Aplastodiscus lutzorum
Aplastodiscus lutzorum | |
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Macho | |
Classificação científica | |
Domínio: | Eukaryota |
Reino: | Animalia |
Filo: | Chordata |
Classe: | Amphibia |
Ordem: | Anura |
Família: | Hylidae |
Gênero: | Aplastodiscus |
Espécies: | A. lutzorum
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Nome binomial | |
Aplastodiscus lutzorum Berneck, Giaretta, Brandão, Cruz, and Haddad, 2017[1]
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Os quadrados azuis correspondem à sua distribuição |
Aplastodiscus lutzorum é uma espécie de perereca da família Hylidae, endémica do bioma do Cerrado, no Brasil.
É a única espécie endémica de um só bioma no género Aplastodiscus. Possui de 30 a 36 milímetros de comprimento, sendo a menor do clado da espécie, e é diferenciada das outras espécies pela duração de sua vocalização e pela cor da íris.
A descrição da espécie foi publicada no dia 3 de janeiro de 2017, por cinco pesquisadores brasileiros. Recebeu o nome de Aplastodiscus lutzorum em homenagem aos pesquisadores Adolfo e Bertha Lutz, pioneiros nos estudos das espécies do género. Ainda não foi catalogada pela IUCN, mas possivelmente será categorizada como espécie pouco preocupante.
Taxonomia
[editar | editar código-fonte]A espécie foi descrita no dia 3 de janeiro de 2017, por Bianca Berneck, Ariovaldo Giaretta, Reuber Brandão, Carlos Cruz e Célio Haddad na revista científica ZooKeys.[3] Após as análises, foi possível descobrir que a espécie fazia parte do gênero Aplastodiscus, mais especificamente ao clado Aplastodiscus perviridis. Os indivíduos coletados para foram encontrados em Minas Gerais, Distrito Federal e Goiás, tendo machos e fêmeas. Os espécimes usados como referência no estudo foram encontrados em Unaí, Minas Gerais em fevereiro e março de 2007 e todos eram machos. Já o holótipo era um macho e foi encontrado em 12 de dezembro de 2011 na Fazenda São Bento, em Alto Paraíso de Goiás, Goiás, numa altitude de 1 150 metros. Trata-se de uma nova espécie devido a seu tamanho reduzido em relação aos outros representantes do clado, trinta a 36 milímetros, por apresentar a íris bicolorida e também por apresentar uma vocalização mais de duas vezes mais longa que a dos outros indivíduos. Também foram feitos exames genéticos nos Estados Unidos e na Coreia do Sul que atestaram a especialização.[1][4] Foi nomeada Aplastodiscus lutzorum em homenagem aos cientistas brasileiros Adolfo e Bertha Lutz, que foram os pioneiros na descoberta e estudo do género Aplastodiscus.[5] Com a descoberta da espécie, são totalizados 15 espécies no género.[6]
Distribuição e habitat
[editar | editar código-fonte]Actualmente, não se tem certeza exata sobre sua área de distribuição, sabendo se apenas que a espécie é endêmica do Cerrado,[7] com indivíduos encontrados nos estados de Goiás e Minas Gerais e no Distrito Federal. Todos os indivíduos encontrados foram avistados em florestas de galerias, com buritis (Mauritia flexuosa) esparsos. Todos os locais estão acima dos mil metros de altitude. Espécies que ocupam o mesmo local são Hypsiboas ericae e H. albopunctatus. A espécie ainda não foi catalogada pela União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN), mas devido a sua área de distribuição ser englobada por parques ambientais, como o Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros, e pelas espécies locais serem categorizadas da mesma maneira, os taxonomistas sugerem que seja catalogada como espécie pouco preocupante (LC).[1]
Descrição
[editar | editar código-fonte]Os indivíduos da espécie possuem tamanho entre 30 a 36 milímetros. A largura da cabeça é 20% maior do que seu comprimento, o focinho é arredondado quando visto de perfil, sendo um pouco menos quando visto pelo dorso, o canthus rostralis é curvo e a região loreal é côncava, com as narinas ovais, com a região entre as narinas preenchidas por estrias. A dobra supratimpânica é distinta, vindo do ângulo posterior da órbita a inserção do antebraço. O tímpano também é distinto, quase circular, tendo como diâmetro 48,5% do diâmetro do olho. A pálpebra superior é suave, assim como o dorso. A dobra torácica também é perceptível. Possui apenas um saco vocal, sendo externo, subgular e extensível. Seus dedos são finos e longos, sem margens laterais, terminando em pequenos discos arredondados. Não possui prepollex, almofada nupcial e dobra supracloacal. A maior diferença entre os indivíduos da mesma espécie são o tamanho e a quantidade de cromatóforos marrons pela pele, podendo ser ser mais esparsos ou densos.[1]
Em indivíduos vivos, a parte dorsal da cabeça é verde escuro, quase oliva. O dorso e a lateral são verde amarelados, com pequenos e dispersos melanóforos. A parte superior de sua glândula pineal é dourada, enquanto 2/3 da parte inferior é vermelho cobre. O saco vocal é verde azulado. Já em indivíduos em preservativo, a cor muda para o bege pálido, com o dorso repleto de manchas marrom escuras, sendo mais escuras que qualquer outra parte do corpo. O abdômen é amarelo pálido.[1]
Comportamento
[editar | editar código-fonte]Os cientistas que descobriram esta espécie encontraram uma fêmea com oócitos em meados de dezembro, sendo visíveis devido a serem grandes e pela transparência da pele. Os machos vocalizam entre dezembro e março, fazendo isso em florestas ribeirinhas, em galhos e folhas a cinco metros de altura do corpo d'água. Às vezes a espécie coaxa em solos húmidos e lamacentos, e com uma grande quantidade de arbustos, quando a floresta primária é removida e já possui uma secundária em desenvolvimento. Seus girinos são desconhecidos.[1]
As vocalizações de advertência são longas, com repetições regulares, respeitando um padrão médio de 39 vocalizações por minuto. O coaxar parece um apito sendo usado por 0,26 a 0,40 segundos. A frequência mínima varia entre os 1 494 a 1 732 Hz, e a máxima entre 2 334 a 2 647 Hz. Costuma ter uma modulação frequencial ascendente, atingindo o ápice entre os 49 e 70% da vocalização.[1]
Ver também
[editar | editar código-fonte]- ↑ a b c d e f g Berneck, Bianca V.M.; Giaretta, Ariovaldo A.; Brandão, Reuber A.; Cruz, Carlos A. G.; Haddad, Celio F.B. (1 de março de 2017). «The first species of Aplastodiscus endemic to the Brazilian Cerrado (Anura, Hylidae)». ZooKeys (em inglês). 642: 115–130. ISSN 1313-2970. PMID 28138301. doi:10.3897/zookeys.642.10401
- ↑ Frost, Darrel R. (2018). «Aplastodiscus lutzorum Berneck, Giaretta, Brandão, Cruz, and Haddad, 2017». Amphibian Species of the World: an Online Reference. Version 6.0. American Museum of Natural History. Consultado em 11 de outubro de 2018
- ↑ «Aplastodiscus lutzorum Berneck, Giaretta, Brandão, Cruz, and Haddad, 2017» (em inglês). AMNH. Consultado em 3 de abril de 2017. Cópia arquivada em 4 de Abril de 2017
- ↑ «The first species of canebrake tree frog endemic to the Brazilian Cerrado» (em inglês). Awe of Nature. Consultado em 3 de abril de 2017. Arquivado do original em 4 de abril de 2017
- ↑ «Galeria». Setor de Herpetologia do Museu Nacional. Consultado em 3 de abril de 2017. Cópia arquivada em 4 de Abril de 2017
- ↑ «Aplastodiscus» (em inglês). Amphibiaweb. Consultado em 3 de abril de 2017. Cópia arquivada em 3 de Abril de 2017
- ↑ «Aplastodiscus lutzorum» (em inglês). Amphibiaweb. Consultado em 25 de janeiro de 2017. Cópia arquivada em 4 de Abril de 2017