Changes in Diet and Lifestyle and Long-Term Weight Gain in Women and Men | jornal = The New England Journal of Medicine | volume = 364 | número = 25 | páginas = 2392–404 | data = 23 de junho de 2011 | pmid = 21696306 | pmc = 3151731 | doi = 10.1056/NEJMoa1014296 }}</ref> e acredita-se que o seu consumo excessivo esteja a contribuir para o aumento dos índices de obesidade.<ref>{{citar periódico | autor = Malik VS, Schulze MB, Hu FB | título = Intake of sugar-sweetened beverages and weight gain: a systematic review | jornal = Am. J. Clin. Nutr. | volume = 84 | número = 2 | páginas = 274–88 | data = Agosto de 2006 | pmid = 16895873 | pmc = 3210834 | doi = | url = http://www.ajcn.org/cgi/content/full/84/2/274 }}</ref><ref>{{citar periódico | autor = Olsen NJ, Heitmann BL | título = Intake of calorically sweetened beverages and obesity | jornal = Obes Rev | volume = 10 | número = 1 | páginas = 68–75 | data = Janeiro de 2009 | pmid = 18764885 | doi = 10.1111/j.1467-789X.2008.00523.x }}</ref> À medida que as sociedades se tornam cada vez mais consumidoras de [[Dieta padrão ocidental|dietas hipercalóricas]], ''[[fast-food]]'' e refeições de grandes porções, a ligação entre o consumo de ''fast-food'' e a obesidade torna-se mais evidente.<ref name="vogli">{{Citar periódico |url=http://www.who.int/bulletin/volumes/92/2/13-120287/en/ |título=The influence of market deregulation on fast food consumption and body mass index: a cross-national time series analysis |autor=Roberto De Vogli, Anne Kouvonen, David Gimeno |editora=Organização Mundial de Saúde |jornal=Bulletin of the World Health Organization |ano=2014 |número=92 |páginas=99-107A. |doi=10.2471/BLT.13.120287}}</ref><ref>{{citar periódico | autor = Rosenheck R | título = Fast food consumption and increased caloric intake: a systematic review of a trajectory towards weight gain and obesity risk | jornal = Obes Rev | volume = 9 | número = 6 | páginas = 535–47 | data = Novembro de 2008 | pmid = 18346099 | doi = 10.1111/j.1467-789X.2008.00477.x | url = }}</ref>
A disponibilidade de energia dietética per capita varia de forma acentuada entre diferentes regiões e países, e foi-se alterando de forma significativa ao longo do tempo.<ref name=Earth09>{{citar web|url=http://earthtrends.wri.org/searchable_db/index.php?theme=8&variable_ID=212&action=select_countries |título=EarthTrends: Nutrition: Calorie supply per capita |autor=World Resources Institute |acessodata=18 de outubro de 2009 |arquivourl=https://web.archive.org/web/20110611160708/http://earthtrends.wri.org/searchable_db/index.php?theme=8&variable_ID=212&action=select_countries |arquivodata=11 de junho de 2011}}</ref> Entre o início da década de 1970 e o fim da década de 1990, a energia alimentar disponível por pessoa e por dia (a quantidade de alimentos comprados) aumentou em todas as partes do mundo, exceto na [[Europa de Leste|Europa do Leste]]. A maior disponibilidade encontra-se nos Estados Unidos, com 3654 [[Caloria|cal]] por pessoa em 1996,<ref name=Earth09/> valor que aumentou para 3754 Cal em 2003.<ref name=Earth09/> Em finais da década de 1990, os europeus tinham disponíveis em média 3394 Cal por pessoa, enquanto que nas regiões em desenvolvimento da Ásia a disponibilidade era de 2648 por pessoa e na [[África subsariana]] de 2176 Cal por pessoa.<ref name=Earth09/><ref>{{citar web |url=http://www.scribd.com/doc/1470965/USDA-frsept99b |título=USDA: frsept99b |autor=United States Department of Agriculture |acessodata=10 de janeiro de 2009}}</ref> Apesar de estarem disponíveis recomendações de [[nutrição]] em diversos países, continuam a existir problemas derivados da ingestão excessiva de alimentos e de escolhas dietéticas pouco saudáveis.<ref>{{citar periódico | autor = Marantz PR, Bird ED, Alderman MH | título = A call for higher standards of evidence for dietary guidelines |periódico= Am J Prev Med | volume = 34 | número = 3 | páginas = 234–40 | data = Março de 2008 | pmid = 18312812 | doi = 10.1016/j.amepre.2007.11.017 | url = }}</ref>
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{{legend|#cb0000|<small>>3600 (>15100)</small>}}
{{Multicol-end}}
</div>
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===Determinantes sociais===
[[Imagem:Yamai no Soshi - Obesity.JPG|thumb|Ilustração do ''papiro das doenças'' (Yamai no soshi, fim do {{séc|XII}}, na qual se vê uma banqueira com obesidade, considerada uma doença da classe abastada
Embora a influência genética seja importante para compreender a obesidade, ela por si só não explica o aumento dramático da incidência em determinados países ou em escala global.<ref>{{citar periódico | autor = Yach D, Stuckler D, Brownell KD | título = Epidemiologic and economic consequences of the global epidemics of obesity and diabetes | jornal = Nat. Med. | volume = 12 | número = 1 | páginas = 62–6 | data = Janeiro de 2006 | pmid = 16397571 | doi = 10.1038/nm0106-62 | url = }}</ref> Existem diversas atitudes sociais que aparentam aumentar o risco de obesidade, como o [[stresse|stress]], a [[discriminação]],<ref>{{citar periódico | autor = Christakis NA, Fowler JH | título = The Spread of Obesity in a Large Social Network over 32 Years | jornal = New England Journal of Medicine | volume = 357 | número = 4 | páginas = 370–379 | ano = 2007 | pmid = 17652652 | doi = 10.1056/NEJMsa066082 }}</ref><ref name="spirit" /><ref>{{citar periódico | autor = Björntorp P | título = Do stress reactions cause abdominal obesity and comorbidities? | jornal = Obesity Reviews | volume = 2 | número = 2 | páginas = 73–86 | ano = 2001 | pmid = 12119665 | doi = 10.1046/j.1467-789x.2001.00027.x }}</ref><ref>{{citar periódico | autor = Goodman E, Adler NE, Daniels SR, Morrison JA, Slap GB, Dolan LM | título = Impact of objective and subjective social status on obesity in a biracial cohort of adolescents | jornal = Obesity Reviews | volume = 11 | número = 8 | páginas = 1018–26 | ano = 2003 | pmid = 12917508 | doi = 10.1038/oby.2003.140 }}</ref> a classe socioeconómica,<ref name="sobal"/> o tabagismo,<ref name="flegal"/> o número de filhos<ref name="weng"/> e a urbanização.<ref name="urbanização"/>
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<!-- número de filhos e urbanização -->
Na sociedade ocidental, o número de filhos tem também uma correlação com o aumento do risco de obesidade. O risco de uma mulher aumenta 7% por cada filho, enquanto o de um homem aumenta 4%.<ref name="weng">{{citar jornal | autor = Weng HH, Bastian LA, Taylor DH, Moser BK, Ostbye T | título = Number of children associated with obesity in middle-aged women and men: results from the health and retirement study | jornal = J Women's Health (Larchmt) | volume = 13 | número = 1 | páginas = 85–91 | ano = 2004 | pmid = 15006281 | doi = 10.1089/154099904322836492 }}</ref> Isto pode ser explicado em parte pelo facto de que ter crianças dependentes diminui a atividade física dos pais.<ref>{{citar periódico | autor = Bellows-Riecken KH, Rhodes RE | título = A birth of inactivity? A review of physical activity and parenthood | jornal = Prev Med | volume = 46 | número = 2 |
===Outras doenças ===
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Algumas doenças físicas e mentais, e os fármacos usados no seu tratamento, podem aumentar o risco de obesidade. Entre as doenças que aumentam o risco de obesidade estão diversas síndromes genéticas raras e algumas condições [[Doença congénita|congénitas]] ou adquiridas, como o [[hipotiroidismo]], [[síndrome de Cushing]] ou [[deficiência de hormona do crescimento]],<ref>{{citar periódico | autor = Rosén T, Bosaeus I, Tölli J, Lindstedt G, Bengtsson BA | título = Increased body fat mass and decreased extracellular fluid volume in adults with growth hormone deficiency | jornal = Clin. Endocrinol. (Oxf) | volume = 38 | número = 1 | páginas = 63–71 | ano = 1993 | pmid = 8435887 | doi = 10.1111/j.1365-2265.1993.tb00974.x }}</ref> e [[Transtorno alimentar|transtornos alimentares]], como o [[transtorno da compulsão alimentar periódica]].<ref name=HaslamJames/> No entanto, a obesidade não é considerada [[Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais|nem classificada]] como transtorno psiquiátrico.<ref>{{citar periódico | autor = Zametkin AJ, Zoon CK, Klein HW, Munson S | título = Psychiatric aspects of child and adolescent obesity: a review of the past 10 years | jornal = J Am Acad Child Adolesc Psychiatry | volume = 43 | número = 2 | páginas = 134–50 |data= Fevereiro de 2004 | pmid = 14726719 | doi = 10.1097/00004583-200402000-00008 }}</ref> O risco de [[sobrepeso]] e obesidade é maior em pessoas com transtornos psiquiátricos.<ref>{{citar periódico |autor=Chiles C, van Wattum PJ |título=Psychiatric aspects of the obesity crisis |jornal=Psychiatr Times |ano=2010 |volume=27 |número=4 |páginas=47–51}}</ref>
A [[desnutrição]] durante os primeiros anos de vida também aparenta desempenhar um papel no aumento da taxa de obesidade nos países em desenvolvimento.<ref name=DC2001>{{citar periódico | autor = Caballero B | título = Introduction. Symposium: Obesity in developing countries: biological and ecological factors | jornal = J. Nutr. | volume = 131 | número = 3 |
===Fármacos===
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==Fisiopatologia==
Existem diversos mecanismos [[Fisiopatologia|fisiopatológicos]] envolvidos no desenvolvimento e manutenção da obesidade<ref name="flier">{{citar periódico | autor = Flier JS | título = Obesity wars: Molecular progress confronts an expanding epidemic | jornal = Cell | volume = 116 | número = 2 |
A leptina e a grelina são complementares ao nível da regulação do apetite. A grelina produzida pelo [[estômago]] regula o apetite a curto prazo, fazendo com que a pessoa sinta fome quando o estômago está vazio e indicando o momento em que o estômago está cheio. A leptina é produzida pelo tecido adiposo para sinalizar as reservas de gordura no corpo e mediar a regulação do apetite a longo prazo; isto é, comer mais quando as reservas são poucas, e pouco quando as reservas são muitas. Embora a administração de leptina possa ser eficaz num pequeno subgrupo de indivíduos obesos com deficiência de leptina, pensa-se que a maior parte seja resistente à leptina, apresentando inclusive níveis elevados da hormona,<ref>{{citar periódico | autor = Hamann A, Matthaei S | título = Regulation of energy balance by leptin | jornal = Exp. Clin. Endocrinol. Diabetes | volume = 104 | número = 4 | páginas = 293–300 | ano = 1996 | pmid = 8886745 | doi = 10.1055/s-0029-1211457 }}</ref> o que explica a ineficácia da administração de leptina para suprimir o apetite em grande parte da população.<ref name="flier"/>
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O principal tratamento para a obesidade é uma [[dieta]] apropriada e [[exercício físico]].<ref name=CADG2006>{{citar periódico | autor = Lau DC, Douketis JD, Morrison KM, Hramiak IM, Sharma AM, Ur E | título = 2006 Canadian clinical practice guidelines on the management and prevention of obesity in adults and children summary | jornal = CMAJ | volume = 176 | número = 8 | páginas = S1–13 | data = Abril de 2007 | pmid = 17420481 | pmc = 1839777 | doi = 10.1503/cmaj.061409 | url = }}</ref> Os programas dietéticos proporcionam [[Perda de peso|redução de peso]] a curto prazo,<ref name=Strychar>{{citar periódico | autor = Strychar I | título = Diet in the management of weight loss | jornal = CMAJ | volume = 174 | número = 1 | páginas = 56–63 | data = Janeiro de 2006 | pmid = 16389240 | pmc = 1319349 | doi = 10.1503/cmaj.045037 | url = http://www.cmaj.ca/cgi/content/full/174/1/56 }}</ref> embora manter o peso pretendido seja difícil, pelo que geralmente essa redução necessita de ser acompanhada por alterações permanentes no estilo de vida da pessoa, como exercício físico regular e uma dieta menos calórica.<ref>{{citar periódico | autor = Shick SM, Wing RR, Klem ML, McGuire MT, Hill JO, Seagle H | título = Persons successful at long-term weight loss and maintenance continue to consume a low-energy, low-fat diet | jornal = J Am Diet Assoc | volume = 98 | número = 4 | páginas = 408–13 | data = Abril de 1998 | pmid = 9550162 | doi = 10.1016/S0002-8223(98)00093-5 }}</ref><ref>{{citar periódico | autor = Tate DF, Jeffery RW, Sherwood NE, Wing RR | título = Long-term weight losses associated with prescription of higher physical activity goals. Are higher levels of physical activity protective against weight regain? | jornal = Am. J. Clin. Nutr. | volume = 85 | número = 4 | páginas = 954–9 | data = 1 de abril de 2007 | pmid = 17413092 | url = http://www.ajcn.org/cgi/content/full/85/4/954 }}</ref> A taxa de sucesso da manutenção a longo prazo da redução de peso com alterações no estilo de vida é de cerca de 20%.<ref>{{citar periódico | autor = Wing RR, Phelan S | título = Science-Based Solutions to Obesity: What are the Roles of Academia, Government, Industry, and Health Care? Proceedings of a symposium, Boston, Massachusetts, USA, 10–11 March 2004 and Anaheim, California, USA, 2 October 2004 | jornal = Am. J. Clin. Nutr. | volume = 82 | número = 1 Suppl | páginas = 207S–273S | data = 1 de julho de 2005 | pmid = 16002825 | url = http://www.ajcn.org/cgi/content/full/82/1/222S }}</ref> As alterações na dieta e no estilo de vida são eficazes na limitação do ganho de peso durante a [[gravidez]] e têm impacto positivo na saúde da mãe e da criança.<ref>{{citar periódico | autor = Thangaratinam S, Rogozinska E, Jolly K, Glinkowski S, Roseboom T, Tomlinson JW, Kunz R, Mol BW, Coomarasamy A, Khan KS | título = Effects of interventions in pregnancy on maternal weight and obstetric outcomes: meta-analysis of randomised evidence | jornal = BMJ (Clinical research ed.) | volume = 344 | páginas = e2088 | data = 16 de maio de 2012 | pmid = 22596383 | pmc = 3355191 | doi = 10.1136/bmj.e2088 }}</ref>
Estão disponíveis alguns fármacos para o tratamento de obesidade. Os mais comuns são o [[orlistato]], a [[lorcaserina]] e a [[associação fentermina/topiramato]].<ref name=Yan2014 /> No entanto, a aprovação ou não de cada substância pode diferir bastante entre países. Embora o uso de lorcaserina tenha sido aprovado pela [[Food and Drug Administration]] (FDA) norte-americana, o medicamento não foi aprovado pela [[Agência Europeia do Medicamento]].<ref>{{Citar periódico |título=The new weight-loss drugs, lorcaserin and phentermine-topiramate: slim pickings? |autor=Woloshin S, Schwartz LM |jornal=JAMA Intern Med |ano=2014 |mês=Abril |volume=174 |número=4 |páginas=615-9 |doi=10.1001/jamainternmed.2013.14629}}</ref> A perda de peso com o orlistato é modesta, em média 2,9 kg entre 1 e 4 anos.<ref name=Orli07>{{citar periódico | autor = Rucker D, Padwal R, Li SK, Curioni C, Lau DC | título = Long term pharmacotherapy for obesity and overweight: updated meta-analysis | jornal = BMJ | volume = 335 | número = 7631 | páginas = 1194–99 | ano = 2007 | pmid = 18006966 | pmc = 2128668 | doi = 10.1136/bmj.39385.413113.25 | url = http://www.bmj.com/cgi/content/full/335/7631/1194 }}</ref> O seu uso está associado a taxas elevadas de efeitos adversos gastrointestinais<ref name=Orli07/> e têm sido levantadas preocupações acerca dos efeitos negativos nos rins.<ref>{{citar web|autor=Shelley Wood |título=Diet Drug Orlistat Linked to Kidney, Pancreas Injuries |url=http://www.medscape.com/viewarticle/740855?src=mp&spon=30 |editora=Medscape News |acessodata=26 de abril de 2011}}</ref> Os outros dois fármacos estão disponíveis nos Estados Unidos, mas não na Europa.<ref name=EMA2013>{{citar periódico | autor = Wolfe SM | título = When EMA and FDA decisions conflict: differences in patients or in regulation? | jornal = BMJ (Clinical research ed.) | volume = 347 | páginas = f5140 | data = 21 de agosto de 2013 | pmid = 23970394 | doi = 10.1136/bmj.f5140 }}</ref> A lorcaserina proporciona uma perda de peso média de 3,1 kg superior ao [[placebo]] ao longo de um ano.<ref>{{citar periódico | autor = Bays HE | título = Lorcaserin: drug profile and illustrative model of the regulatory challenges of weight-loss drug development | jornal = Expert review of cardiovascular therapy | volume = 9 | número = 3 | páginas = 265–77 | data = Março de 2011 | pmid = 21438803 | doi = 10.1586/erc.10.22 }}</ref> No entanto, pode aumentar os problemas relacionados com as [[Válvula do coração|válvulas do coração]].<ref name=EMA2013/> A associação fenternina/topiramato apresenta alguma eficácia,<ref>{{citar periódico | autor = Bays HE, Gadde KM | título = Phentermine/topiramate for weight reduction and treatment of adverse metabolic consequences in obesity | jornal = Drugs Today | volume = 47 | número = 12 | páginas = 903–14 | data = Dezembro de 2011 | pmid = 22348915 | doi = 10.1358/dot.2011.47.12.1718738 }}</ref> embora possa estar associado a problemas no coração.<ref name=EMA2013/>
O tratamento mais eficaz para a obesidade é a [[cirurgia bariátrica]], ou cirurgia de redução do estômago.<ref>{{citar periódico | autor = Colquitt JL, Picot J, Loveman E, Clegg AJ | título = Surgery for obesity | jornal = Cochrane database of systematic reviews (Online) | número = 2 | páginas = CD003641 | data = 15 de abril de 2009 | pmid = 19370590 | doi = 10.1002/14651858.CD003641.pub3}}</ref> O tratamento cirúrgico da obesidade está associado à perda de peso a longo prazo e à melhoria nas condições médicas relacionadas.<ref name=Chang2013>{{citar periódico | autor = Chang SH, Stoll CR, Song J, Varela JE, Eagon CJ, Colditz GA | título = The effectiveness and risks of bariatric surgery: an updated systematic review and meta-analysis, 2003-2012 | jornal = JAMA Surgery | volume = 149 | número = 3 | páginas = 275–87 | ano = 2014 | pmid = 24352617 | doi = 10.1001/jamasurg.2013.3654 }}</ref> Verificou-se num estudo uma perda de peso entre 14 e 25% ao longo de dez anos, dependendo do tipo de cirurgia, e uma redução de 29% na mortalidade, em comparação com as medidas convencionais para perder peso.<ref>{{citar periódico | autor = Sjöström L, Narbro K, Sjöström CD, Karason K, Larsson B, Wedel H, Lystig T, Sullivan M, Bouchard C, Carlsson B, Bengtsson C, Dahlgren S, Gummesson A, Jacobson P, Karlsson J, Lindroos AK, Lönroth H, Näslund I, Olbers T, Stenlöf K, Torgerson J, Agren G, Carlsson LM | título = Effects of bariatric surgery on mortality in Swedish obese subjects | jornal = N. Engl. J. Med. | volume = 357 | número = 8 | páginas = 741–52 | data = Agosto de 2007 | pmid = 17715408 | doi = 10.1056/NEJMoa066254 }}</ref> No entanto, ocorrem complicações em 17% dos casos e em 7% é necessária uma segunda intervenção cirúrgica. Devido ao seu custo e riscos associados, atualmente procuram-se novos tratamentos eficazes, mas menos invasivos.<ref name=Chang2013/>
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| image2 = World map of Female Obesity, 2008.svg
| alt2 =
}}
Antes do {{Séc|XX}} a obesidade era rara.<ref name=Haslam2007/> No entanto, em 1997 a OMS reconheceu formalmente a obesidade enquanto [[epidemia]] à escala global.<ref name=Caballero/> Em 2008, a OMS estimou 500 milhões de adultos (10%) eram obesos e que a prevalência da doença era maior entre as mulheres.<ref name=WHO2009a>{{citar web |url=http://www.who.int/mediacentre/factsheets/fs311/en/index.html |título=Obesity and overweight |autor=[[Organização Mundial de Saúde]] |acessodata=8 de abril de 2009}}</ref> A incidência de obesidade também aumenta em função da idade até aproximadamente aos 50-60 anos.<ref name="seidell"/> Em alguns países desenvolvidos o crescimento da obesidade grave é maior do que o crescimento da obesidade no geral.<ref name=morbid2007/><ref name="pmid24351678">{{citar periódico | autor = Howard NJ, Taylor AW, Gill TK, Chittleborough CR | título = Severe obesity: Investigating the socio-demographics within the extremes of body mass index | periódico = Obesity Research & Clinical Practice | volume = 2 | número = 1 | páginas = I–II | ano = 2008 | pmid = 24351678 | doi = 10.1016/j.orcp.2008.01.001 }}</ref><ref name=Tjepkema2005>{{citar livro |autor=Tjepkema M |capítulo=Measured Obesity–Adult obesity in Canada: Measured height and weight |título=Nutrition: Findings from the Canadian Community Health Survey |editora=Statistics Canada |data=6 de julho de 2005 |local=Otava |url=http://www.statcan.gc.ca/pub/82-620-m/2005001/article/adults-adultes/8060-eng.htm}}</ref>
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Anteriormente considerada um problema restrito aos países industrializados, atualmente verifica-se que o aumento da obesidade se dá à escala global, afetando tanto os países desenvolvidos como os países em vias de desenvolvimento.<ref name=EuroG2008>{{citar periódico | autor = Tsigos C, Hainer V, Basdevant A, Finer N, Fried M, Mathus-Vliegen E, Micic D, Maislos M, Roman G, Schutz Y, Toplak H, Zahorska-Markiewicz B | título = Management of Obesity in Adults: European Clinical Practice Guidelines | jornal = The European Journal of Obesity | volume = 1 | número = 2 | páginas = 106–16 | data = Abril de 2008 | pmid = 20054170 | doi = 10.1159/000126822 | url = http://www.gojaznost.org/gs/dodatak/OMTFManagementofObesityinAdults2008.pdf }}</ref> Este aumento verifica-se de forma mais acentuada em contexto urbano,<ref name=WHO2009a/> e a única região do mundo onde não é um problema comum é na [[África subsariana]].<ref name=HaslamJames/>
Uma pesquisa, realizada por mais de mil cientistas, analisou o peso e a altura de mais de 112 milhões de pessoas, em praticamente todos os países, entre 1985 e 2017. Os resultados mostram que o índice de massa corporal aumentou uma quantidade equivalente a que cada pessoa tenha engordado cerca de seis quilos. Mais de 55% desse aumento deve-se ao sobrepeso e à obesidade nas áreas rurais. Em alguns países pobres ou de qualidade de vida média, a percentagem chega a 80%.<ref>{{citar web|URL=https://www.jn.pt/mundo/interior/estamos-mais-gordos-ha-mais-seis-quilos-por-pessoa-desde-1985-10884926.html|título=Estamos mais gordos. Há mais seis quilos por pessoa desde 1985|autor=|data=|publicado=|acessodata=}}</ref>
===Portugal===
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===Guiné-Bissau===
A [[Guiné-Bissau]] apresenta a taxa de obesidade mais elevada da [[África subsariana]] em ambos os sexos, tanto em adultos como em crianças. Entre os adultos, a taxa é de 16,8% nos homens e 24,2% nas mulheres e entre as crianças a taxa é de 8,1% no sexo masculino e 8,3% no sexo masculino. O país apresenta ainda taxas muito elevadas de sobrepeso (44% nos homens, 47,8% nas mulheres, 15,8% em crianças do sexo masculino e 20,4% no sexo feminino. Em [[Angola]] a taxa de obesidade engloba 12% dos homens, 18,7% das mulheres, 5,7% das crianças do sexo masculino e 6% do sexo feminino. No mesmo país, verifica-se sobrepeso em 42,9% dos homens, 49,1% das mulheres, 15,5% dos rapazes e 20,9% das raparigas.Em [[Moçambique]], a taxa de sobrepeso afeta 14,1% dos homens, 26,5% das mulheres, 12,3% dos rapazes e 14,4% das raparigas. Em [[São Tomé e Príncipe]] 30,6% dos homens, 45,7% das mulheres, 12,3% dos rapazes e 18,9% das raparigas apresentam sobrepeso. Em [[Cabo Verde]], o sobrepeso afeta 31,8% dos homens, 44% das mulheres, 11,5% dos rapazes e 18,3% das raparigas.<ref name="dn">{{Citar web |autor=Lusa |url=http://www.dn.pt/inicio/portugal/interior.aspx?content_id=3940319 |título=Guiné-Bissau é o país da região com maior percentagem de obesos |
== Investigação ==
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[[File:Debret-djoaovi-mcm.jpg|thumb|O rei [[João VI de Portugal|D. João VI de Portugal]] era muitas vezes ridicularizado devido à sua obesidade.<ref>{{Citar periódico |último=Dias |primeiro=Elaine |url=http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0101-47142006000100008 |jornal=An. mus. paul. |volume=14 |número=1 |data=Janeiro–Junho de 2006 |doi=10.1590/S0101-47142006000100008 }}</ref>]]
{{VT|Movimento pró-obesidade}}
Existem diversas organizações que promovem a aceitação da obesidade, as quais se tornaram mais proeminentes a partir da segunda metade do {{Séc|XX}}.<ref>{{citar periódico | último = Neumark-Sztainer
===Representação na arte===
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A obesidade em animais de estimação é relativamente comum em diversos países. Por exemplo, as taxas de sobrepeso e de obesidade em cães nos Estados Unidos variam entre 23 e 41%, sendo 5,1% obesos.<ref name=Lund2006>{{citar periódico |autor=Lund Elizabeth M. |título=Prevalence and Risk Factors for Obesity in Adult Dogs from Private US Veterinary Practices |jornal=Intern J Appl Res Vet Med |volume=4 |número=2 |páginas=177–86 |ano=2006 |pmid= |doi= |url=http://www.jarvm.com/articles/Vol4Iss2/Lund.pdf}}</ref> No caso dos gatos, a taxa de obesidade era ligeiramente superior a 6,4%.<ref name= Lund2006/> O risco de obesidade em cães está relacionado com o facto dos seus donos serem ou não obesos, embora não se verifique esta relação no caso dos gatos.<ref name="seidell">{{citar periódico | autor = Nijland ML, Stam F, Seidell JC | título = Overweight in dogs, but not in cats, is related to overweight in their owners | jornal = Public Health Nutr | volume = 13 | número = 1 | páginas = 1–5 | data = Junho de 2009 | pmid = 19545467 | doi = 10.1017/S136898000999022X }}</ref>
== Veja também ==
* [[Obesidade abdominal]]
* [[Transtorno alimentar]]
{{notas}}
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