Culinária de São Paulo
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A culinária do Estado de São Paulo se desenvolveu, principalmente, no período de povoamento da capital, entre os séculos XVI e XVII. Os pratos trazem produtos facilmente encontrados na terra, como o milho e o trigo.
Durante a colonização, os bandeirantes aderiram também aos hábitos dos índios, por motivos de sobrevivência. A farinha de mandioca já era parte da alimentação, por resistir a longas expedições.
As regiões do estado apresentam também diferentes costumes. No litoral, os elementos da cultura portuguesa, como bolinhos e ensopados, são predominantes. Já no interior, a culinária tem mais traços da tradição dos tropeiros e os pratos levam mandioca frita e feijão gordo, por exemplo. Entre os pratos populares, estão o bife à parmegiana, virado e o cuscuz-paulista. Na capital, a picanha, bauru, o lanche de mortadela, a coxinha, beirute, americano, entre outros.
Os principais pratos da culinária tradicional paulista
[editar | editar código-fonte]São Paulo por ser o precursor da cultura caipira, é também berço da Culinária Caipira, que é um conjunto de pratos típicos do interior de São Paulo e da Paulistânia. Com a partida dos bandeirantes paulistas no desbravamento do sertão do Brasil, disseminou-se o que conhecemos hoje como cultura caipira por diversos estados, estes Bandeirantes isolaram-se em roças levando consigo estes pratos tradicionais, tornando-se os atuais pratos caipiras que conhecemos hoje, ajudando a enriquecer ainda mais a culinária de estados que fazem parte da cultura caipira.
O sociólogo Antônio Candido destaca todo o eixo de expansão e difusão da cultura bandeirante como Paulistânia. Nos primórdios eram feitos no fogo de chão na trempe, o fogão dos tropeiros, onde as panelas ficavam apoiadas em pedras em formato de triângulo ou penduradas em uma armação de três varas em estilo tripé por cima do fogo e que podiam ser de ferro ou de pau verde, e às vezes no chamado tucuruva, um fogão improvisado no meio do cupinzeiro, com o passar dos tempos ganhou altura e formato no que é hoje o tradicional fogão a lenha, onde normalmente é feita a maioria dos pratos típicos.[1]
Destacam-se os principais pratos:
- Afogado[2]
- Americano (sanduíche)
- Angu
- Bauru
- Beirute
- Bife à parmegiana
- Bolinho Caipira
- Bolinho de chuva
- Buraco Quente
- Cabidela miúda
- Café Tropeiro
- Caipirinha
- Coxinha
- Curau
- Cuscuz-paulista
- Doce de bananinha
- Espeto de rojão
- Farofa de Içá
- Feijão Tropeiro
- Furrundum
- Galinhada
- Leitão à Pururuca
- Linguiça Bragantina
- Misto-quente
- Paçoca de amendoim
- Pamonha
- Pé de moleque
- Picanha
- Quentão
- Rosquinhas de pinga
- Taiada
- Torta holandesa
- Vaca Atolada
- Virado à paulista[3][2]
Virado à paulista
[editar | editar código-fonte]O prato é preparado com feijão cozido e refogado em cebola, alho e gordura, mexido com farinha de milho ou mandioca. Pode variar entre bisteca e costeleta suína frita. Acompanha banana empanada, ovo, couve, torresmo e arroz.
Nos registros históricos conta-se que já era consumido por bandeirantes e tropeiros paulistas, sendo um dos principais pratos mais antigos da culinária caipira.[4]
Tutu de feijão
[editar | editar código-fonte]Para fazer o tutu, o feijão deve ser cozido, refogado e engrossado com farinha de mandioca ou de milho.
Na capital
[editar | editar código-fonte]A capital do estado tem sua própria diversificação na culinária e os bairros se dividem em diferentes heranças gastronômicas. Na Liberdade, a culinária oriental é predominante, e no Bixiga, a culinária italiana.[4] Entre as comidas imperdíveis, estão o sanduíche de mortadela do Mercadão e o lanche de pernil do Estadão.
Bauru
[editar | editar código-fonte]O lanche foi inventado e popularizado em um restaurante da capital, o Ponto Chic. Originalmente, contém pão francês, rosbife, tomate, picles e queijos derretidos.[3]
Beirute
[editar | editar código-fonte]Criado em 1951 no Jardim Paulista o sanduíche é composto por pão sírio, queijo muçarela, zatar, rosbife e tomate. Essa receita acabou sendo alterada em diversos lugares.[1]
Coxinha
[editar | editar código-fonte]Apesar de existirem discussões sobre onde a coxinha foi criada, os especialistas normalmente citam a Grande São Paulo como local de origem, durante a industrialização, criou-se o salgado como uma alternativa às coxas de galinha que eram vendidas nas portas de fábrica à época.[5]
Culinária típica caiçara (região litorânea)
[editar | editar código-fonte]A cultura caiçara e a cultura caipira podem parecer bem similares. A estrutura da casa caiçara tradicionalmente era a mesma do caipira do interior: paredes de pau-a- pique e telhado de sapê de duas águas, algumas vezes caiada. O chão era de terra batida e os móveis escassos. No entanto, a cultura caiçara possui uma ligação especial com o mar, um dos fatores que a diferenciam da cultura caipira. Atualmente os caiçaras e sua cultura estendem-se ao litoral paulista, litoral paranaense e Paraty, que fazia parte da Capitania de São Paulo mas foi transferida para o Rio de Janeiro.[5]
Dentre os mais famosos pratos da culinária caiçara são:
- Meca santista
- Azul marinho
- Ensopadinho de Mandi
- Bolinho de taioba
- Pirão de bagre
- Caldeirada de caranha
- Camarão com chuchu
Bibliografia
[editar | editar código-fonte]- A Cozinha Paulista - Regina Helena de Paiva Ramos
- A Culinária Paulista Tradicional nos Hotéis SENAC São Paulo - Caloca Fernandes
- Cozinha Caipira - Editora Escala
- Cozinha da Fazenda Edição Especial - Globo Rural - Dez. 1995
- Cozinha Caipira de Celia e Celma - A. Celia Mazzei & Celma Mazzei'
- Cozinha Tradicional Paulista, 1963 - Jamile Japur
- ↑ a b «Como surgiu o caipira?». Almanaque Taubaté. 4 de dezembro de 2017. Consultado em 13 de dezembro de 2018. Cópia arquivada em 8 de janeiro de 2019
- ↑ a b «Culinária de São Paulo». 20 de março de 2015. Consultado em 26 de setembro de 2017. Cópia arquivada em 26 de setembro de 2017
- ↑ a b «Cultura e folclore paulista: culinária e pratos típicos - Biblioteca Virtual». Julho de 2019. Consultado em 16 de maio de 2020. Cópia arquivada em 19 de março de 2020
- ↑ a b «A história do virado à paulista - Paladar». Estadão. Consultado em 13 de dezembro de 2018. Cópia arquivada em 11 de maio de 2018
- ↑ a b «Gastronomia caiçara: Azul Marinho, prato tradicional |». 18 de agosto de 2016. Consultado em 13 de dezembro de 2018. Cópia arquivada em 9 de julho de 2018