Estupros de guerra
Estupros de guerra são violações cometidos por soldados, outros combatentes ou civis durante conflitos armados ou as Guerras, ou durante a ocupação militar, que distinguem-se das agressões sexuais e estupros entre as tropas durante o serviço militar. Ele também abrange as situações em que as mulheres são forçadas a se prostituirem ou escravidão sexual por uma potência ocupante, como no caso das mulheres de conforto japonesas durante a II Guerra Mundial.
Durante a guerra e conflitos armados o estupro é frequentemente utilizado como um meio da guerra psicológica, a fim de humilhar o inimigo e minar sua moral. Violações de guerra são muitas vezes sistemáticas e exaustivas, e os líderes militares podem realmente incentivar. As violações de guerra podem ocorrer em uma variedade de situações, incluindo escravidão sexual institucionalizada, estupros associados a batalhas específicas ou massacres e atos individuais ou isoladas de violência sexual. As violações de guerra também podem incluir estupros com objetos.
Com base em uma prática generalizada e sistemática, estupro e escravidão sexual são agora reconhecidos pela Convenção de Genebra e Crimes Contra a Humanidade e Crimes de Guerra.[1]
História
Antiguidade
A violação tem acompanhado a guerra em praticamente todos os períodos históricos conhecidos. Desde a antiguidade é costume, que numa guerra os homens são mortos, as crianças presas e vendidas, e as mulheres e meninas são estupradas e depois distribuídas entre os soldados como os outros objetos de espólios. Bem documentado é a Guerra de Troia. Depois da conquista da cidade os soldados gregos dividem as mulheres entre si, o que conta a lenda famosa grega com a maior naturalidade. Outro exemplo famoso e legendário é o Rapto das sabinas.
Na Grécia Antiga e Roma Antiga os exércitos foram envolvidos no estupro de guerra, o que é documentado por autores antigos, como Homer, Heródoto e Tito Lívio. As fontes antigas citam fora várias atitudes, muitas vezes contraditórias, sobre a violência sexual na guerra.[2]
Até a Bíblia relata esses costumes. O estupro no decurso da guerra é mencionado várias vezes na Bíblia: "Porque eu ajuntarei todas as nações contra Jerusalém para a batalha, e a cidade será tomada, e as casas serão saqueadas, e as mulheres forçadas, e metade da cidade sairá para o cativeiro, mas o resto do povo não será extirpado da cidade ... " Zacarias, 14:02. "As crianças vão estar na frente deles, as suas casas serão saqueadas e as suas mulheres violadas." Isaías, 13:16
Oficiais militares romanos usavam frequentemente o estupro de jovens masculinos e femininos dos povos submetidos como arma de supressão. Tácito, o historiador romano, observou que esta ocorreu durante a Revolta dos Batavi.[3]
Também o cristianismo não podia erradicar esse costume, já que é muito mais fácil para um general incentivar os soldados com a perspectiva de poderem espoliar, roubar e estuprar, levar objetos de alto valor e meninas bonitas como escravas, do que dar um bom salário, que custa caro a eles. Assim uma campanha vira uma aventura para os soldados, e eles sonham de bons espólios e estupros.
Idade média
Os Vikings, um povo principalmente da Escandinávia, que invadiu e colonizou grandes áreas da Europa a partir do final do século VIII ao início do século 11, adquiriu uma grande reputação de "estupro e pilhagem ". Assentamentos vikings na Grã-Bretanha e Irlanda se estabeleciam adquirindo esposas e concubinas da Grã-Bretanha e Irlanda, mas também de muitos outros países.[4]
Os mongóis, que estabeleceram o Império Mongol na maior parte da Eurásia, causaram muita destruição em suas invasões. Documentos escritos durante ou após o reinado de Genghis Khan relatam o número enorme de estupros, que deixou até hoje nos povos submetidos certas características asiáticas nos traços.
Idade moderna
Famoso pelos estupros foi a Guerra dos Trinta anos (1618 – 1648) na Europa. Na Alemanha morreu no mínimo a metade da população, e a metade da população feminina foi estuprada, muitas foram estupradas por várias vezes.
Na conquista das Américas os soldados e conquistadores continuavam nessa tradição e estupravam as índias sempre quando possível. A igreja ficou contra, mas como sempre as orientações de teólogos para a conduta certa no dia a dia não eram seguidas pela população. Os soldados eram normalmente católicos, mas muitas vezes sujeitos com passado criminoso e duvidoso, que procuravam aventuras e conquistas fáceis.
Mais sistemáticas foram as conquistas muçulmanas, como o avanço dos turcos em direção à Alemanha. Em tudo os turcos capturavam na Alemanha mais ou menos 300 mil meninas, que foram escravizadas e conduzidas como greis de gado para a Turquia. Junto com elas os estupros afetavam 700 mil meninas, contra quais foram cometidos em tudo aproximadamente 300 milhões atos de estupros.
Famoso ficou também o estupro em massa de Tiflis, capital da Geórgia pouco antes de os russos liberarem esse pequeno país cristão dos muçulmanos. Antes de fugirem os muçulmanos ocupadores estupravam todas as moças e cortaram-lhes o tendão em uma perna, da maneira que ainda 60 anos depois o andar aleijado de certas senhoras lembrava a população da "força" do Islã e do "poder de Alá".
Séculos XX e XXI
Durante a primeira guerra mundial os estupros foram reduzidos, porque as nações cristãs tentaram manter certas regras e comportamentos tradicionais. Por isso preferiam abastecer os soldados com prostitutas que o exército contratou livremente. Somente no final da guerra, quando tropas francesas com muitos soldados e mercenários de colônias fora da Europa ocupavam regiões da Alemanha, os estupros aconteciam em maior escala.
A Turquia ou Império Otomano, porém, aproveitou a guerra para um genocídio, exterminando os armênios, um povo antigo cristão, que não teve uma independência, mas vivia na grande maioria no Império Otomano. As mulheres e meninas foram separadas dos homens e estupradas em massa. Mais de 90% delas foram mortas depois, somente algumas poucas das mais jovens e bonitas foram desviadas das matanças para serem levadas e escravizadas por turcos.
Durante a segunda guerra mundial o estupro virou novamente uma arma sistemática para humilhar e terrorizar a população. Os mais avançados nisso foram os japoneses, que no China e em outros países deles estupravam em massas. Famoso nisso é o Massacre de Nanquim com estupros em massa, moças amarradas nuas e abusadas por muitos dias e moças estupradas por objetos até morrerem. Milhares de moças e meninas foram durante a guerra recrutadas para servirem como prostitutas forçadas em prostíbulos para soldados japoneses. Elas foram chamadas oficialmente de Mulheres de conforto, mas os soldados chamavam-nos como nomes pejorativos como "Vasos higienicos públicos". Já que elas foram forçadas e não receberam quase nada em troco todas as relações mantidas com elas são consideradas estupros. A falta completa de consciência culposa e consentimentos do lado dos japoneses mostram exemplos de soldados, que se fotografaram ao lado de moças chinesas nuas amarradas com as pernas abertas, e mandaram as fotografias com orgulho para os pais deles.
Os soldados alemães não tiveram tanta liberdade, e até os próprios nazistas tinham que esconder suas perversões, uma vez que a maioria da população era do cristianismo, que não tolera atos sexuais fora do casamento sob qualquer pretexto, e também pelo fato que o próprio Hitler não era dado a sexo e nunca foi relatada uma participação dele, pelo contrário, ele vivia muitas vezes em castidade e teve supostamente tendências homosexuais. Também o Himmler reclamou e proibiu, que as moças e meninas judias na Ucrânia fossem estupradas antes de morrerem, mas não por sentimentos piedosos, mas por não querer fazer um bem para os rapazes ajudantes ucranianos que fizerem uma órgia sexual dessas matanças. Estupros de judias podiam ser punidas como infração à higiene racial. Mesmo assim aconteciam muitos estupros de soldados, e mais ainda pelas milícias nazistas na retaguarda do exército. Na contramão os russos, quando eles conquistaram a Alemanha no fim da guerra, estavam tão cheios de vontade de retaliações que os generais liberaram temporariamente os estupros. Pelos estupros em massa de mulheres alemãs pelo Exército Vermelho foram afetadas 1.8 milhões de mulheres e meninas alemãs entre 3 e 96 anos de idade.
Depois da segunda guerra os estupros viraram novamente mais populares, e em muitos conflitos foram usados sistematicamente para terrorizar a população do outro lado e humilhar os inimigos. Como em todos os tempos os estupros e escravas sexuais servem também em lugar de pagamentos como indenização e galardão para soldados e mercenários, e muitas vezes estupradores apaixonados se ajuntam a um lado somente pela espectativa de poderem estuprar moças ou meninas sem limítes. Em países muçulmanos os estupros impedem também o desenvolvimento da população do inimigo, já que nenhum muçulmano queria casar com uma moça estuprada e sem hímen. Os estupros foram, por exemplo, cometidos pelo exército de Paquistão contra Bangladesh ma Guerra de Independência de Bangladesh, e depois da independência o governo de Bangladesh internou as moças estupradas em campos de concentração para não humilhar a população com a convivência com moças estupradas solteiras e não casadouras. Hoje em dia o estupro de presas em guerras permitido pelo Alcorão é usado para legitimar o estupro de meninas de outras religiões, que vivem em países muçulmanos. Os estupradores muçulmanos alegam que se encontram em uma guerra santa, já que os EUA atacam muçulmanos no Afeganistão e outros países, e sob esse pretexto eles podem capturar e estuprar moças cristãs e de outras religiões. Mas também os sérvios, um povo antigamente cristão, depois virando oficialmente ateu na época do governo comunista, se destacou por estupros sistemáticos contra moças muçulmanas da Bósnia e também de outras religiões na Guerra da Bósnia. A consciência de que os muçulmanos depois não mais aceitariam essas meninas, contribuiu para a popularidade dos estupros entre os soldados sérvios. Eles levaram as moças muitas vezes para campos de estupros, lugares fechados em que estupravam-nas até engravidarem. Esse exemplo virou depois popular e é imitado por muitos países africanos com guerras ou guerras civis como o Congo e Angola, entre outros.
- ↑ A violação também é agora reconhecido como um elemento do crime de genocídio, cometidos com a intenção de destruir, no todo ou em parte, a um grupo específico. No entanto, o estupro continua a ser generalizada em áreas de conflito.
- ↑ Violência sexual em guerra, Parte I, de Elisabeth Vikman em Antropologia e Medicina, volume 12. Edição 1, abril 2005, páginas 21-31
- ↑ Sara Elise Phang (2001). The marriage of Roman soldiers (13 B.C.-A.D. 235): law and family in the imperial army. [S.l.]: BRILL. p. 268. ISBN 9004121552. Consultado em 28 de novembro de 2010
- ↑ - Migração humana: Reavaliação dos Vikings