[go: nahoru, domu]

Saltar para o conteúdo

Etelredo da Escócia

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Navegação no histórico de edições: ← ver edição anterior (dif) ver edição seguinte → (dif) ver última edição → (dif)
Etelredo da Escócia
Nascimento século XI
Escócia
Morte século XII
Escócia
Progenitores
Filho(a)(s) Gille Míchéil, Earl of Fife
Irmão(ã)(s) Edite da Escócia, Mary of Scotland, Countess of Boulogne, David I da Escócia, Edgar da Escócia, Duncano II da Escócia, Alexandre I da Escócia, Edmundo da Escócia

Etelredo (Edelret mac Maíl Coluim, morto c. 1093) foi filho do rei Malcolm III da Escócia (ga: Máel Coluim III) e de Margaret de Wessex, o terceiro mais velho deste último e, provavelmente, o sexta mais velho de Malcolm. Estima-se que Eteraldo recebeu este nome do bisavô de Margaret, Etereldo II de Inglaterra. Ele se tornou o abade laicato (ou leigo) de Dunkeld, em Perth and Kinross, subdivisão da Escócia.

Etelredo teve quatro irmãos que governaram como reis da Escócia. Seu meio-irmão mais velho era o rei Duncano II da Escócia (filho da primeira esposa de Malcolm III, Ingibiorg Finnsdottir). Duncan reinou de maio de 1094 a 12 de novembro de 1094. Dos seus irmãos de pleno direito (ou seja, dos filhos de Margaret), Edgar reinou de 1097 a 1107; Alexandre I, de 1107 a 1124; e David I, de 1124 a 1153. Outro irmão, Edward, morreu ao lado do pai na Batalha de Alnwick, que se deu em Northumberland ao ano de 1093. Seu irmão Edmund tornou-se monge.

Abade laicato de Dunkeld

[editar | editar código-fonte]

Embora nomeado como abade de Dunkeld, Etelredo não era necessariamente um clérigo. Argumenta-se que, devido à decadência da Igreja Céltica, as abadias nesta época "eram frequentemente mantidas por laicatos, que recebiam as receitas e nomeavam clérigos aos cargos eclesiásticos".[1]

Junto à nomeação como abade leigo de Dunkeld, Etelredo recebeu amplos territórios, que se estendiam por todo o Estuário do rio Forth. Destas terras, Etelredo fez doações substanciais para a Igreja. Ao norte do Forth, ele deu as terras de Ardmore aos Culdees de Loch Leven "com toda a liberdade e sem exigir cobrança ou demanda do bispo, rei ou conde". Ao sul do Forth, em Midlothian, ele fundou a igreja e a paróquia de Hales, doando as terras de Hales para a Igreja da Santíssima Trindade em Dunfermline”.[2]

Disputa sobre o condado de Fife

[editar | editar código-fonte]

Há evidências de que Etelredo ocupou o cargo de Conde de Fife, mas estas são contestadas. A origem da contestação foi a afirmação de que houve uma concessão aos monges Céli Dé de Loch Leven, que mais tarde foi traduzida para o latim e incorporada no Registro do Priorado de St. Andrews. A concessão, datada entre 1093 e 1107, começa com as palavras: "Edelradus vir venerandae memoriae filius Malcolmi Regis Scotiae, Abbas de Dunkeldense et insuper Comes de Fyf". Em tradução livre: "Etelredo, homem de venerável memória, filho do rei Máel Coluim da Escócia, Abade de Dunkeld e também Conde de Fife". Sir James Dalrymple teorizou que o trecho "Conde de Fife" se referia não ao título de Etelredo, mas à área onde as terras estavam situadas, e que a confusão foi causada por lapso de um monge que trabalhava com os manuscritos.[3]

O historiador britânico John Bannerman oferece outra explicação. Segundo ele,o manuscrito cita várias testemunhas, entre as quais estavam os irmãos de Etelredo, David e Alexandre, bem como uma testemunha identificada como Causantín, Conde de Fife. Desta maneira, Causantín, e não Etelredo, teria sido o conde de Fife naquela época. Bannerman argumenta que o tradutor se confundiu com o uso de um verbo gaélico no singular e o transformou em uma concessão conjunta (isto é, o verbo atribuía o título aos dois sujeitos), o que era de comum ocorrências nas cartas gaélicas.[4]

Jurisdições

[editar | editar código-fonte]

A Escócia medieval tinha apenas três juridisções (abthainries), que eram terras concedidas ao rei por um abade. Estas jurisdições eram Dull, Kilmichael e Madderty. O historiador escocês William Forbes Skene disse que tais foram criadas pela primeira vez pelo irmão de Eteraldo, o rei Edgar, com o objetivo de serem cedidas a Etelredo.[5]

Morte e sepultamento

[editar | editar código-fonte]

Lockhart, citando Andrew de Wyntoun (c. 1350 - c. 1425), disse que Etelredo estava com sua mãe, Margaret, no Castelo de Edimburgo enquanto ela estava morrendo. “Depois de sua morte, e durante a chamada usurpação de Donalbane, ele [Etelredo] transportou seu corpo já morto para fora do portão oeste do castelo, de modo discreto, levando-o para Dunfermline. Eteral morreu, provavelmente, logo após a morte de sua mãe e foi enterrado não em St Andrews, mas em Dunfermline, no mesmo local onde os corpos de seu pai, mãe e irmão mais velho estavam”.[6] O local onde o corpo foi enterrado também é citado por Andrew de Wyntoun, que narrou tal em um poema.[7]

Referências
  1. Lockhart, William (8 de fevereiro de 1892). «Notices of Ethelred, Earl of Fife, and Abbot of Dunkeld and His Place in the Royal Family of Scotland in the Eleventh Century». Proceedings of the Society of Antiquaries of Scotland. 26: 107. Consultado em 11 de novembro de 2016 
  2. Lockhart. «Notices»: 108 
  3. Dalrymple, David (1776). History of Scotland from the Accession of Malcolm III Surnamed Canmore to the Accession of Robert I. Edinburgh: [s.n.] pp. 42–43. Consultado em 11 de novembro de 2016 
  4. Grant; Stringer, eds. (1993). Medieval Scotland: Crown, Lordship and Community, Essays Presented to G.W.S. Barrow. Edinburgh: [s.n.] pp. 20–38. ISBN 978-0748611102 
  5. Skene, William Forbes (1902). The Highlanders of Scotland, Vol. 2. Stirling: Mackay. pp. 136–37. ISBN 978-1507612651. Consultado em 11 de novembro de 2016 
  6. Lockhart. «Notices»: 109 
  7. Lockhart. «Notices»: 110 
  • Bannerman, John, "MacDuff of Fife", in A. Grant & K.Stringer (eds. ) Medieval Scotland: Crown, Lordship and Community, Essays Presented to GWS Barrow, (Edimburgo, 1993), pp. 20-38 (em inglês)
  • Dalrymple, David (1776). History of Scotland from the Accession of Malcolm III Surnamed Canmore to the Accession of Robert Edinburgh [História da Escócia da adesão de Malcolm III com o sobrenome Canmore à ascensão de Robert I]. Edimburgo. pp. 42–43 (em inglês)
  • Grant, A .; Stringer, K., eds. (1993). Medieval Scotland: Crown, Lordship and Community, Essays Presented to G.W.S. Barrow [Escócia medieval: Coroa, senhorio e comunidade, ensaios apresentados a G.W.S. Barrow]. Edimburgo. pp. 20–38 (em inglês)
  • Lockhart, William (8 de fevereiro de 1892). Notices of Ethelred, Earl of Fife, and Abbot of Dunkeld and His Place in the Royal Family of Scotland in the Eleventh Century. Proceedings of the Society of Antiquaries of Scotland. 26: 107 (em inglês)
  • Skene, William Forbes (1902). The Highlanders of Scotland, vol. 2, Stirling: Mackay. pp. 136–37, ISBN 978-1507612651 (em inglês)