Ligue 1
Ligue 1 | |||||||||
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Ligue 1 | |||||||||
Dados gerais | |||||||||
Organização | Ligue de Football Professionnel (LPF) | ||||||||
Edições | 83 | ||||||||
Outros nomes | Division Nationale (1932–1972) Division 1 (1972–2002) | ||||||||
Local de disputa | França Mónaco | ||||||||
Sistema | Pontos corridos | ||||||||
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Divisões | |||||||||
Ligue 1 Ligue 2 Championnat National | |||||||||
Edição atual | |||||||||
A Ligue 1 (pronúncia em francês: [liɡ œ̃]; lit. "Liga 1"), oficialmente conhecida como Ligue 1 McDonald's por razões de patrocínio, é a primeira divisão do sistema de ligas de futebol profissional entre clubes da França, sendo a principal competição futebolística no país. Administrada pela Ligue de Football Professionnel (LPF), órgão filiado à Fédération Française de Football (FFF), é disputada por 18 clubes e opera em um sistema de promoção e rebaixamento com a Ligue 2.
Formato
[editar | editar código-fonte]Desde 1944 o campeonato principal francês trocou muitas vezes a quantidade de participantes, revezando entre 18 e 20, sendo a última opção considerada a mais viável e a usada atualmente. Com 38 partidas, 19 de ida e 19 de volta, os três piores colocados ao fim dos confrontos são rebaixados à Ligue 2 (em português: Liga 2; Segunda Divisão Francesa), dando lugar aos três melhores desta competição.
Pelo atual ranking de coeficientes da UEFA, o torneio tem direito a classificar dois clubes diretamente para a fase de grupos e um clube para a última fase classificatória da Liga dos Campeões da UEFA. Para a Liga Europa da UEFA, classificam-se os quarto e quinto colocados. Sextos e sétimos colocados também tem chances de se classificarem, caso algum clube que esteja na frente conquiste alguma das competições que dão acesso as vagas dos torneios continentais.
História
[editar | editar código-fonte]Começo
[editar | editar código-fonte]Embora campeonatos nacionais fossem realizados desde 1893 pela USFSA e pela FFF, eram todos amadores e a profissionalização fez com que os títulos desses certames anteriores perdessem crédito em relação à competição então organizada pela primeira vez na temporada 1932-33.
Nos primeiros anos, o equilíbrio entre vencedores reinou, tendo como primeiro campeão o Olympique Lillois num campeonato que foi montado em dois grupos. O primeiro bicampeonato aconteceu apenas em 1937-38, com o FC Sochaux-Montbéliard, que tinha saído vencedor também em 1934-35. Depois do bicampeonato do Sète, em 1938-39, a disputa foi interrompida, devido a Segunda Guerra Mundial, voltando apenas em 1944-45. O Olympique de Marseille (que havia sido campeão em 1936-37) e o Nice conseguiram suas segundas conquistas logo após a volta do certame, tendo este último conseguido o feito consecutivamente, nas temporadas 1950-51 e 1951-52.
O OGC Nice foi também o time que dominaria a disputa nos anos seguintes, ao lado do Stade de Reims. Juntos, num intervalo de quatorze anos, se saíram vencedores em dez oportunidades (seis do Reims e quatro do Nice). Bordeaux, Monaco e Saint-Étienne conquistaram seus primeiros títulos entre esses anos de domínio da dupla Reims e Nice, diferentemente do Lille, que conquistou seu bicampeonato.
Era Saint-Étienne e década de 1980
[editar | editar código-fonte]Após mais dois bicampeonatos, de Monaco e Nantes (consecutivamente), a primeira hegemonia individual viria com o Saint-Étienne, no fim da década de 1960 e início da década de 1970. Com um tetracampeonato consecutivo (1966-67, 1967-68, 1968-69,1969-70) e um tricampeonato consecutivo (1973-74, 1974-75, 1975-76), sagrou-se deca campeão na temporada 1980-81, se tornando o maior vencedor do Campeonato Francês da história. Os times que conseguiram quebrar esse período hegemônico foram o Olympique de Marseille (197-71, 1971-72) e o Monaco (1972-73, 1977-78) que viraram tetra e tricampeões respectivamente, e o Nantes, sagrando-se hexacampeão (1964-65, 1965-66, 1972-73, 1976-77, 1979-80, 1982-83), em meio a um título solitário do Strasbourg (1978-79).
Outro clube que deslanchou foi o Bordeaux (1983-84, 1984-85, 1986-87), que conseguiu ser campeão três vezes em quatro anos na mesma época em que o Paris Saint-Germain venceu seu primeiro certame (1985-86) e que o Monaco tornou-se pentacampeão (1960-61, 1962-63, 1977-78, 1981-1982, 1987-88), antecedendo outra, porém menor, hegemonia na França.
Domínio Marselhês e escândalo
[editar | editar código-fonte]O Olympique de Marseille, já dono de quatro títulos em anos anteriores, com a chegada de um novo presidente e um investimento pesado na compra de reforços, como Barthez, Desailly, Amoros, Mozer, Deschamps, Abedi Pelé e Papin conquistou cinco disputas consecutivas (1988-89, 1989-90, 1990-91,1991-92, 1992-93*), marcando época no futebol francês.
Porém sua última conquista em 1992-93, mesmo ano em que venceu a Liga dos Campeões da UEFA, foi retirada após ser descoberto um esquema de resultados que envolvia um jogador do clube de Marselha. Como resultado, o clube foi obrigado a jogar a Segunda Divisão por dois anos e seu direito de disputar o Copa Intercontinental pela conquista europeia foi retirado, dando lugar ao vice-campeão do ano, Milan.
Pós-escândalo e Era Lyon de Juninho Pernambucano.
[editar | editar código-fonte]Com o escândalo que acontecera na temporada 1992-93 o Campeonato Francês perdeu muita credibilidade no cenário europeu e viu mais equipas serem campeãs pela primeira vez, como o Auxerre (1995-96) e o Lens (1997-98), ao mesmo tempo em que tradicionais agremiações saíam de jejuns de conquistas como Monaco (1996-97-1999-00) e Nantes (1994-95, 2000-01).
Entretanto o que voltaria atenções do mundo inteiro ao certame francês seria uma das maiores hegemonias nacionais da história do futebol europeu, protagonizada pelo Olympique Lyonnais. O clube, que passara por uma reformulação administrativa ambiciosa anos antes, e com a contratação de Juninho Pernambucano - que se tornou um dos maiores ídolos do Lyon e um dos melhores mais importantes jogadores a jogar o campeonato francês -, chegou em etapas importantes da Ligas dos Campeões, eliminando times poderosos no continente como Real Madrid, e, na Ligue 1, conquistou sete títulos consecutivamente (2001-02, 2002-03, 2003-04, 2004-05, 2005-06, 2006-07, 2007-08).
Anos de equilíbrio
[editar | editar código-fonte]Na temporada 2008-09 esse domínio foi interrompido, com o Bordeaux conseguindo seu sexto título e dando fim à sequência do Lyon. Na temporada seguinte, o Olympique de Marseille conseguiu seu nono título, quebrando um jejum de dezoito anos. Outro jejum terminou quando o Lille conseguiu, depois de 57 anos, conquistar o certame pela terceira vez na temporada 2010-11. Na temporada 2011-12 o Montpellier conquistou seu primeiro titulo francês. Nos quatro anos seguintes, o campeão foi o Paris Saint-Germain. Em 6 temporadas, 6 clubes diferentes foram campeões, algo raro em um campeonato nacional europeu, algo que acabou alguns anos após a venda do Paris Saint-Germain para o QSI (Qatar Sports Investment). Entre 2012 e 2022, o Saint-Germain venceria oito títulos da Ligue 1.
Era Paris Saint-Germain
[editar | editar código-fonte]Em 2011 o Paris Saint-Germain foi vendido a um grupo do Qatar passando assim a presidência do clube ao empresário e ex-tenista Nasser Al-Khelaifi, que contratou jogadores de fama internacional para conseguir títulos, com foco na UEFA Champions League e com o objetivo de tornar o PSG numa potência na Europa e consequentemente um clube de reconhecimento mundial, trazendo jogadores como Beckham, Thiago Silva, David Luiz, Pastore, Cavani, Di María e Ibrahimović o Paris Saint-Germain se transformou numa máquina de títulos nacionais, vencendo a Ligue 1 quatro vezes seguidas (2012-13, 2013-14, 2014-15, 2015-16) tornando-se hexacampeão francês, com os altos investimentos na compra de jogadores a qualidade do time de Paris se distanciou muito dos grandes rivais Lyon, Monaco, Bordeaux e Olympique de Marseille. Em 2017 o PSG investiu alto para reforçar sua equipe, contratou o experiente lateral Daniel Alves, trouxe o jovem atacante Kylian Mbappé que foi a revelação da Ligue 1 na temporada anterior pelo Monaco e comprou o atacante Neymar que foi o principal responsável pela eliminação do time de Paris na temporada anterior na Champions League atuando pelo Barcelona. O PSG pagou 222 milhões de euros ao Barcelona para tirar o brasileiro do time catalão, desta forma a transferência de Neymar para o Paris Saint-Germain se tornou, até aquele momento, a maior da história do futebol.[1][2][3][4][5]
Hoje é o 9° clube mais seguido nas redes sociais atrás de Milan e a frente da Juventus, em 2016 o Paris Saint-Germain foi o 6º clube que mais vendeu camisas do mundo, o 2° que mais vendeu tendo a Nike como patrocinadora e o clube francês que mais vendeu produtos licenciados nesse ano.
Lista de campeões
[editar | editar código-fonte]A seguir a lista de todos os campeões da Ligue 1 desde seu início na temporada de 1932–33. Não considera as equipes campeãs na era amadora (pré-Ligue 1).
Títulos por clube
[editar | editar código-fonte]Dezenove clubes já foram campeões franceses, sendo que dez deles por pelo menos três vezes.
Clube | Títulos | Vices | Temporadas vencidas |
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Paris Saint-Germain | 12 | 9 | 1985–86, 1993–94, 2012–13, 2013–14, 2014–15, 2015–16, 2017–18, 2018–19, 2019–20, 2021–22, 2022–23, 2023–24 |
Saint-Étienne | 10 | 3 | 1956–57, 1963–64, 1966–67, 1967–68, 1968–69, 1969–70, 1973–74, 1974–75, 1975–76, 1980–81 |
Olympique de Marseille | 9 | 12 | 1936–37, 1947–48, 1970–71, 1971–72, 1988–89, 1989–90, 1990–91, 1991–92, 2009–10 |
Monaco | 8 | 8 | 1960–61, 1962–63, 1977–78, 1981–82, 1987–88, 1996–97, 1999–00, 2016–17 |
Nantes | 8 | 7 | 1964–65, 1965–66, 1972–73, 1976–77, 1979–80, 1982–83, 1994-95, 2000–01 |
Lyon | 7 | 5 | 2001–02, 2002–03, 2003–04, 2004–05, 2005–06, 2006–07, 2007–08 |
Bordeaux | 6 | 9 | 1949–50, 1983–84, 1984–85, 1986–87, 1998–99, 2008–09 |
Stade de Reims | 6 | 3 | 1948–49, 1952–53, 1954–55, 1957–58, 1959–60, 1961–62 |
Lille | 4 | 6 | 1945–46, 1953–54, 2010–11, 2020–21 |
Nice | 4 | 3 | 1950–51, 1951–52, 1955–56, 1958–59 |
Sochaux | 2 | 3 | 1934–35, 1937–38 |
Sète | 2 | 0 | 1933–34, 1938–39 |
Lens | 1 | 5 | 1997–98 |
Racing de Paris | 1 | 2 | 1935–36 |
Olympique Lillois | 1 | 1 | 1932–33 |
Strasbourg | 1 | 1 | 1978–79 |
Roubaix-Tourcoing | 1 | 0 | 1946–47 |
Auxerre | 1 | 0 | 1995–96 |
Montpellier | 1 | 0 | 2011–12 |
Títulos por região
[editar | editar código-fonte]Seguindo a divisão da França em 13 regiões administrativas vigentes desde 2016, clubes de 9 regiões administrativas, além de Mónaco, já conquistaram a Ligue 1, sendo a região de Auvérnia-Ródano-Alpes com mais títulos com 17 no total. Altos da França é a região em que mais clubes diferentes (4) venceram a competição.
Região | Títulos | Clubes |
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Auvérnia-Ródano-Alpes | 17 | Saint-Étienne (10), Lyon (7) |
Provença-Alpes-Costa Azul | 13 | Olympique de Marseille (9), Nice (4) |
Ilha de França | 13 | Paris Saint-Germain (12), Racing de Paris (1) |
Mónaco[nota 3] | 8 | Monaco (8) |
País do Loire | 8 | Nantes (8) |
Grande Leste | 7 | Stade de Reims (6), Strasbourg (1) |
Altos da França | 7 | Lille (4), Lens (1), Olympique Lillois (1), Roubaix-Tourcoing (1) |
Nova Aquitânia | 6 | Bordeaux (6) |
Occitânia | 3 | Sète (2), Montpellier (1) |
Borgonha-Franco-Condado | 3 | Sochaux (2), Auxerre (1) |
Estatísticas
[editar | editar código-fonte]Artilheiros
[editar | editar código-fonte]Ver também
[editar | editar código-fonte]- Ligue 2 (2ª divisão)
- Championnat National (3ª divisão)
- Championnat National 2 (4ª divisão)
- Championnat National 3 (5ª divisão)
- Copa da França
- Copa da Liga Francesa
- Supercopa da França
- ↑ Não houve disputa de terceiro lugar. A temporada de 1932–33 foi em formato de dois grupos, onde os vencedores de ambos decidiam o título em uma final. O Antibes era para ter se qualificado no lugar do Cannes, porém uma suspeita de suborno os deixou de fora da final.
- ↑ O Olympique de Marseille foi despojado de seu título pela Ligue de Football Professionnel (LFP) depois de ser considerado culpado de suborno. Nenhum vencedor foi declarado para essa temporada.[8][9]
- ↑ Mónaco é um microestado independente situado no sul da França e, portanto, não é considerado uma região francesa.
- ↑ «PSG fecha contratação de Thiago Silva e Ibrahimovic». VEJA.com
- ↑ «Beckham terá que receber salário mínimo de R$ 6 mil no PSG». Terra
- ↑ «PSG contrata atacante uruguaio Cavani». O Globo. 16 de julho de 2013
- ↑ «Transferência ao PSG faz Di María se tornar o jogador "mais caro" da história». globoesporte.com
- ↑ «Barcelona recebe 222 mi de euros, e Neymar assina por 5 anos com PSG». Folha de S.Paulo
- ↑ «Historique Classments». Ligue de Football Professionnel (em francês). Consultado em 26 de outubro de 2023. Arquivado do original em 17 de abril de 2009
- ↑ «France - List of Champions». www.rsssf.org. Consultado em 26 de outubro de 2023
- ↑ Baring, Louise (1 de agosto de 1992). «Un homme d'affaires: Bernard Tapie». The Independent (em inglês). Consultado em 27 de outubro de 2023
- ↑ Bidwell, Nick (12 de julho de 1993). «Football: Scandal leaves a stain on the white shirt of Marseille:». The Independent (em inglês). Consultado em 27 de outubro de 2023
Ligações externas
[editar | editar código-fonte]- [Sítio oficial da Federação Francesa de Futebol] (em francês)
- Ranking histórico de pontos de clubes franceses (em francês)