Zabergano
Zabergano | |
---|---|
líder cutrigur | |
Reinado | c. 550 - 560[1] |
Zabergano (em latim: Zaberganus; em grego: Ζαβέργαν) foi um cã dos cutrigures.
Etimologia
[editar | editar código-fonte]Ferdinand Justi comparou o nome "Zabergano" com "Zabargo" (em grego: Ζάβαργος; romaniz.: Zábargos) citado em duas inscrições de Tánais e assumiu que a terminação -an foi o patronímico -ana, -an. O nome Zabergano tem uma origem persa. Ele é registrado na inscrição trilíngue de Sapor I no Cubo de Zaratustra nas formas zplk'n (pálavi), zbrkn (parta) e Zabrigan (grego: Ζαβρίγαν).[1]
Vida
[editar | editar código-fonte]Após cutrigures e utrigures firmarem a paz ca. 558, por estar sob pressão dos ávaros[2][3] ou em revolta contra o Império Bizantino, cruzou no inverno de 558/559 o Danúbio congelado com sua cavalaria, passou pela Mésia e Cítia Menor, e dividiu seu exército em três seções, uma atacou tão ao sul quanto as Termópilas, enquanto os outros dois à Trácia.[4] Aproveitando-se das avarias da Grande Muralha da Trácia decorrentes de um terremoto, invadiu Constantinopla com c. 7000 cavaleiros. O imperador Justiniano (r. 527–565) chamou Belisário de sua aposentadoria e ordenou que parasse os intrusos.[5][6]
Com um exército de 300 soldados fortemente armados e outras tropas compostas por civis e camponeses dos locais pilhados por Zabergano, Belisário emboscou a cavalaria cutrigur nas proximidades da vila de Cheto e a derrotou. Mesmo derrotado, Zabergano permaneceu na Trácia até o verão, quando a frota bizantina bloqueou o Danúbio e impediu que os cutrigures se retirassem. Ele foi forçado a negociar a paz e retornar prisioneiros de guerra, enquanto lhe foi prometido pagamento de subsídios. Com sua retirada, Justiniano celebrou um triunfo em 11 de agosto de 559. Mais tarde, para evitar novos ataques, Justiniano instigou novos conflitos entre os cutrigures e utrigures de Sandilco.[5][6]
- ↑ a b Maenchen-Helfen 1973, p. 392.
- ↑ Golden 2011, p. 140.
- ↑ Golden 1992, p. 100.
- ↑ Curta 2015, p. 77.
- ↑ a b Kazhdan 1991, p. 2217.
- ↑ a b Martindale 1992, p. 1410.
Bibliografia
[editar | editar código-fonte]- Curta, Florin (2015). «Avar Blitzkrieg, Slavic and Bulgar raiders, and Roman special ops: mobile warriors in the 6th-century Balkans». In: In Zimonyi István; Osman Karatay. Eurasia in the Middle Ages. Studies in Honour of Peter B. Golden. Wiesbaden: Otto Harrassowitz. pp. 69–89
- Golden, Peter B. (2011). Studies on the Peoples and Cultures of the Eurasian Steppes. Bucareste – Brăila: Editura Academiei Române; Editura Istros a Muzeului Brăile
- Golden, Peter Benjamin (1992). An introduction to the History of the Turkic peoples: ethnogenesis and state formation in medieval and early modern Eurasia and the Middle East. Wiesbaden: Otto Harrassowitz. ISBN 9783447032742
- Kazhdan, Alexander Petrovich (1991). The Oxford Dictionary of Byzantium. Nova Iorque e Oxford: Oxford University Press. ISBN 0-19-504652-8
- Maenchen-Helfen, Otto J. (1973). The World of the Huns: Studies in Their History and Culture. Berkeley, Los Angeles e Londres: University of California Press. ISBN 9780520015968
- Martindale, John R.; Jones, Arnold Hugh Martin; Morris, John (1992). The Prosopography of the Later Roman Empire - Volume III, AD 527–641. Cambridge e Nova Iorque: Cambridge University Press. ISBN 0-521-20160-8