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Partido Socialista dos Trabalhadores Unificado

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Partido Socialista dos Trabalhadores Unificado
Partido Socialista dos Trabalhadores Unificado
Número eleitoral 16
Presidente José Maria de Almeida
Fundação 30 de setembro de 1993 (31 anos)
Registro 19 de dezembro de 1995 (28 anos)[1]
Sede São Paulo, SP
Ideologia Socialismo[2]
Socialismo Revolucionário Nacionalismo de esquerda[3]
Comunismo[4]
Trotskismo[5]
Morenismo[6]
Anticapitalismo

[7]

Espectro político Esquerda[8] a extrema-esquerda[9]
Ala de juventude Coletivo Rebeldia
Antecessor Partido dos Trabalhadores (cisão)
Membros (2020) 15 815 filiados[10]
Afiliação internacional Liga Internacional dos Trabalhadores - Quarta Internacional (LIT-QI)
Cores
Bandeira do partido
Bandeira do PSTU
Página oficial
www.pstu.org.br
Política do Brasil

Partidos políticos

Eleições

Partido Socialista dos Trabalhadores Unificado (PSTU) é um partido político do Brasil fundado em 1993.

Suas cores são o vermelho e amarelo e o seu código eleitoral é o 16.[11] O PSTU é uma organização socialista, que reivindica o marxismo revolucionário, baseando-se nas teorias e práticas de Leon Trótski e de Nahuel Moreno. O PSTU também é a seção no Brasil da Liga Internacional dos Trabalhadores - Quarta Internacional (LIT-QI), sendo a maior seção dessa organização, que em outros países se articula como partido legalizado ou não, ou como corrente interna de partidos anticapitalistas amplos. Assim como o Partido Comunista Brasileiro (PCB), o Partido Socialismo e Liberdade (PSOL) e o Partido da Causa Operária (PCO), o PSTU faz oposição de esquerda aos governos municipais, estaduais e federal.

Em 2018, PSTU posicionou-se da seguinte forma sobre a prisão de Lula: acreditamos que a condenação ou não de Lula de nada contribui para a superação da exploração da classe trabalhadora, considerando o líder do PT um agente da burguesia[12]. Em setembro de 2020 possuía 15.815 filiados.[13]

História

Em abril de 1992, o deputado José Dirceu apresenta, na reunião da Executiva Nacional do PT, uma resolução que foi aprovada, dando prazo de 15 dias para que a Convergência Socialista se adaptasse à nova regulamentação de tendências. Esta proibia manifestações abertas contra a política da direção majoritária. Afirmava José Dirceu que, para evitar a publicidade de tais manifestações, se deveriam proibir sedes próprias, jornal próprio, finanças próprias, relações internacionais públicas e de partido, pois estas seriam a exteriorização de uma política contrária às resoluções do PT e do seu primeiro Congresso.[14]

Após sair do Partido dos Trabalhadores, em meados de 1992, a Convergência Socialista (CS) deu início à formação de um novo partido, juntamente com outros pequenos grupos de extrema-esquerda que, na época, formavam a chamada Frente Revolucionária (FR), que, além da CS, contava com outras organizações, tais como:

  1. O Partido da Frente Socialista (PFS), antes denominado como Partido da Libertação Proletária (PLP)[15];
  2. o Movimento Socialista Revolucionário;
  3. a Democracia Operária, formada principalmente por bancários de Porto Alegre, um dos seus líderes era Victor Hugo Ghiorzi;
  4. Liga, formada por militantes que romperam com o PT em no início de 1993, tais como: Júnia Gouveia, Celso Lavorato, Edmilson Araújo, Rômulo Rodrigues, Santiago, Henrique Martins e Lays Machado;
  5. Grupo Independente de Diadema; e
  6. Coletivo Luta de Classes, dentre os seus dirigentes, podem-se citar: Carlos Bauer e Magno de Carvalho.

E militantes independentes, tais como: Edinaldo Leite, Luiz Alvez, Dário e Ênio Bucchioni.

Em 5 de março de 1993, o Grupo Independente de Diadema e o Coletivo Luta de Classes romperam com a FR, que passou a se denominar como Frente Socialista por um Partido Revolucionário.

Entre 3 e 5 de julho de 1994, a FR reuniu em um Congresso para fundar o PSTU[16].

MAIS

Em julho de 2016, 739 militantes assinaram um manifesto de ruptura com o partido,[17][18] e, posteriormente, fundaram o Movimento por uma Alternativa Independente e Socialista (MAIS).[19][20][21]

O marxismo revolucionário e obras de Leon Trótski e de Nahuel Moreno estão entre suas principais bases teóricas e práticas. O símbolo do movimento é uma cerquilha (#) nas cores vermelho, roxo, amarelo e verde, seguido do acrônimo MAIS. A ruptura se deu no início de Julho do mesmo ano, quando os militantes escreveram e assinaram o manifesto "Arrancar alegria ao futuro".[22][23]

Em 4 de agosto de 2017, o MAIS oficializou sua entrada como corrente interna no PSOL. A decisão foi tomada no congresso da organização, que aconteceu dos dias 27 a 30 de julho, em São Paulo.[24]

Desempenho e participação eleitorais

Eleições estaduais

Nas eleições estaduais de 2010, em Minas Gerais, o PSTU apresentou a candidatura a governador da Frente de Esquerda, enquanto em São Paulo, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Ceará, entre outros estados, o partido apresentou a candidatura ao Senado Federal.

Candidatos majoritários apoiados pelo PSTU
em 2014
UF Governador(a)[25] Coligação[25]
AL Mário Agra (MES-PSOL) PSOL / PSTU
AM Hebert Amazonas (PSTU) PSTU
AP Genival Cruz (PSTU) PSTU
BA Renata Mallet (PSTU) PSTU
CE Ailton Lopes (Insurgência-PSOL) PSOL / PSTU / PCB
DF Toninho (US-PSOL) PSOL / PSTU / PCB
ES Mauro Ribeiro (PCB) PCB / PSTU
GO Marta Jane (PCB) PCB / PSTU
MA Saulo Arcangeli (PSTU) PSTU
MG Fidélis (US-PSOL) PSOL / PSTU
MS Prof. Monje (PSTU) PSTU
PA Marco Carrera (US-PSOL) PSOL / PSTU
PB Antônio Radical (PSTU) PSTU
PE Jair Pedro (PSTU) PSTU
PI Daniel Solon (PSTU) PSTU
PR Rodrigo Tomazini (PSTU) PSTU
RJ Dayse Oliveira (PSTU) PSTU
RN Simone Dutra (PSTU) PSTU
RO Pimenta de Rondônia (US-PSOL) PSOL / PSTU
RR Hamilton (independente-PSOL) PSOL / PSTU
RS Roberto Robaina (MES-PSOL) PSOL / PSTU
SC Gilmar Salgado (PSTU) PSTU
SE Prof. Sônia Meire (CRS-PSOL)[26] PSOL / PSTU / PCB
SP Maringoni (US-PSOL) PSOL / PSTU

Nas eleições estaduais de 2014, o PSTU apoiou candidatos a governadores em todos os estados, com exceção do Acre, do Mato Grosso do Sul e do Tocantins.[25] Na metade desses 24 estados, o PSTU não conformou frentes eleitorais nem com o PSOL, nem com o PCB (duas legendas que são suas aliadas prioritárias).[25] No Espírito Santo, o PSTU compôs uma frente somente com o PCB, enquanto o PSOL lançava uma candidata a governadora da corrente Insurgência. O mesmo ocorreu em Goiás, porém o candidato do PSOL foi da corrente Unidade Socialista.[25] Nos estados em que o PSTU coligou-se somente com o PSOL, o PCB lançou candidatos isoladamente; com exceção de Rondônia e de Roraima, estados onde o PCB não teve candidatos.[25] Em 2014 somente no Ceará, no Distrito Federal e no Sergipe foi onde a Frente de Esquerda lançou-se de forma totalmente unitária.[25] Dentre os 10 candidatos do PSOL a governador apoiados pelo PSTU, somente quatro eram de correntes da ala esquerda do PSOL, mostrando que a Unidade Socialista (setor menos radical) é a corrente do PSOL com que o PSTU mais prioriza alianças eleitorais. Outro fato é que embora o PSTU não tenha composto uma aliança com Luciana Genro (MES-PSOL) para as eleições presidenciais, alegando diferenças programáticas,[27] apoiou candidatos a governador dessa mesma corrente em Alagoas e no Rio Grande do Sul.

Participação em eleições presidenciais

Embora com registro provisório, o PSTU apoiou em 1994 a eleição de Luiz Inácio Lula da Silva[28]. Nas eleições seguintes, lançou candidatura própria, sem coligações, com exceção à eleição de 2006, em que a agremiação apoio a candidatura de Heloísa Helena, do PSOL.

Ano Imagem Candidato(a) a Presidente Candidato(a) a Vice-Presidente Coligação Votos % Colocação Ref.
1994 Luiz Inácio Lula da Silva
(PT)
Aloizio Mercadante
(PT)
Frente Brasil Popular pela Cidadania
(PT, PSB, PCdoB, PPS, PV e PSTU)
17 122 127 27,04 [29]
1998 Zé Maria José Maria de Almeida
(PSTU)
José Galvão de Lima
(PSTU)
sem coligação 202.659 0,30 [30]
2002 Zé Maria José Maria de Almeida
(PSTU)
Dayse Oliveira
(PSTU)
sem coligação 402.232 0,47 [31]
2006 Heloísa Helena Heloísa Helena
(PSOL)
César Benjamin
(PSOL)
Frente de Esquerda
(PSOL, PCB, PSTU)
6.575.393 6,85 [32]
2010 Zé Maria José Maria de Almeida
(PSTU)
Cláudia Durans
(PSTU)
sem coligação 84.609 0,08 [33]
2014 Zé Maria José Maria de Almeida
(PSTU)
Cláudia Durans
(PSTU)
sem coligação 91.209 0,09 [34]
2018 Vera Lúcia Salgado Vera Lúcia Salgado
(PSTU)
Hertz Dias
(PSTU)
sem coligação 55.762 0,05 11º [35]

Ver também

Referências
  1. Tribunal Superior Eleitoral (TSE). «TSE - Partidos políticos registrados no TSE». Consultado em 29 de junho de 2017 
  2. https://www.pstu.org.br
  3. https://www.pstu.org.br
  4. https://www.pstu.org.br
  5. https://www.pstu.org.br
  6. https://www.pstu.org.br
  7. https://www.pstu.org.br
  8. https://www.pstu.org.br/
  9. «Partido da extrema esquerda, PSTU lança operária sapateira como pré-candidata à Presidência da República». 2 de março de 2018 
  10. Predefinição:Http://www.tse.jus.br/eleitor/estatisticas-de-eleitorado/filiados
  11. Tribunal Superior Eleitoral: Partidos políticos registrados no TSE Arquivado em 17 de julho de 2007, no Wayback Machine., visitado em 25 de julho de 2007
  12. Redação (9 de abril de 2018). «Tem que prender todos os corruptos e corruptores» 
  13. «Estatísticas do eleitorado – Eleitores filiados». www.tse.jus.br. Consultado em 9 de outubro de 2020 
  14. Silva, 2001; Cerdeira, 2009.
  15. E antes como Coletivo Gregório Bezerra (CGB), uma organização formada por militantes que acompanharam Luiz Carlos Prestes, na época de sua ruptuta com PCB.
  16. As origens e ideologia do Partido Socialista dos Trabalhadores Unificado (PSTU), acesso em 16 de janeiro de 2019.
  17. Dirigentes históricos e centenas de militantes rompem com o PSTU, acesso em 20 de julho de 2016.
  18. MANIFESTO PELA CONSTRUÇÃO DE UMA NOVA ORGANIZAÇÃO SOCIALISTA E REVOLUCIONÁRIA NO BRASIL Arquivado em 10 de julho de 2016, no Wayback Machine., acesso em 20 de julho de 2016.
  19. Nasce o MAIS, uma nova organização de esquerda no Brasil, acesso em 06 de outubro de 2016.
  20. MAIS – MOVIMENTO POR UMA ALTERNATIVA INDEPENDENTE E SOCIALISTA acesso em 06 de outubro de 2016.
  21. Militantes que romperam com PSTU realizaram ato de lançamento do MAIS acesso em 6 de outubro de 2016.
  22. «Manifesto Arrancar alegria ao futuro, MAIS». manifesto arrancar alegria ao futuro. Consultado em 4 de agosto de 2017. Arquivado do original em 4 de agosto de 2017 
  23. «Ruptura com PSTU». 25 de julho de 2016. Consultado em 4 de agosto de 2017 
  24. «MAIS anuncia entrada no PSOL». Esquerda Online. 4 de agosto de 2017. Consultado em 5 de agosto de 2017 
  25. a b c d e f g TSE, 2014. «Estatísticas de candidaturas - Cargo/partido/coligação/sexo». Consultado em 6 de junho de 2015. Arquivado do original em 26 de junho de 2015 
  26. CRS-PSOL, 2013. «Tese Nada Mais Será como Antes» (PDF). Consultado em 2 de março de 2015. Arquivado do original (PDF) em 8 de novembro de 2013 
  27. «PSTU, 2014: A disputa das eleições numa perspectiva revolucionária». Consultado em 31 de maio de 2015. Arquivado do original em 31 de maio de 2015 
  28. https://www1.folha.uol.com.br/fsp/1994/5/13/brasil/27.html
  29. https://www1.folha.uol.com.br/fsp/1994/5/13/brasil/27.html
  30. «Votação no município - eleições 1998». www.tse.jus.br. Consultado em 17 de fevereiro de 2020 
  31. «PDF.js viewer». www.justicaeleitoral.jus.br. Consultado em 17 de fevereiro de 2020 
  32. «G1 > Eleições 2006 - APURAÇÃO». g1.globo.com. Consultado em 17 de fevereiro de 2020 
  33. «Apuração de votos e candidatos eleitos (1º turno) - UOL Eleições 2010». placar.eleicoes.uol.com.br. Consultado em 17 de fevereiro de 2020 
  34. «Brasil - Presidente - 1º Turno - Apuração - Eleições - 2014 - Especial - Poder - Folha de S.Paulo». eleicoes.folha.uol.com.br. Consultado em 17 de fevereiro de 2020 
  35. «Eleições 2018 | Apuração 1º Turno para Presidente». Estadão. Consultado em 17 de fevereiro de 2020 

Ligações externas

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