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Batalha de Meloria (1284)

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A Batalha de Meloria foi travada entre 5 e 6 de agosto de 1284 perto da ilhota de Meloria, no Mar Tirreno entre a frota genovesa e a de Pisa. A vitória de Génova, e a destruição da frota de Pisa marcou o declínio da República de Pisa.[1]

Durante o século XIII, a República de Génova aliou-se ao bizantino Império de Niceia, que recebeu ajuda de Génova para ajudar a recuperar Constantinopla, em 1261. A aliança permitiu uma grande expansão comercial do Império e também, a conquista de muitas ilhas e colónias no mar Egeu. Ao mesmo tempo, a República conquistou importantes interesses comerciais em todo o mar Negro, onde muitas colónias de Génova controlavam a Crimeia.

O Império Bizantino concedeu a maioria dos direitos de comércio para Génova. A aliança com o Império Bizantino aumentou a riqueza e o poder de Génova, e, simultaneamente, diminuiu o comércio de Veneza e Pisa.

Em 1282 Pisa tentou obter o controle do comércio e administração da Córsega, quando o juiz de Cinarca, Sinucello, se revoltou contra Gênova e pediu o apoio a Pisa.[1][2]

Em agosto de 1282 parte da frota genovesa bloquearam o comércio de Pisa perto do rio Arno.[2] Durante 1283, tanto Génova e Pisa fizeram os preparativos para a guerra. Pisa reuniu soldados da Toscana e nomeou capitães a partir de suas famílias nobres. Genova construiu de 120 galés, 60 das quais pertenciam à República, enquanto as outras sessenta galés foram alugadas para indivíduos. Para essa frota, pelo menos, de 15 000 e 17 000 remadores e marinheiros eram necessários.[2]

Prelúdio para a batalha

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No início de 1284 a frota genovesa tentou conquistar Porto Torres e Sassari na Sardenha. Uma parte da frota mercante genovesa derrotou uma frota de Pisa, enquanto viajava para o Império Bizantino. A frota genovesa bloqueou Porto Pisano e atacaram navios pisanos que viajam no mar Mediterrâneo. Outra frota genovesa de trinta navios liderados por Benedetto Zaccaria viajou para Porto Torres, para apoiar as forças sitiantes genovesas em Sassari.

A frota da República de Gênova aceitou o desafio, e no dia 6 de agosto 1284, o dia de San Sisto, padroeira de Pisa (que a partir desse dia nunca mais foi celebrada) viajou para Porto Pisano.

O almirante genovês Oberto Doria, a bordo do San Matteo, a galé da família, estava dirigindo uma primeira linha de 63 galés de guerra.[3]

Benedetto Zaccaria comandava um outro grupo de trinta navios, deliberadamente um pouco afastado para tirar a frota de Pisa do porto. No entanto, estava perto o suficiente para atacar e decidir a batalha quando a ação começou.

Para os pisanos era o dia do seu padroeiro, São Sisto, o aniversário de tantas vitórias gloriosas, e que era uma excelente oportunidade para eliminar permanentemente os navios genoveses, os pisanos crendo possuírem 9 navios a mais que os genoveses decidiram sair do porto. Os pisanos, comandados pelo podestà Morosini e seus tenentes Ugolino della Gherardesca e Andreotto Saraceno, saíram em um único corpo.[3]

A frota de Pisa avançou em linha lado a lado para enfrentar a primeira linha dos genoveses, lutando segundo o costume medieval de abalroar. A vitória foi decisiva para Génova, o esquadrão de Zaccaria, caiu no flanco dos pisanos. A frota foi quase aniquilada, Podestà foi feito prisioneiro, e Ugolino consegui fugir com alguns navios.

Conseqüências

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Pisa assinou o tratado de paz com Gênova em 1288, mas não foi respeitado: que forçou Gênova enviar Corrado Doria, com algumas galés rumou para Porto Pisano, o porto foi destruído e nas suas ruínas foram espalhados sal, como fizeram em Cartago, nos dias de Cipião, e a paisagem circundante devastada e saqueada.

Como conseqüência desta derrota, e com a tomada final da Sardenha pisana pelos aragoneses em 1324, Pisa perdeu uma vez por todas o seu papel como um dos principais poderes navais do Mediterrâneo.

Em 1406 pela primeira vez em sua história a cidade foi conquistada por Florença após um longo cerco.

Ugolino morreu de fome com vários de seus filhos e netos na forma familiarizada pelo canto XXXII no livro “Inferno” de Dante Alighieri.

Referências
  1. a b David Abulafia, Rosamond McKitterick (1999). The New Cambridge Medieval History: c. 1198-c. 1300. [S.l.]: Cambridge University Press. p. 439. ISBN 0-521-36289-X 
  2. a b c William Ledyard Rodgers (1996). Naval warfare under oars, 4th to 16th centuries. [S.l.]: The United States Naval Institute. ISBN 0-87021-487-X 
  3. a b D. G. Martini - D. Gori, La Liguria e la sua anima, Savona, Sabatelli Editori, 1965.