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Beat Happening

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(Redirecionado de Crashing Through (álbum))
Beat Happening
Beat Happening
Calvin Johnson em apresentação no The Crystal Ballroom em Portland, Oregon
Informação geral
Origem Olympia, Washington
País Estados Unidos
Gênero(s) Indie rock
Indie pop
Punk rock
Twee pop
Lo-fi
Período em atividade 1982 – atualmente
Gravadora(s) K Records
Sub Pop
Integrantes Calvin Johnson
Heather Lewis
Bret Lunsford

Beat Happening é uma banda norte-americana de indie rock formada em Olympia, Washington no ano de 1982 por Calvin Johnson, Heather Lewis e Bret Lunsford. O Beat Happening foi um dos precursores dos movimentos indie pop e lo-fi nos Estados Unidos, caracterizados pelo uso de técnicas primitivas de gravação, pelo desprezo por aspectos técnicos de musicalidade e por canções sobre temas ingênuos e recatados.

Os membros se conheceram em 1983 enquanto frequentavam o The Evergreen State College, começando a gravar logo depois. O nome foi tirado de um filme, Beatnik Happening, feito pela namorada de Bret.[1] A banda contava basicamente com um baterista, guitarrista e vocalista, embora, na época de sua formação, os únicos instrumentos utilizados fossem um par de maracas e uma guitarra comprada em um brechó. Em uma entrevista, Heather relata que a história da banda poderia ser contada nomeando todas as pessoas para as quais eles pediram emprestado bateria. Heather e Calvin já eram membros de outra banda quando convidaram Bret - que na época não tinha experiência em música - dizendo que eles deveriam montar uma banda e ir para o Japão.[1]

Em gravações antigas era usado, de forma exagerada, o efeito de reverb na guitarra de Bret, numa tentativa de mascarar sua má performance no instrumento.

A banda viajou para Tóquio em 1984 para uma turnê, mas sem shows. Sua primeira apresentação no Japão foi na escola de um ex-estudante de intercâmbio que Calvin conhecia.[1] No mesmo ano, eles gravaram Three Tea Breakfast, um EP de 5 canções que seria seu primeiro material.[1]

Álbuns de estúdio

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Beat Happening (1985), seu álbum de estréia, foi aclamado pelos críticos, assim como seu sucessor Jamboree (1986). À época do lançamento de Dreamy, em 1991, o Beat Happening já era uma das bandas mais populares do indie rock, chegando ao ápice com a organização do International Pop Underground Festival que contribuiu para a popularização da causa do rock anti-corporativo. Seu último álbum, You Turn me On (1992), caracteriza a ruptura da banda com os padrões estabelecidos nos discos anteriores, sendo isto mais notável em "Godsend", canção de 9 minutos que utiliza gravação multicanal.

Embora o fim da banda nunca foi anunciado oficialmente, os membros partiram para outros projetos ao longo dos anos. Em 2000, eles lançaram o single "Angel Gone", seu único material novo em oito anos.

A caixa Crashing Through foi lançado em 2002, contendo todas as músicas lançadas oficialmente pela banda, exceto duas faixas presentes numa fita cassete ao vivo com o The Vaselines. A caixa incluia um encarte contendo um texto escrito por Lois Maffeo sobre a história e o impacto que a banda teve, além de fotos raras de Calvin, Heather e Bret.

As performances ao vivo da banda eram marcadas pelas danças de Calvin no estilo hula, seus pulos e movimentos inspirados nos punks ingleses. Tal atitude não agradou ao público fã de hardcore durante a turnê da banda com o Fugazi, no final dos anos 1980, que atirava cinzeiros na banda.[1] Todavia, o crítico Michael Azzerrad insinua que o "Beat Happening...era uma força poderosa que ampliava o conceito de roqueiro punk, abrangendo um cara de moicano com jaqueta de motoqueiro até uma garota nerd em um cardigã".[2] A presença de Heather Lewis na bateria e a nada ameaçadora presença de palco de Calvin contribuíram para aumentar a diversidade do público punk e de gêneros nos concertos da época, mais do que outras bandas que eram predominantemente masculinas.[2] O Beat Happening tem sido mencionado como influência nas bandas do começo do movimento riot grrrl, como Bratmobile[2] e Kathi Wilcox do Bikini Kill.[3]

Calvin Johnson é um dos fundadores do selo independente K Records. O selo atingiu um sucesso moderado e mantem sua integridade independente, reivindicando estar "tornando o underground adolescente em revolta passional contra o ogro corporativo desde 1982".[4]

Embora não tenha anunciado oficialmente o término de suas atividades, a banda não toca em público desde o começo dos anos 1990. Em 2005, eles foram convidados por Isaac Brock do Modest Mouse para tocar no festival All Tomorrow Parties, convite este que foi respeitosamente recusado.

  • 1984 - Our Secret / What's Important (K Records)
  • 1987 - Look Around / That Girl (K Records)
  • 1988 - Honey Pot / Don't Mix the Colors (53rd & 3rd)
  • 1990 - Red Head Walking / Secret Picnic Spot (Sub Pop)
  • 1990 - Nancy Sin / Dreamy (K Records)
  • 1991 - Sea Hunt / Knock On Any Door (Bi-Joopiter)
  • 2000 - Angel Gone / Zombie Limbo Time (K Records)
Referências
  1. a b c d e Baumgarten, Mark (2012). Love Rock Revolution. Seattle: Sasquatch Books. p. 72. ISBN 978-1-57061-822-2 
  2. a b c Azzerrad, Michael (2001). This Band Could Be Your Life. Londres: Back Bay Books. p. 455 
  3. Kathi Wilcox (8 de abril de 2014). «"Bikini Kill: Girl Soldier (Interview)"». Consultado em 18 de junho de 2015 
  4. «K Records». Consultado em 18 de junho de 2015