Gibuldo
Gibuldo | |
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Rei alamano | |
Reinado | fl. 470 |
Nascimento | século V |
Próximo a Batávio | |
Morte | século V |
Alamânia |
Gibuldo (em latim: Gibuldus; Gebavultus; fl. 470) foi um rei alamano ativo na segunda metade do século V, o último de uma série de monarcas conhecido antes da derrota dos alamanos na Batalha de Tolbiac de 496. É mencionado nas obras hagiográficas Vida de São Severino e Vida de Lupo e se sabe que teria saqueado Batávio (atual Passau) ou Augustobona (atual Troyes), mas teria sido influenciado por Severino ou Lupo a libertar os reféns.
Apesar dos alamanos ainda serem pagãos por esta época, Gibuldo provavelmente converteu-se ao arianismo por influência dos monarcas do Reino Visigótico.
Vida
[editar | editar código-fonte]Gibuldo era um monarca alamano originário das imediações da cidade de Batávio (atual Passau), na Récia II.[1] É conhecido através de duas fontes hagiográficas, a contemporânea Vida de São Severino (ca. 470) escrita por Eugípio,[2] e a posterior Vida de Lupo, onde seu nome aparece sob a forma Gebavulto.[3] Acredita-se que a Vida de Lupo preserva a versão mais antiga do nome, que teria se originado do germânico comum *Gebō-Wulþuz, podendo significar que caso a passagem dependa da Vida de Severino, ela teria sido baseado numa versão anterior do texto, agora perdida.[carece de fontes]
Outra sugestão foi que Gibuldo e Gebavulto poderiam, de fato, ter sido dois príncipes da mesma família nobre, mas não necessariamente o mesmo indivíduo.[4][5] Porém, a opinião proeminente parece ser a de que ambos os relatos seriam independentes, e que a recorrência do nome apoia a tese de que os alamanos, anteriormente divididos entre numerosos reinos tribais insignificantes, pelo final do século V haviam se unido sob um único rei.[6]
Segundo Eugípio, Gibuldo costumava saquear Batávio, até que o bispo Severino de Nórica solicitou que libertasse seus reféns romanos. Gibuldo ficou tão impressionado pelo abade cristão que concordou em libertar 70 deles. A Vida de Lupo relata uma história similar, mas nela Lupo desempenha o papel de Severino.[7] Se ambos os relatos podem ser considerados independentes, isso sugeriria que o episódio dos reféns reflete um evento histórico, embora permaneça em aberto se teria ocorrido em Batávio ou Augustobona (atual Troyes). Seja como for, teria ocorrido cerca de 470.[8]
A Alamânia, em meados do século V, estava situada a leste dos dois reinos arianos da Gália, o Reino Burgúndio e o Reino Visigótico. Alguns estudiosos especulam que devido a influência visigótica Gibuldo pode ter adotado a confissão ariana, enquanto é incerto se a maior parte da população alamana permaneceu pagã no século VI.[9][10]
- ↑ Martindale 1980, p. 512.
- ↑ Eugípio 1886, cap. 19.
- ↑ Krusch 1896, cap. 10.
- ↑ Ewig 1978, p. 16-24.
- ↑ Wood 1998, p. 16.
- ↑ Lotter 1985, p. 52.
- ↑ Geuenich 1998, p. 69-71.
- ↑ Pohl 2004, p. 31.
- ↑ Schubert 1909, p. 32.
- ↑ Bossert 1951, p. 114.
Bibliografia
[editar | editar código-fonte]- Bossert, G. (1951). «Alemanni». In: Jackson, S.M. New Schaff-Herzog Encyclopedia of Religious Knowledge, Vol. 1. Grand Rapids: Baker Book House
- Eugípio (1886). Knoell, Pius, ed. Vita Severini. Viena, Áustria e Lípsia, Alemanha: F. Tempsky e G. Freytag
- Ewig, E. (1978). «Bemerkungen zur Vita des Bischofs Lupus von Troyes». In: Hauck, Karl; Mordek, Hubert. Geschichtsschreibung und geistiges Leben im Mittelalter: Festschrift für Heinz Löwe zum 65. Geburtstag. Colônia e Viena: [s.n.]
- Geuenich, D. (1998). «Gibuld (Gebavult». In: Hoops, J. Reallexikon der germanischen Altertumskunde. 12. Berlim: de Gruyter. ISBN 3-11-016227-X
- Krusch, B. (1896). «Vita Lupi episcopi Trecensis». Monumenta Germaniae Historica Vol. 3 - Passiones vitaeque sanctorum aevi Merovingici et antiquiorum aliquot. Hanôver: Hahn
- Lotter, F. (1985). «Die germanischen Stammesverbände im Umkreis des Ostalpen-Mitteldonau-Raumes nach der literarischen Überlieferung zum Zeitalter Severins». In: Wolfram, H.; Schwarz, A; Friesinger, H.; Daim, F. Die Bayern und ihre Nachbarn: Berichte des Symposions der Kommission für Frühmittelalterforschung, 25. bis 28. Oktober 1982, Stift Zwettl, Niederösterreich. Viena: Academia Austríaca de Ciências
- Martindale, J. R.; Jones, Arnold Hugh Martin; Morris, John (1980). The Prosopography of the later Roman Empire - Volume 2. A. D. 395 - 527. Cambridge e Nova Iorque: Cambridge University Press
- Pohl, Walter (2004). Die Germanen. Munique: Oldenbourg Verlag. ISBN 3486701622
- Schubert, H. (1909). Das älteste germanische Christentum oder der Sogenannte "Arianismus" der Germanen. Tubinga: J.C.B. Mohr
- Wood, Ian (1998). Franks and Alamanni in the Merovingian Period: An Ethnographic Perspective. Woodbridge, Suffolk: Boydell & Brewer Ltd. ISBN 1843830353