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Sismos na Itália de outubro de 2016

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Sismos em Itália, durante outubro de 2016
Sismos na Itália de outubro de 2016
Área atingida pelos sismos
Sismos na Itália de outubro de 2016 (Itália)
Sismos na Itália de outubro de 2016
Sismos na Itália de outubro de 2016
Sismos na Itália de outubro de 2016 (Itália)
Profundidade 10,0 km
Magnitude 5,5; 6,1 e 6,6 MW
Data 26 e 30 de outubro de 2016
Zonas mais atingidas Região central da Itália
Vítimas 1 morto[1]
Dezenas de feridos[2]
40 000 desabrigados[3]

Uma série de sismos atingiu a região central da Itália, entre os dias 26 e 30 de outubro de 2016.

Em 26 de outubro, às 19h11 locais, ocorreu um primeiro tremor de magnitude 5,5, cerca de 8 quilômetros a sudoeste da cidade de Sellano, na região central da Itália.[4][5]

Apenas duas horas se passaram até que um novo sismo, mais intenso, atingisse a região. Segundo o USGS, este segundo sismo teve uma magnitude de 6,1, com epicentro a 3 km a oeste de Visso, também na região central do país.[6] Os abalos foram sentidos em toda a Itália e em países vizinhos.[7] Na região de Marcas, cerca de 240 pessoas tiveram que ser removidas às pressas de hospitais.[8] Os tremores provocaram interrupções no fornecimento de energia na região.[9]

Na capital Roma, muitos prédios, alguns centenários, sofreram danos leves e tiveram que ser evacuados. Houve também correria e pânico em Nápoles.[10] Diversas réplicas atingiram a região, a mais forte de magnitude 4.9.

A 27 de outubro, a defesa civil italiana já contabilizava mais de três mil desabrigados em Marcas.[11]

No dia 30 de outubro às 7h40 do horário local, mais uma vez a região central da Itália foi atingida por um tremor, ainda mais violento. De acordo com os dados do USGS, este sismo atingiu magnitude de 6,6,[12] e é o mais forte a ocorrer na Itália desde 1980.[13] O tremor foi sentido também na Eslovênia, Croácia, Bósnia-Herzegovina e até mesmo na Alemanha.[14] O epicentro foi a cerca de seis quilômetros ao norte da comuna de Nórcia.[15] A cidade, já fortemente abalada pelos sismos anteriores, foi completamente destruída.[13] Em Amatrice e Arquata del Tronto também houve sérios danos, e nas cidades de Ussia, Muccia e Tolentino muitas construções desabaram.[16] Em Preci, casas e igrejas vieram abaixo.[16] Em Roma, o metrô e vários pontos turísticos foram preventivamente interditados.[17][18] Muitas estradas ficaram bloqueadas, devido a desmoronamentos de terra.[19] Mais de 700 réplicas foram registradas, com magnitudes variando de 3 a 5 graus.[20]

Apesar da intensidade dos sismos, houve apenas uma vítima mortal,[21] embora dezenas de pessoas tenham se ferido.[19]

A União Europeia informou que está monitorando a situação, e que está "pronta para ajudar" a Itália após a onda de sismos.[22] O primeiro-ministro Matteo Renzi prometeu que tudo será reconstruído, embora reconheça que tempos difíceis ainda virão.[23] O custo da reconstrução deverá chegar a 6 bilhões de euros até 2018.[24][25] O governo italiano também irá investir de 4 a 7 bilhões de euros anualmente para aumentar a proteção do país contra sismos. A maioria das estruturas destruídas, por serem antigas, não estavam preparadas para suportar fortes tremores.[26]

Em 31 de outubro, o número de desabrigados já passava de 40 mil, segundo estimativas da imprensa italiana.[24] Muitas ainda estavam em abrigos temporários, desde o forte sismo de agosto.

Uma área de cerca de 600 km2 ficou deformada com os sismos, de acordo com dados coletados pelo satélite Sentinel 1. Em algumas regiões, o solo afundou 70 centímetros.[25]

Mais de 300 escolas foram danificadas e outras 100 foram fechadas na região, o que fez com que 20 mil estudantes ficassem sem aulas.[27]

Data / hora

(UTC)

Magnitude Tipo Profundidade
Hipocentro
Epicentro
Localização Latitude Longitude
2016-10-26   17:10:36 5,4 Mw 8,7 km Macerata 42,8802 13,1275
2016-10-26   19:18:05 5,9 Mw 7,5 km Macerata 42,9087 13,1288
2016-10-26   21:42:01 4,5 Mw 9,5 km Macerata 42,8612 13,1283
2016-10-30   06:40:17 6,5 Mw 9,4 km Perugia 42,84 13,11
2016-10-30   06:44:30 4,6 ML 10,0 km Perugia 42,8507 13,0715
2016-10-30   07:13:05 4,5 ML 10,8 km Rieti 42,6982 13,2347
2016-10-30   12:07:00 4,6 ML 9,7 km Perugia 42,8445 13,0775
2016-10-30   13:34:54 4,5 ML 9,2 km Perugia 42,8033 13,1653
2016-11-01   07:56:39 4,8 ML 10,0 km Macerata 43,00 13,16
2016-11-03   00:35:01 4,7 ML 8,4 km Macerata 43,03 13,05
Fonte: Istituto Nazionale di Geofisica e Vulcanologia[28]

Relação com o sismo de agosto

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Muitas das regiões afetadas pelos sismos de outubro ainda se recuperavam do forte tremor ocorrido em 24 de agosto de 2016. Na ocasião, cerca de 300 pessoas morreram, e centenas de estruturas ficaram destruídas. Há um consenso entre os especialistas de que esses tremores estão geologicamente interligados.[22]

A Itália se localiza próximo à junção das placas tectônicas euroasiatica e africana, e também próxima à subplaca do Mar Adriático,[29] que estão em constante movimento.[30] Segundo o geólogo Gianluca Valensise, o sismo de agosto gerou uma série de estresses nas falhas tectônicas da região, que podem se romper a qualquer momento, em um verdadeiro "efeito dominó".[31]

Referências
  1. «Ein Toter nach schweren Erdbeben in Italien». t-online.de. Consultado em 27 de outubro de 2016 
  2. Il terremoto delle 7,40: una ventina di feriti, 28mila gli sfollati
  3. [1]
  4. «M5.5 - 8km ESE of Sellano, Italy». earthquake.usgs.gov. Consultado em 30 de outubro de 2016 
  5. «Terremoto de 5,4 graus atinge região central da Itália | VEJA.com». VEJA.com. 26 de outubro de 2016 
  6. «M6.1 - 3km W of Visso, Italy». earthquake.usgs.gov. Consultado em 30 de outubro de 2016 
  7. «M6.1 - 3km W of Visso, Italy». earthquake.usgs.gov. Consultado em 30 de outubro de 2016 
  8. «Hospitais são evacuados após dois terremotos na Itália - Itália». ansabrasil.com.br 
  9. País, Ediciones El (26 de outubro de 2016). «Dois fortes terremotos sacodem a Itália». EL PAÍS 
  10. «Três terremotos atingem região central da Itália». Mundo. 26 de outubro de 2016 
  11. «Terremotos voltam a afetar Itália e desabrigados podem passar de 3 mil». Valor Econômico 
  12. «M6.6 - 6km N of Norcia, Italy». earthquake.usgs.gov. Consultado em 30 de outubro de 2016 
  13. a b «Terremoto de hoje na Itália foi o mais forte desde 1980» 
  14. «M6.6 - 6km N of Norcia, Italy». earthquake.usgs.gov. Consultado em 30 de outubro de 2016 
  15. «Novo sismo abala centro de Itália - Mundo - RTP Notícias». www.rtp.pt. Consultado em 30 de outubro de 2016 
  16. a b «Novo terremoto sacode o centro da Itália e é sentido em Roma | VEJA.com». VEJA.com. 30 de outubro de 2016 
  17. País, Ediciones El (30 de outubro de 2016). «Forte terremoto volta a atingir o centro da Itália». EL PAÍS 
  18. «Novo terremoto atinge a região central da Itália e deixa feridos - Notícias - Internacional». Internacional 
  19. a b «Tremor atinge centro da Itália, deixa feridos e derruba imóveis históricos». Mundo. 30 de outubro de 2016 
  20. «Itália sofre 700 réplicas de terremoto em um dia». Terra 
  21. «Ein Toter nach schweren Erdbeben in Mittelitalien». www.t-online.de 
  22. a b «UE diz estar 'pronta para ajudar' Itália após terremoto - Notícias - Internacional». Internacional 
  23. «Italy quake: Norcia tremor destroys ancient buildings». BBC News (em inglês). 30 de outubro de 2016 
  24. a b «Milhares de desabrigados na Itália após violento terremoto». Mundo. 31 de outubro de 2016 
  25. a b «Terremotos deixam Itália com área deformada de 600 km² - ISTOÉ Independente». ISTOÉ Independente. 2 de novembro de 2016 
  26. «Quanto custará reconstrução após terremotos na Itália? - Itália». ANSA.it. 4 de novembro de 2016 
  27. «Terremotos na Itália deixam 20 mil estudantes sem escolas - Notícias - UOL Notícias». UOL Notícias 
  28. «Eventos». Istituto Nazionale di Geofisica e Vulcanologia. Consultado em 2 de Novembro de 2016 
  29. «Uma aula de geofísica: por que acontecem tantos terremotos na Itália?  » Curiozone». www.curiozone.com.br. Consultado em 30 de outubro de 2016 
  30. «Por que acontecem tantos terremotos na Itália?». Mundo. 30 de outubro de 2016 
  31. «Terremotos na Itália podem continuar por semanas em efeito dominó». O Globo. 30 de outubro de 2016