Sasúnia
Sasúnia (em armênio/arménio: Սասուն; romaniz.: Sasun), Sanasúnia (Սանասունք, Sanasunkʻ) ou Sanasunitas (em grego: Σανασουνῖται; romaniz.: Sanasounitai) foi um gavar (cantão) da província de Arzanena.[1]
História
[editar | editar código-fonte]Foi referido em grego apenas numa forma plural, permitindo a sugestão de que fosse território tribal sob seus próprios chefes ou é possível que seja a tradução literal do armênio ao grego.[1] Sasúnia estava no vale médio do rio Arsânias[2] e se centrava no castelo montanhoso de Sanasuno, a posterior vila de Sasun, e suas dependências.[3] Se estendia através dos vales fluviais que levam ao sul das montanhas que margeiam a planície de Taraunitis (Muche) ao sul. Seus vales formavam rotas lógicas de invasão apesar de sua dificuldade e apoiam a ideia de que Sasúnia era importante para proteger o país de uma invasão nessa direção, assim como protegeu o país de invasão através do passo de Bitlis ao leste.[1] Tinha 2 400 quilômetros quadrados.[3]
No começo do século IX, Pancrácio II, filho de Asócio IV (r. 806–826), era senhor de Sasúnia.[4][5] Com a captura de Pancrácio por governador árabe Iúçufe (r. 851–852) em 851 após sua revolta, os patrícios armênios enviaram encorajamento e ajuda para os sasúnios atacarem-no.[6] Nos anos 890, aproveitando a guerra entre o rei Simbácio I (r. 890–914) e o sájida Maomé ibne Abi Alçaje (r. 889/890–901), o emir Amade invadiu a Armênia e conquistou Sasúnia.[7] Depois disso, os senhores de Taraunitis, dinastas da dinastia Bagratúnio, continuaram a controlá-la até 967, quando rendem seu principado ao Império Bizantino sob o imperador Nicéforo II (r. 963–969).[8]
Com a conquista bizantina, os Mamicônios retornam para Taraunitis, seu antigo domínio, ao menos no sul. Em 1058, Tornício Mamicônio repeliu os invasores turcos de Taraunitis e após a derrota bizantina na Batalha de Manziquerta em 1071, fundou a linha dos torníquidas de Muche, que retém Grande Taraunitis com Arsamosata, Astianena e Sasúnia até serem expulsos pelos xás da Armênia em 1189/90.[9][2]
- ↑ a b c Hewsen 1992, p. 160.
- ↑ a b Toumanoff 1963, p. 210.
- ↑ a b Hewsen 1992, p. 162, nota 58.
- ↑ Toumanoff 1963, p. 311, nota 33.
- ↑ Laurent 1919, p. 105.
- ↑ Ter-Ghevondyan 1976, p. 42-43.
- ↑ Ter-Ghevondyan 1976, p. 63.
- ↑ Hewsen 1992, p. 166.
- ↑ Hewsen 1992, p. 164.
Bibliografia
[editar | editar código-fonte]- Hewsen, Robert H. (1992). The Geography of Ananias of Širak. The Long and Short Recensions. Introduction, Translation and Commentary. Wiesbaden: Dr. Ludwig Reichert
- Laurent, Joseph L. (1919). L’Arménie entre Byzance et l'Islam: depuis la conquête arabe jusqu'en 886. Paris: De Boccard
- Ter-Ghevondyan, Aram (1976). Garsoïan, Nina G. (trad.), ed. The Arab Emirates in Bagratid Armenia. Lisboa: Livraria Bertrand. OCLC 490638192
- Toumanoff, Cyril (1963). Studies in Christian Caucasian History. Washington: Imprensa da Universidade de Georgetown