Esfódrias
Esfódrias (em grego clássico: Σφοδρίας; romaniz.: Sphodrías) segundo Plutarco ou Esfodríades (Sphodriades) segundo Diodoro Sículo, foi general de Esparta no período da história da Grécia conhecido como "Hegemonia Espartana" (século IV a.C.).
Ataque ao Pireu
[editar | editar código-fonte]Atenas e Esparta estavam em trégua,[1] mas, em 377 a.C., no quarto ano da 100a olimpíada,[2][Nota 1] quando estava na condição de Harmosta da cidade de Téspias (Beócia), Esfódrias decidiu empreender uma incursão militar noturna contra o Porto do Pireu (Atenas).[3] Este plano não contou com a aprovação do rei [Nota 2] Cleômbroto I nem dos éforos.[1] O motivo, segundo Plutarco, foi o desejo da fama, pois Esfódrias havia observado que Febidas havia ficado famoso por sua ousadia em Tebas.[3][Nota 3] Uma hipótese é que o plano havia sido formulado pelos tebanos Pelópidas e Melo, que enviaram supostos simpatizantes de Esparta a Esfódrias, exaltando-o, como se ele fosse o único capaz de tal façanha, que não seria menos desleal ou injusta que a tomada da Cadmeia.[4]
Com mais de 10 mil homens,[5] Esfódrias planejou atacar o Pireu à noite,[5][6] mas o dia nasceu durante a marcha, e ele perdeu a coragem, devastando o campo e se retirando para Téspias.[6]
Julgamento
[editar | editar código-fonte]Os atenienses enviaram homens a Esparta, denunciando Esfódrias, mas a acusação não era mais necessária, pois ele já havia sido condenado à morte.[7]
Apesar de Esfódrias ser rival de Agesilau II, um dos dois rei de Esparta, seus filhos, respectivamente Cleônimo e Arquídamo (o futuro rei Arquídamo III), eram namorados,[8] e Cleônimo pediu, chorando, que Arquídamo influenciasse seu pai.[9] Etímocles, um dos amigos de Agesilau, disse que Esfódrias era um homem corajoso, e era deste tipo de soldados que Esparta precisava;[10] foram estes os argumentos usados por Agesilau no julgamento.[11] Esfódrias, com o apoio dos reis, foi inocentado.[5] Xenofonte chamou de "mais injusto julgamento da história de Esparta". Em represália, Atenas denunciou que a trégua com Esparta havia sido rompida pelos lacedemônios, decidiu entrar em guerra, nomeando como generais Timóteo, Cábrias e Calístrato, e firmou uma aliança com Tebas,[12] que estava em guerra com Esparta.
Consequências
[editar | editar código-fonte]Agesilau II fez várias expedições contra os tebanos,[13] o que acabou tornando os tebanos mais capacitados para a guerra do que jamais eles foram; Licurgo já havia proibido os espartanos de fazerem várias guerras contra o mesmo povo, para que este povo não aprendesse a lutar na guerra.[14]
Cleônimo, filho de Esfródias, morreu combatendo na Batalha de Leuctra (371 a.C.), contra os tebanos de Epaminondas,[15] junto com o outro rei Cleômbroto I e mil espartanos.[16]
- ↑ Segundo o tradutor de Diodoro Sículo para o inglês, o ataque ao Pireu provavelmente ocorreu na primavera de 378 a.C.
- ↑ Em Esparta, havia dois reis, um descendente de Eurípides e outro de Procles, respectivamente os reis ágidas e euripôntidas.
- ↑ Fébidas havia capturado a Cadmeia, a cidadela de Tebas
- ↑ a b Diodoro Sículo, Biblioteca Histórica, Livro XV, 29.5 [ael/fr][en]
- ↑ Diodoro Sículo, Biblioteca Histórica, Livro XV, 28.1 [ael/fr][en]
- ↑ a b Plutarco, Vidas Paralelas, Vida de Agesilau II, 24.3
- ↑ Plutarco, Vidas Paralelas, Vida de Agesilau II, 24.4
- ↑ a b c Diodoro Sículo, Biblioteca Histórica, Livro XV, 29.6 [ael/fr][en]
- ↑ a b Plutarco, Vidas Paralelas, Vida de Agesilau II, 24.5
- ↑ Plutarco, Vidas Paralelas, Vida de Agesilau II, 24.6
- ↑ Plutarco, Vidas Paralelas, Vida de Agesilau II, 25.1
- ↑ Plutarco, Vidas Paralelas, Vida de Agesilau II, 25.2
- ↑ Plutarco, Vidas Paralelas, Vida de Agesilau II, 25.4
- ↑ Plutarco, Vidas Paralelas, Vida de Agesilau II, 25.5
- ↑ Diodoro Sículo, Biblioteca Histórica, Livro XV, 29.7 [ael/fr][en]
- ↑ Plutarco, Vidas Paralelas, Vida de Agesilau II, 26.2
- ↑ Plutarco, Vidas Paralelas, Vida de Agesilau II, 26.3
- ↑ Plutarco, Vidas Paralelas, Vida de Agesilau II, 28.6
- ↑ Plutarco, Vidas Paralelas, Vida de Agesilau II, 28.5
Bibliografia
[editar | editar código-fonte]- Bowder, Diana - "Quem foi quem na Grécia Antiga", São Paulo, Art Editora/Círculo do Livro S/A, s/d